Ex-guerrilheiro mexe na ferida e revela documentos inéditos da ditadura militar na internet

Autor Aluízio Palmar salienta que “os documentos dos arquivos da ditadura devem ser vistos com o olho crítico da dúvida, pois foram escritos por pessoas treinadas para mentir, contra-informar, caluniar, prender, torturar e matar”.

Claudio Julio Tognolli

Um novo site contribui para a transparência dos documentos dos anos de chumbo: Documentos Revelados foi criado por Aluízio Palmar e é atualizado diariamente. Nascido em maio de 1943, em São Fidélis, Estado do Rio de Janeiro, Palmar estudou Ciências Sociais na Universidade Federal Fluminense. Em decorrência de sua militância revolucionária, não terminou o curso, foi preso e banido do país.

Palmar militou no MR8 velho (o primeiro, que surgiu em Niterói) e na VPR. Foi preso em 1969 e em 1971, e libertado juntamente com outros 69 presos políticos, em troca do Embaixador da Suíça no Brasil. (mais…)

Ler Mais

Povo Xavante da TI Marãiwatsédé faz nova denúncia ao MPF

Através de um documento protocolado no Ministério Público Federal em Cuiabá, o povo Xavante da Terra Indígena Marãiwatsédé denuncia novas manobras dos invasores que visam prejudicar a desocupação da área.

No documento, uma carta assinada pelas lideranças Xavante e por mais de 370 membros da comunidade indígena, referendam a liderança do cacique Damião e reafirmam a convicção do povo de permanecer em sua terra, contrapondo, mais uma vez, supostos interesses de que sejam levados para o Parque Estadual do Araguaia, como sugerido pela Lei aprovada pela Assembléia Legislativa de Mato Grosso em junho de 2011.

Na carta afirmam que o Parque do Araguaia nunca foi ocupado pelos Xavante mas a área onde estão, em Marãiwatsédé. É nesta terra que estão os vestígios, a cultura, monumentos e espíritos sagrados para os Xavante.

Denunciam ainda articulações de má fé de alguns invasores que estariam levando um grupo de Xavante de outra terra indígena para o Parque. Este grupo, afirmam na carta, está sendo manipulado e não tem legitimidade para falar ou fazer acordos em nome dos Xavante de Marãiwatsédé. Estas manobras visam falsear um suposto acordo de permuta, algo que além de contrariar a vontade da comunidade de Marãiwatsédé se daria sem base legal, visto que a Constituição Federal Brasileira não permite que qualquer terra indígena seja permutada por outra área (Art. 231/CF). (mais…)

Ler Mais

Ministério Público prepara ações contra militares por crimes da ditadura

Tese de procuradores ignora a Lei da Anistia para os chamados casos de ‘desaparecimento político’ por entender que eles não prescreveram; militares contestam

Roldão Arruda

O Ministério Público Federal está intensificando esforços para a instalação de processos que levem à responsabilização de pessoas envolvidas com os chamados crimes permanentes – sequestro e ocultação de cadáver – praticados por agentes do Estado nos anos da ditadura militar. Em São Paulo, procuradores federais estão prestes a ajuizar as primeiras ações nesses casos, mais conhecidos como “desaparecimentos”. Eles defendem a ideia de que os possíveis autores de crimes permanentes não foram abrangidos pela Lei da Anistia, que cobre um período limitado de tempo, entre 1961 e 1979.

Ouvidos pelo Estado, militares da ativa e da reserva contestam a iniciativa e enxergam uma tentativa de desestabilizar a democracia.

