Budrus estreia em São Paulo

Documentário premiado retrata avanço, na Palestina, da não-violência ativa, como meio de resistir à ocupação israelense. Exibições e debates com a diretora entre 25 e 27/10

Sua diretora, Júlia Bacha, é brasileira. O documentário foi premiado em festivais internacionais como os de Berlim, São Francisco e Tribeca. No entanto, Budruso filme que retrata a resistência de uma aldeia palestino-israelense à construção, por Telaviv, do muro de segregação entre as duas comunidades – ainda não tinha uma versão em português nem fora exibido em salas do Brasil.

Esta ausência está prestes a acabar. Depois de lançado no Rio, semana passada, Budrus estreará em São Paulo, em cinco exibições — de terça (25/10) a sexta-feira (28/10) próximas. A programação é a seguinte:

  • 3a feira, 25/10, às 20h, no Centro da Cultura Judaica – Rua Oscar Freire, 2500 (metrô Sumaré, mapa).
  • 4a feira, 26/10, às 14h, no Instituto Cervantes – Av. Paulista, 2439 (mapa)
  • 4a feira, 26/10, às 19h, na PUC – Rua Monte Alegre, 984 (mapa) – auditório sala 134 (com professores e alunos de Relações Internacionais e Direito Internacional)
  • 5a feira, 27/10, às 9h, na Associação Palas Athena  – Rua Leôncio de Carvalho, 99 (Metrô Brigadeiro, mapa).
  • 6a. feira, 28/10, às 18h, na Casa Jaya (Rua Capote Valente, 305, Pinheiros (mapa). (mais…)

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Os robôs não nos invejam mais

Livro mostra que, diante das classificações psiquiátricas, seríamos todos “doentes mentais” e alerta para a medicalização da vida cada vez mais cedo – transformando o ser humano da pós-modernidade numa espécie de “homo automaticus”

Eliane Brum

Os primeiros robôs da ficção tinham um conflito: eles eram criados e programados para dar respostas automáticas e objetivas, mas queriam algo vital e complexo. Em algum momento, às vezes por uma falha no sistema, eles passavam a desejar. E desejar algo que lhes era negado: subjetividade. Condenados às respostas previsíveis, revoltavam-se contra a sua natureza de autômato. Humanizar-se, sua aspiração maior, significava sentir angústia, tristeza, amor, raiva, alegria, dúvida e confusão. Os robôs da modernidade queriam, portanto, a vida – com suas misérias e contradições. Ao entrar em conflito e ao desejar, os robôs já não eram mais robôs, mas um algo em busca de ser. Um ser humano, portanto. A partir desta premissa, grandes clássicos da ficção científica da modernidade foram construídos, como O Homem Bicentenário, de Isaac Asimov, que depois virou o filme estrelado por Robin Williams.

Hoje, a pós-modernidade nos encontra em uma situação curiosa: os humanos querem se tornar robôs. Cada vez um número maior de pessoas se oferece em sacrifício, imolando sua vida humana, ao deixar-se encaixar em alguma patologia vaga do manual das doenças mentais e medicalizar o seu cotidiano para se enquadrar em uma pretensa normalidade. E assim dar as respostas “certas”. (mais…)

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Dia da Consciência Negra poderá ser feriado nacional

Projeto aprovado na última quinta-feira (20) pelo Senado, já passou pela Câmara e agora segue para sanção da presidenta Dilma Rousseff

Dia da Consciência Negra poderá ser feriado nacional
O Ilê Aiyê é um dos grupos culturais que se mobilizam anualmente em torno da data

O Senado Federal aprovou na última quinta-feira (20) projeto que declara feriado nacional o 20 de Novembro – Dia da Consciência Negra e o enviou à sanção da presidenta Dilma Roussef. Caso seja sancionado, este será o primeiro feriado do país originário da mobilização social, principalmente do movimento negro. A data já é reconhecida e celebrada como feriado em mais de 200 cidades, inclusive três capitais (São Paulo, Rio de Janeiro e Cuiabá).

A comemoração do 20 de Novembro como Dia Nacional da Consciência Negra surgiu na segunda metade dos anos 1970, no contexto das lutas dos movimentos sociais contra o racismo. O dia homenageia Zumbi, símbolo da resistência negra no Brasil, morto em uma emboscada, no ano de 1695, após sucessivos ataques ao Quilombo de Palmares, em Alagoas. Desde 1995, Zumbi faz parte do panteão de Herois da Pátria.

Nas últimas décadas, o 20 de novembro tem sido dedicado à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira e sobre as consequências do racismo para a vida das pessoas e para o desenvolvimento do país. Apesar do ponto alto da celebração coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares – 20 de Novembro – a cada ano, as atividades alusivas a esta data são expandidas ao longo do mês, ampliando os espaços de discussão sobre as questões raciais. (mais…)

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Promoção da Igualdade Racial e Ações Afirmativas no Ensino Superior é tema de seminário

Atividade desenvolvida em parceria da Seppir com a AGU, acontece nos dias 26 e 27 de outubro, no Setor de Indústrias Gráficas – SIG, Quadra 06, Lote 800, Ed. Sede II da AGU, térreo, Brasília – DF

A Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), em parceria com a Advocacia Geral da União (AGU), realizam o seminário “Promoção da igualdade racial e ações afirmativas no ensino superior”, nos dias 26 e 27 deste mês, em Brasília. A ministra da Seppir, Luiza Bairros, e o titular da AGU, Luís Inácio Lucena Adams, participam da solenidade de abertura quinta-feira, às 18h30.

