Marcha contra o racismo reúne 27 organizações no centro de São Paulo

Daniel Mello, Repórter da Agência Brasil

São Paulo – Integrantes de organizações de combate ao racismo promoveram hoje (11) um ato político em frente ao metrô Santa Cecília, no centro de São Paulo, e seguiram em passeata até o bairro de Higienópolis. O protesto foi organizado pelo Comitê contra o Genocídio da Juventude Negra, que reúne 27 organizações. Fazem parte do comitê movimentos ligados ao combate ao racismo, à homofobia e ao machismo.

O coordenador do Movimento Novo Quilombo, Raça e Classe, Wilson Honório da Silva, informou que a manifestação faz parte de uma mobilização contínua para combater a discriminação no país. “Nós estamos aqui para dizer que o racismo está em todos os lugares, mas nós também estamos em todos os lugares. Nós somos a maioria da população”, disse.

A coordenadora do Núcleo de Consciência Negra na Universidade de São Paulo (USP), Haydee Fiorino, lembrou que para as mulheres o peso da discriminação é ainda maior. “As mulheres negras se encontram sempre em trabalhos subalternos, sem nenhum direito trabalhista. Ou então são vistas como a mulher do carnaval, a mulata libidinosa, que só ganha visibilidade no carnaval e depois volta para o seu lugar, limpando o chão”, acrescentou. (mais…)

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PI – Presidente do Cress é vítima de racismo em acidente de trânsito

Foto: Evelin Santos

A agressão verbal aconteceu após colisão de veículos neste sábado (11). A vítima diz que foi chamada de “macaca”

A  presidente do Conselho Regional do Serviço Social  do Piauí, Maria José do Nascimento, denunciou hoje  que sofreu crime de discriminação racial durante acidente de trânsito no bairro Cristo Rei, zona Sul de Teresina. Ela afirma que a agressora, uma pensionista, lhe chamou de “nega macaca”. A denúncia será registrada na Delegacia de Combate às Práticas Discriminatórias, no Centro da cidade.

“Eu ia na preferência quando ela [Maria de Jesus] invadiu a preferencial. Eu dei sinal, buzinei, mas ela entrou do mesmo jeito. Quando ela batei no meu carro eu perguntei se ela era louca. Ela desceu do carro e disse: ‘você é que é louca sua negra macaca’”, conta Maria José.

A vítima, que também é presidente do Conselho Regional do Serviço Social, conduzia um veículo modelo Siena, cor cinza, placa ODV – 2219 de Teresina. Ela destaca que além das agressões verbais, sofreu agressões físicas da pensionista. (mais…)

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PB – I Curso de Formação de Mulheres em Promotoras Legais Populares acontece neste fim de semana

As discussões que envolvem a efetivação dos direitos humanos das mulheres perpassam necessariamente sobre as barreiras e os obstáculos nos caminhos do acesso à justiça. O caminho para um acesso efetivo à justiça é marcado por características próprias e neste contexto a ausência de conhecimento do direito e das estruturas e instituições que lhe servem de aplicação pelo Estado mostra-se como um dos maiores obstáculos a serem transpostos para a efetivação dos direitos humanos das mulheres. Dentre os mais diversos desafios a serem enfrentados pelas mulheres hoje está o de assumir o protagonismo de sua luta, sendo o enfrentamento às violações e o diálogo com instâncias governamentais de fundamental importância.

Nesse contexto, nos dias 11 e 12 de fevereiro de 2012, sábado e domingo, a Dignitatis – Assessoria Técnica e Popular, inaugurará o seu I Curso de Formação de Mulheres em Promotoras Legais Populares, através do Projeto “Emancipação pela Educação: Acesso à Justiça e Educação Jurídica Popular”, apoiado pela CESE e em parceria com o Observatório de Gênero da Universidade Federal da Paraíba. (mais…)

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Comissão da Verdade reporta 110 indígenas panamenhos desaparecidos

Panamá, 11 fev (Prensa Latina) A Comissão da Verdade criada por indígenas panamenhos para investigar a repressão policial aos protestos dos nativos, que deixaram três mortos, revelou hoje que se contabilizaram 110 desaparecidos.

Essa situação mantém-se em meio a difíceis negociações que se realizam na Assembleia Nacional entre indígenas, deputados e mediadores, quase estancadas agora por dificuldades em chegar-se a um acordo sobre a construção de hidroelétricas nos territórios dos originários.

Os indígenas falam de um terceiro morto na repressão ao encontrar-se o cadáver em decomposição de uma mulher na área de conflito em San Félix, Chiriquí, revelou o cacique Celio Guerra, presidente do Congresso Tradicional Ngöbe.

Também disse que outra menina foi estuprada por policiais, o que somaria duas menores nessa situação. O ministro do Governo, Jorge Ricardo Fábrega, disse que se investiga o fato e espera que se apresente a denúncia sobre o mesmo. (mais…)

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Maldito latifúndio e seus arames farpados

Por Gilberto Vieira – Coordenador do Cimi Regional Mato Grosso

“Arames farpados, terras concentradas, crimes, emboscadas, balas repressão. Ai de todos aqueles que detêm nas mãos terras, bens e campos, frutos da ambição. Por Deus serão malditos, nas chamas queimarão”. (Canto: Mataram Ezequiel)

A dura e profética mensagem acima é um fragmento de um dos cantos em memória aos ‘Mártires da Caminhada’, neste caso, em memória de padre Ezequiel Ramim[1], defensor dos camponeses e indígenas que foi assassinado pelo latifúndio em 24 de julho de 1985 na região entre Rondônia e Mato Grosso.