Na sexta-feira à tarde, no edifício da Procuradoria da República, na Rua Frei Caneca, região central da capital paulista, foram ouvidos novos testemunhos no caso Edgard de Aquino Duarte, um dos nomes que integram a lista de 156 casos de desaparecimento forçado ocorridos na ditadura. Foi a segunda audiência realizada no ano para tratar desse caso. (mais…)

Ler Mais

A caderneta de Norberto

Guardada há 42 anos, a carta de um jovem professor da USP morto pela repressão ecoa nos tribunais e desnuda o Brasil da tortura

Flávio Lobo*

Ela é pequena, leve e tem capa de plástico vermelho. No canto inferior direito da capa, a palavra “NOTE” ainda é fácil de reconhecer, apesar de a impressão ter esmaecido e de seu provável dourado original estar agora mais para o cobre. Na parte de dentro, 42 folhas de papel quadriculado, do tipo usado em cadernos de desenho, estão coladas numa folha de papelão não muito grosso, presa à capa. As duas primeiras páginas e as 70 últimas estão em branco (amarelado). Nas restantes, há mais de quatro décadas lê-se uma carta de despedida.

Em algum lugar na cidade de São Paulo, em meados de abril de 1970, o economista Norberto Nehring, de 29 anos, abriu a caderneta, virou a primeira página e começou a escrever para a mulher e a filha:

Ia e Marta,
Minhas adoradas
Cheguei num sábado aqui na terra e, tristeza, já estou frito. Frito!

Norberto voltara ao Brasil havia poucos dias. Desembarcara no Aeroporto do Galeão, no Rio, com documentos falsos. O nome que constava nos papéis de identidade combinava com seus olhos claros e a ascendência germânica. Já a nacionalidade argentina poderia levantar suspeitas. Mas não foi a esse ponto fraco que Norberto atribuiu sua triste situação, pelo que relataria a seguir: (mais…)

Ler Mais

“O leite do meu filho”, por José Ribamar Bessa Freire

Supunhetemos, com todo o respeito, que o prefeito de Manaus, Amazonino Mendes (PTB-vixe,vixe), solte um pum, depois de ingerir duas cuias de tacacá apimentado. Sei que parece inusitado, mas foi isso mesmo que você ouviu: um pum! É. É isso mesmo! Acontece. Com as melhores famílias. Comigo, contigo, leitor (a), e até com o papa e com a rainha da Inglaterra, embora os dois últimos não sejam chegados a um tacacá. Por que, então, não haveria de ocorrer com o prefeito que se amarra num tucupi?

A ventosidade, às vezes, escapole-bate-fica, sem a gente querer. No caso, se ela for soprada diante do Diretor de Projetos da Prefeitura de Manaus, o zeloso funcionário, que tem cargo em comissão e função gratificada, criará imediatamente o Projeto Meu Pum. É que tudo nessa administração municipal vira projeto.

Eles acham que projeto é uma palavra mágica que enobrece qualquer atividade, até um reles pum do prefeito, conferindo-lhe uma aura sagrada. É claro que, em vez do nome vulgar, escolheriam um título mais pomposo, com mais mídia, tipo Projeto Meu Flato, Minha Vida, achando que assim a realidade fica mais colorida e menos fedorenta. (mais…)

Ler Mais

Una gran marcha en Tokio pide el apagón nuclear bajo la sombra de Fukushima

Javier Picazo Feliú

Tokio, 11 mar (EFE).- Miles de japoneses pidieron hoy en Tokio el fin de la energía atómica en el primer aniversario del accidente en la central nuclear de Fukushima, que despertó el fantasma de la radiactividad en el país asiático y mantiene evacuadas a más de 80.000 personas.

El foco de las protestas contra la energía nuclear fue el céntrico parque de Hibiya en Tokio, donde se congregaron ciudadanos de todas las edades con llamativas pancartas, entre música en directo y proclamas y conferencias a pie de calle contra la radiactividad.

La llamada “Gran Marcha de Tokio” comenzó poco después de que la multitud reunida rindiese homenaje a las víctimas con un minuto de silencio a la misma hora en que hace un año se produjo el terremoto de 9 grados en la escala de Richter que desató un tsunami que costó la vida a más de 19.000 personas.

