Amianto: INCA manifesta apoio ao médico sanitarista Hermano Castro, da Fundação Oswaldo Cruz

O Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) chama a atenção a respeito da matéria publicada ontem (9/02), em O Globo, referente à interpelação judicial movida pelo Instituto Brasileiro de Crisotila, e manifesta apoio ao médico sanitarista Hermano Castro, da Fundação Oswaldo Cruz, renomado especialista brasileiro que vem estudando a questão dos malefícios do amianto com afinco, junto a outros pesquisadores da área de saúde do trabalhador e ambiental.

A Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) da Organização Mundial de Saúde classifica todas as formas de amianto branco, marrom ou azul (crisotila, crocidolita, amosita, tremolita, acnotila, antofilita) no Grupo 1, como agente reconhecidamente cancerígeno. A exposição ao amianto está diretamente associada ao desenvolvimento de mesotelioma (um tipo de câncer raro, que se origina na pleura, peritôneo ou pericárdio) e câncer de pulmão, laringe e ovário. Ainda de acordo com a IARC a exposição a todas as formas de amianto também está associada ao desenvolvimento de câncer de faringe, estômago e colorretal. 

No Brasil, dados dos Registros de Câncer de Base Populacional (20 capitais) revelam que no período entre 1999 a 2005 foram identificados 134 casos de mesotelioma (76 homens e 58 mulheres). Embora o mesotelioma seja considerado, pelo Ministério da Saúde, como câncer relacionado ao trabalho, muitos casos não são notificados apesar de requerer notificação compulsória no Sistema de Informação de Agravos de Notificação – Sinan, em ficha própria. Se considerarmos que apenas na cadeia produtiva do amianto (mineração, transporte, utilização na indústria têxtil, de fibrocimento e comercialização) existem cerca de 50 mil trabalhadores, espera-se que o número de casos seja muito maior. Estimamos que muitos destes casos podem estar imersos nos diagnósticos de câncer de pulmão, que no ano de 2012, no Brasil, devem chegar a 27.320.

O amianto, em todas as suas formas, foi proibido (uso, extração e comercialização) por 58 países, entre estes a Argentina, o Chile e o Uruguai.  No Brasil, os esforços pelo banimento do amianto se expressam em legislações  estaduais e municipais. Diversos relatórios técnicos já subsidiam as instâncias legislativas e executivas do governo federal.

Considerando essas questões, o INCA reitera o apoio ao médico sanitarista Hermano Castro da Fundação Oswaldo Cruz em defesa do total banimento do amianto no País.

http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/agencianoticias/site/home/noticias/2012/inca_manifesta_apoio_ao_medico_sanitsrista_hermano_castro

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