Assassinato de Isabel Machado: Movimento negro solicita intervenção da secretaria de segurança na apuração da morte da presidente da OAB-RJ Seção Cabo Frio

Isabel de pé segunda da esquerda para a direita

Às vésperas do carnaval, o assassinato da Drª Isabel Machado, Advogada Criminalista e Presidente da OAB-RJ seção Cabo Frio, em sua residência na última sexta-feira, causou revolta nos meios jurídicos, sociais, movimento negro e de mulheres, no Brasil e no Exterior.

Morta a tiros, dentro de casa e ao lado de seu namorado que escapou ileso,  por dois pistoleiros que a executara friamente, depois de ordenarem que sentassem no sofá da sala.

O crime que está com a investigação a cargo da 126ª Delegacia de Cabo Frio, não tem até o momento nenhum esclarecimento ou motivo aparente.

Marcelo Dias, Superintendente da SUPIR – Superintendência de Igualdade Racial, Órgão da Secretaria de Assistência Social do RJ, irá amanhã para dar as condolência pessoais à família e encontrar-se com os representantes da OAB local.

Marcelo Dias e Paulo Roberto dos Santos, Presidente do Conselho Estadual dos Direitos dos Negros RJ-CEDINE, entraram em contato com a Chefe de Polícia, Drª Marta Rocha, solicitando audiência ainda durante o carnaval para que haja esclarecimentos e apuração rápida do caso. (mais…)

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Grávida está entre 12 estudantes presos hoje, domingo de Carnaval, na USP

por Alceu Luís Castilho, do Blog Outro Brasil

Uma estudante grávida está entre as seis mulheres e seis homens presos na manhã deste domingo, na Cidade Universitária, durante reintegração de posse de parte do bloco G, no Conjunto Residencial da USP (Crusp). O prédio estava ocupado pelos alunos desde maio de 2010.

A estudante de cursinho vestibular está no quinto mês de gravidez. Ela já tinha sido retirada durante o despejo de ocupantes do antigo espaço do DCE-Livre, em janeiro. Na época os estudantes divulgaram uma foto de um portão sobre seus ombros. Ela foi levada carregada – em uma cadeira, por quatro policiais- para o ônibus.

O major Marcel Lacerda Soffner, porta-voz da Polícia Militar, disse inicialmente que “provavelmente” ela não era estudante da USP. Depois foi mais categórico: afirmou que ela não estuda na universidade. De fato, ela não estuda – é companheira de um ocupante da Moradia Retomada, estudante de Física.

Segundo Soffner, 3 entre os 12 estudantes detidos não são estudantes da USP. Uma jovem de 16 anos foi presa – sem que alguém percebesse que ela tinha direitos específicos. O blog também apurou que pelo menos uma das pessoas presas, do Sul, estava de passagem exatamente nestes dias, durante o carnaval, hospedada no apartamento do amigo – também preso. (mais…)

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Para professor brasileiro, 3º pior salário do mundo, voltas às aulas = “se vira”

Uma pesquisa realizada pela OITUnesco avaliou o quadro educacional em 40 países. A situação do Brasil só não é pior do que a dos professores do Peru e Indonésia. Isso reflete diretamente na qualificação e formação profissional. No nordeste somente 51% dos professores tem curso superior completo seguido do Sul 72%, Sudeste 73% e Centro-Oeste 74%, outra estatística lastimável. Na Bahia e no Maranhão esse número piora, somente 40% possuem formação acadêmica.

IDH: Dos 187 países avaliados o Brasil ocupa 84?posição no ranking, ficando bem atrás dos nossos vizinhos latinos, Uruguai, Chile e Argentina. A Russia ocupa o 66? lugar, importante dado comparativo já que é um país tão populoso e emergente quanto o nosso.

Tudo isso em pleno século XXI, a era da mudança de paradigma histórico no acesso ao conhecimento e às oportunidades, que coloca a economia criativa no pódium da receita dos países atentos ao valor da Educação! (mais…)

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Campo Grande sedia evento jurídico sobre povos indígenas

Laura Holsback com assessoria

Campo Grande sedia do dia 30 de março a 1º de abril o “Tribunal Popular da Terra em Mato Grosso do Sul”, na Universidade Federal (UFMS). O evento é organizado por entidades, organizações sociais e populares de direitos humanos.

Nesses dias serão recolhidas denúncias de violações de direitos humanos que aconteceram e afetam aos povos indígenas, comunidades quilombolas, e populações camponesas que lutam pela terra e pela permanência na terra. Com o eixo “povos da terra-estrutura fundiária”, o Tribunal vai colocar no banco dos réus o Estado Brasileiro, o latifúndio e o agronegócio.