A atividade é direcionada a especialistas do governo, da academia, da sociedade civil organizada e operadores do Direito. O objetivo do seminário é abordagem de questões jurídicas relacionadas aos programas e medidas especiais adotadas pelo Estado e pela iniciativa privada para a correção das desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportunidades no acesso ao ensino superior.

No centro dessa questão encontram-se o recente debate sobre a constitucionalidade dos programas de cotas raciais para o ingresso em universidades, o Estatuto da Igualdade Racial e a superação do racismo no Brasil. (mais…)

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COP-17 e o impasse de Kyoto. Entrevista especial com Maureen Santos

Unisinos – O tema central a ser discutido na 17ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP-17), entre os dias 28 de novembro e 9 de dezembro, é a renovação do Protocolo de Kyoto, que se encerra no próximo ano. Se depender do resultado da última pré-negociação que aconteceu no Panamá recentemente, a COP-17 resultará em “acordos fracos”, lamenta Maureen Santos. “Só sairá algum acordo de Durban caso seja aprovado o segundo período de compromisso do Protocolo de Kyoto”, disse à IHU On-Line, em entrevista concedida por telefone.

Se o Protocolo de Kyoto não for renovado em Durban, na África do Sul, onde acontecerá a COP-17, “certamente haverá uma paralisação geral. A falta de confiança já está grande e essa situação poderá piorar ainda mais.”, enfatiza. A expectativa é de que a União Europeia, juntamente com outros poucos países, ratifiquem o acordo, apesar de a maioria dos governos insistir que a crise financeira internacional tem dificultado os avanços de investimento e discussão ambiental.

Ao analisar os 20 anos das Conferências Climáticas, Maureen destaca que as negociações “sempre foram utilizadas não para o enfrentamento das mudanças climáticas em si, mas para poder pensar de que forma, com as mudanças climáticas, cada país poderá ganhar mais recursos financeiros, mais transferência de dinheiro, como poderá criar novos mecanismos para não enfrentar problemas e trazer mais divisas para sua nação”.

Maureen Santos é formada em Relações Internacionais, pela Faculdade Estácio de Sá, e mestre em Ciência Política, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Confira a entrevista. (mais…)

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RJ – Às 10:30h, coletiva de Antonia Melo, Andressa Caldas e Roberta Amanajás, sobre Belo Monte no auditório do Banco do Brasil

BELO MONTE: Os impactos e a audiência na CIDH/OEA

Daqui a pouco, às 10h30, o Movimento Xingu Vivo Para Sempre, em parceria com a Justiça Global e a Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH), realiza uma entrevista coletiva no auditório do Banco do Brasil (Senador Dantas 105), com a presença de Antonia Melo, coordenadora do Movimento Xingu Vivo Para Sempre e liderança social histórica da região de Altamira, no Xingu, que participará da audiência do CIDH, depois de amanhã, em Washington. Será uma oportunidade única para os meios de imprensa com representação no Rio terem acesso direto a uma liderança local, que fará um relato detalhado sobre os efeitos negativos de Belo Monte para a região, o descumprimento dos compromissos assumidos pelo Consórcio Norte Energia, as arbitraridades do Governo e a rotina de perseguições e ameaças a lideranças indígenas e ativistas sociais do Xingu.

Também participarão da coletiva as advogadas Andressa Caldas, diretora da Justiça Global, e Roberta Amanajás, da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH), que farão a sustentação jurídica na audiência de Washington. As duas estarão à disposição para falar sobre as ilegalidades no processo de licenciamento das obras de Belo Monte e para explicar o funcionamento do Sistema Interamericano de Direitos Humanos da OEA, o significado da audiência da semana que vem e as consequências para a diplomacia brasileira. A coletiva será aberta ao público.

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A farsa parlamentar do diálogo pela busca de soluções para os problemas indígenas e quilombolas

“O que ocorreu no Rio Grande do Sul, na verdade, foi uma grande demonstração de intolerância e de desrespeito: os indígenas e quilombolas tentaram manifestar suas posições e foram recebidos com vaias pela plateia”.

Roberto Antonio Liebgott*

Um espetáculo teatral: diálogo para solucionar os problemas fundiários envolvendo agricultores, indígenas e quilombolas no Estado do Rio Grande do Sul – O palco: Assembléia Legislativa do Estado – Os atores principais: a senadora Ana Amélia Lemos, deputados federais e estaduais do RS e fazendeiros vinculados à Confederação Nacional da Agricultura – Os Coadjuvantes: pequenos agricultores – As vítimas: povos indígenas e quilombolas.

Assim pode ser descrita a “audiência pública” convocada pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado Federal, realizada no dia 21 de outubro, em Porto Alegre, com o intuito de estabelecer um diálogo para a “busca de soluções à questão da demarcação das terras indígenas e quilombolas no Rio Grande do Sul”. No palco, dirigiu a cena a senadora Ana Amélia Lemos (PP), auxiliada pelos deputados estaduais Edson Brum (PMDB) e Gilberto Capoani (PMDB), e pelos de deputados federais Alceu Moreira (PMDB) e Luiz Carlos Heinze (PP), todos parlamentares do Rio Grande do Sul.

E, como toda cena teatral requer apoiadores, lá estavam representadas algumas instituições: Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag/RS), Federação da Associação dos Municípios do Estado do Rio Grande do Sul (Famurs), Fundação Cultural Palmares, Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Ministério Público Estadual (MPE), a subchefe da Casa Civil do Estado Mari Peruzzo e ainda representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai) e do Instituto Nacional de Reforma Agrária (INCRA). E, para aplaudir a performance dos protagonistas deste espetáculo, centenas de pequenos agricultores lotaram a platéia da Assembléia Legislativa. (mais…)

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