Em abril de 2011, no contexto das manifestações de um ano do assassinato da liderança comunitária de Tomé, Zé Maria Filho, crianças e jovens apresentam ao mundo seu olhar sobre os conflitos pela água vividos nas comunidades da Chapada do Apodi, Ceará.
Resgatando a instalação do perímetro irrigado Jaguaribe-Apodi, voltado para a implementação do agronegócio da fruticultura irrigada da região, as crianças e jovens realizam um paralelo em que a água, antes problematizada enquanto escassez, hoje representa um quadro contraditório de abundância, privatização e contaminação por agrotóxicos.
Com toda a construção do filme protagonizada por eles, desde a elaboração do roteiro, os cuidados com cenário e figurino à própria direção da filmagem, o curta revela-se rico em sensibilidade e crítica social. E nos aponta para uma esperança nova, que só essas crianças e jovens poderiam provocar, de superação das injustiças sociais e ambientais por meio da união das comunidades e da mobilização popular.
Apresentado pela primeira vez na praça pública de Tomé, três professoras e uma aluna da comunidade foram agora ao Rio de Janeiro participar da sua exibição durante o festival Globale Rio 2011, emocionar e serem emocionadas… espalhando país afora as sementes boas da resistência que se constroem no Ceará.
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