Segundo os organizadores, a programação vai conjugar mística, música, teatro, filmes, com os momentos próprios da simbolização de um julgamento, que terá denúncias, depoimentos, acusações e defesas.

O Tribunal Popular é um julgamento simbólico que visa inverter radicalmente a lógica unilateral das arbitrariedades jurídicas do Estado Brasileiro e julgar alguns crimes institucionais emblemáticos que acontecem contras as populações mais vulneráveis do Brasil. (mais…)

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Carnaval de Salvador: “apartheid” e seletividade em uma ilha de brancos cercada por uma corda de negros.

Marília Lomanto Veloso *

Ignoro o critério dos órgãos responsáveis pelo Carnaval de Salvador, para estabelecer o percurso dos Blocos, Trios Alternativos, Independentes ou qualquer outro nome dessas parafernálias musicais. Até que me esforcei por saber, junto a um órgão de turismo, mas não tive êxito na resposta. Certo é que alguns/algumas dos “deuses/deusas” que puxam essas“corporações” não passam pelos tradicionais percursos da Avenida Sete, Piedade, São Pedro, Praça Castro Alves, chamado Circuito Campo Grande (ou Osmar), que prefiro designar por“Circuito Senzala”, tal é a manifesta concentração de nichos de pobreza que ali se aglutinam. Muitos desse reis/rainhas do Axé, Pagode, desfilam apenas pelo trajeto Barra/Ondina, (ou Circuito Dodô), que denomino “Circuito Casa Grande”, em razão do grupo de elite que prefere curtir o Carnaval com “segurança”, longe da “mistura” do centro da cidade.

Por escolha política, estou no “Circuito Senzala” e, do alto do quinto andar de um prédio em frente ao velho Jardim da Piedade, cercado por grades de ferro escondidas atrás de muralhas de madeira, posso enxergar com maior objetividade o Carnaval declamado internacionalmente por ser a mais intensa expressão de alegria (e com razão) e de respeito à diversidade étnica e cultural que marca nosso povo (o que não é verdadeiro). Lamentavelmente essa festa, em nossa capital, vem resgatando a figura de um Navio Negreiro, dessa feita, sofisticado e de elevada tecnologia. Grilhões de antigamente agora são cordas que negros e negras arrastam, de mãos enluvadas, para dar proteção à grande massa de brancos e brancas que se torce (nem sempre) em frente, ao lado e no rastro dos possantes veículos que transportam“deuses/deusas” (às vezes negros e negras) do Axé, do Pagode e de não sei mais o que. (mais…)

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Pesquisador faz projeto para resgatar astronomia dos índios

Giuliana Miranda, de São Paulo

Nada de Touro ou Cruzeiro do Sul. Os índios brasileiros olham o céu em busca de constelações como a Ema, a Anta e o Homem Velho. Muitas aldeias têm astronomia própria, usada para saber desde as estações até o posicionamento geográfico.

Um conhecimento que, embora tradicional –retratado até em antigas pinturas rupestres–, está ameaçado devido à forte assimilação cultural. Um pesquisador, porém, está trabalhando para resgatar esse saber.

No mês que vem, as escolas indígenas de Dourados (MS) ganharão uma cartilha em português e guarani com a astronomia indígena.

“É um conhecimento que está se perdendo. As escolas indígenas só ensinam a astronomia ocidental. Devemos mostrar as duas culturas”, diz o líder do projeto, Germano Afonso, astrônomo do Museu da Amazônia. (mais…)

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Kayapó soltam refém e vão a Brasília

Mércio Gomes

Este é um vídeo muito estranho e muito dramático. Nele encontra-se amarrado e lambuzado de jenipapo um servidor da Funai, que pede clemência aos índios, à opinião pública nacional e internacional, os direitos humanos e à presidente da República por sua vida. Não há sinais de grandes maus tratos, mas estar amarrado pelos pulsos e semi-desnudo já demonstra sofrimento e humilhação. O servidor chama-se Manuel Lopes, é da nova safra de servidores concursados da Funai, sem experiência. Fora enviado pela Administração da Funai em Colíder, MT, para conversar com o grupo de 100 Kayapó e Juruna que havia tomado uma pousada localizada na beira do rio Xingu, numa área que os índios consideram terra indígena tradicional e exigem que a Funai dê continuidade ao processo de demarcação. Inocente como um boi de piranha, Lopes foi retido e feito refém, pagando pelos outros. Eis sua história, por ele bem contada. (mais…)

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