Entre una fuerte presencia policial que siguió de cerca la marcha por el distrito comercial de Ginza y la zona de ministerios de Kasumigaseki, los participantes (45.000 según los organizadores y 6.800 según la Policía) fueron divididos en grupos para no entorpecer las calles en una soleada tarde. (mais…)

Ler Mais

MG – Deputados farão visita a Quilombo para esclarecer denúncias

Com o objetivo de obter esclarecimentos sobre denúncias de que quilombolas estariam vivendo em condições subumanas e sob ameaças de latifundiários, a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais fará uma visita técnica ao quilombo Pimentel, em Pedro Leopoldo (Região Central). O encontro será na quinta-feira (15/3/12), às 14 horas, na zona rural do município, na Fazenda Pimentel (rua Principal, s/nº).

O quilombo da cidade possui mais de 120 anos e, atualmente, abriga cerca de 13 famílias, que tiram seu sustento de pequenas lavouras. Segundo o autor do requerimento para a visita, o deputado Paulo Lamac (PT), o local “sofre com a falta de infraestrutura básica” e as pessoas têm dificuldade de acesso a políticas públicas. “Isso deixa a população desamparada e suscetível à exploração de fazenderios”, acredita o parlamentar. Ele acrescenta, ainda, que os quilombolas sofrem com a violência gerada pelas invasões de suas terras.

http://www.almg.gov.br/acompanhe/noticias/arquivos/2012/03/09_visita_comissao_direitos_humanos_quilombo_pedro_leopoldo.html

Enviada por Ricardo Álvares.

Ler Mais

Agressões a moradores de rua serão discutidas por autoridades em reunião em Brasília

Renata Giraldi e Carolina Pimentel, Repórteres da Agência Brasil

Brasília –  A secretária nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos (vinculada à Secretaria Nacional de Direitos Humanos), Salete Valesan Camba, condenou a onda de agressões a moradores de rua. Só hoje (10), dois moradores de rua foram mortos a tiros em Brasília e um terceiro queimado em Campo Grande (Mato Grosso do Sul). O assunto será tema da reunião da Coordenação do Comitê das Populações de Rua, no fim do mês, em Brasília.

“Há a necessidade de uma política federativa, construída a partir de ações comuns do governo federal com os governos estaduais e municipais e o apoio da sociedade. É preciso prevenir a violência e combatê-la”, disse à Agência Brasil Salete Camba. “Estamos muito preocupados. Parece que há uma circulação de violência. Isso é muito grave. A sociedade precisa se indignar e não pode aceitar tudo isso como normal.”

Segundo a secretária, desde o ano passado os governos se uniram em busca de alternativas para garantir assistência aos moradores de rua. Salete Camba lembrou que recentemente as agressões se voltaram às comunidades empobrecidas de São Paulo. “A partir daí, houve vários casos”, acrescentou. (mais…)

Ler Mais

Fundação ligada aos tucanos mineiros não teme processo no CNJ e espera aumentar arrecadação

A denúncia de um esquema milionário de distribuição de recursos públicos da área de Comunicação Social dos principais tribunais de Justiça do país para a Fundação Renato Azeredo (FRA), dirigida por tucanos graduados, não atrapalhou os planos da instituição de seguir em frente com as suas perspectivas de faturamento para os próximos anos. O fato de responder a um processo no Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG) e correr o risco de ser investigada no Conselho Nacional de Justiça – um de seus clientes mais discretos – não preocupa o gestor da instituição, Antonio Carlos Braga.

– Quem está dizendo que haverá um processo são vocês – disse o executivo, em entrevista ao Correio do Brasil.

Alvo de uma denúncia da revista Carta Capital, na edição desta semana, a FRA prefere não revelar seu faturamento, embora a reportagem, assinada pelo jornalista Leandro Fortes, aponte o repasse de recursos públicos na casa dos 10 dígitos, nestes últimos anos. Embora o volume de dinheiro faturado seja de domínio público, Braga desconversa na hora de dizer o quanto a instituição arrecadou em 2011.

– Não queremos polêmica – alega. (mais…)

Ler Mais