O canto, através de uma releitura, atualiza o grito profético cravado no texto bíblico de Isaías. Isso mesmo, na Bíblia, aquele livro com capa de cores diferentes que até mesmo muitos latifundiários têm em casa para enfeitar a estante. Dizem que até uma devota senadora do Tocantins também tem, embora seus absurdos políticos e sociais.

Tal clamor-denúncia de Isaías (Is 5,8-10) poderia sair da boca de um jovem estudante cansado das manobras do agronegócio para aprovar o Zoneamento em Mato Grosso, ou contra um “novo” Código Florestal. Poderia sair da boca de um trabalhador libertado da fratricida fazenda São Francisco ou de uma trabalhadora explorada como mão-de-obra escrava em lavouras de cana, carvoeiros, vaqueiros, perdidos nos cafundós dos latifúndios onde impera ‘a pata do boi’, pobre animal agenciado por ‘boicéfalos’ gigolôs. (mais…)

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“Aqui só resolvem quando morremos então nós não vamos sair”, diz liderança Guarani Kaiowá

Renato Santana, de Campo Grande (MS)

Cada palmo de terra é um potencial latifúndio para a plantação de soja no Mato Grosso do Sul. O pasto perde espaço dia a dia; no pedaço mais improvável de chão, a soja cresce. Agora, além do boi, uma saca do grão vale mais do que qualquer Guarani Kaiowá. Para os fazendeiros, os benefícios da terra servem apenas para a soja e para o boi. Terra serve para produzir e gerar lucro.

Nas imediações do município de Rio Brilhante, região sul do estado, Laranjeira e Nhanderu eram dois irmãos que viviam sob outra lógica no final do século XIX e início do XX. Tal como seus antepassados, produção não era sinônimo de lucro, competitividade e trabalho exaustivo. O modo de vida Guarani Kaiowá era preservado, apesar do avanço cada vez maior das frentes de colonização – sobretudo os gaúchos plantadores de mate.

Ainda assim se vivia na aldeia, lugar onde os mortos eram enterrados, a caça e a pesca eram férteis, podia-se olhar para o céu à noite, praticar os rituais e retirar o mel e os remédios da natureza. O tekoha estava preservado. Laranjeira e Nhanderu morreram lutando para permanecer no chão sagrado. Com os filhos deles, o destino não foi diferente.

“Meu avô (filho de Laranjeira) morreu assim e meu pai também. Querem nos tirar daqui novamente. Querem matar mais? Se é para morrer atropelado, de suicídio, morremos resistindo, morremos dentro do nosso tekoha”, declara o cacique Faride Guarani Kaiowá, do tekoha Laranjeira Nhanderu. (mais…)

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Fernanda Giannasi: sentença do amianto deve sair às 10h de segunda, dia 13 de fevereiro

Fernanda Giannasi já está na Itália, onde acompanhará de perto os passos finais do “Julgamento do Amianto”, cuja sentença está prometida para as 10 horas de segunda-feira, dia 13. Antes de viajar, Fernanda falou da sua expectativa a respeito:

“Eu espero o fim da impunidade a este crime perpetrado contra a humanidade, tal a sua dimensão e gravidade. No Brasil, estamos apenas começando a conhecer o problema do mesotelioma e os números já são assustadores. Eu espero a condenação dos responsáveis por este genocídio. Não se trata de vingança e sim de JUSTIÇA”.

Para ela, o julgamento equivale ao do Tribunal de Nüremberg, que julgou os chefes nazistas pós II Guerra Mundial, pela dimensão planetária dos danos causados pelo amianto e também pela postura dos que enriqueceram à custa da doença e da morte:

“Os imputados têm tando desprezo pela vida humana que foram capazes de oferecer 18,3 milhões de Euros para a cidade emblemática por sua história de luta, com milhares de mortos por mesotelioma e câncer de pulmão contabilizados, que é Casale Monferrato, enquanto no Brasil a Eternit, atualmente nacionalizada, fatura 1,1 bilhão de Euros ao ano. É um escárnio, um insulto!”. (mais…)

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Nota da Presidência da CNBB sobre o compromisso no combate aos crimes de abusos sexuais cometidos por membros do clero

Encerrado nesta quinta-feira, 9 de fevereiro, o Simpósio “Cura e renovação” para bispos e superiores religiosos, realizado  em Roma pela Universidade Gregoriana com o apoio da Congregação para a Doutrina da Fé da Santa Sé, colocou em debate o tema dos abusos sexuais cometidos por clérigos. O assessor canônico da CNBB, Fr. Evaldo Xavier Gomes, participou das reflexões e a presidência da Conferência emitiu nota oficial por ocasião do encerramento do encontro. Eis a íntegra da nota.

Nota da CNBB por ocasião do encerramento do Simpósio “para cura e renovação” – para bispos católicos e os superiores religiosos, realizado em Roma, na Pontifícia Universidade Gregoriana, de 6 a 9 de fevereiro de 2012.

Nos últimos anos, diversas denúncias de abusos sexuais contra menores cometidos por membros do clero causaram dor e feridas à Igreja, em diversas partes do mundo. Essas ações delituosas ocorreram também em nosso país. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) tem se preocupado em discutir e refletir sobre este tema e em buscar caminhos para prevenir, combater e eliminar esses abusos e outros, que não condizem com a vida e a missão do presbítero. Com este escopo, diversas ações efetivas e concretas foram e estão sendo realizadas pelo episcopado brasileiro. (mais…)

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