”O 15-M é emocional, lhe falta pensamento”, afirma Zygmunt Bauman

Zygmunto Bauman, o filósofo e sociólogo polonês, famoso pelo seu conceito modernidade líquida, tão fértil que foi aplicado ao amor (líquido), a arte (líquida), ao medo (líquido), ao tempo (líquido) e assim a qualquer coisa, publica o ensaio 44 cartas a partir do mundo líquido [no Brasil publicado pela Zahar].

Bauman esteve em Madri para receber o prêmio Príncipe Asturias de Comunicação e Humanidades 2010 e para realizar uma conferência no Matadero sob o título Tem futuro a solidariedade? No sábado à tarde, no mesmo horário da manifestação mundial dos indignados, fizemos uma conversa em um hotel a menos de 100 metros da praça de Atocha, onde, entre a multidão, não cabia um alfinete.

Reportagem de Vicente Verdú publicada no El País, 17-10-2011. A tradução é do Cepat.

Pergunto ao professor emérito da Universidade de Leeds (Inglaterra) se lhe parece que essas grandes manifestações massivas, pacíficas e tão heterogêneas conseguirão enfrentar os abusos dos mercados, promover uma democracia real, reduzir as injustiças e, em suma, melhorar a equidade no capitalismo global, mas como professor que é, não responde a questão de uma vez só.

Em sua opinião, a origem de todos os graves problemas da crise atual tem sua principal causa na “dissociação entre as escalas da economia e da política”. As forças econômicas são globais e os poderes políticos nacionais. “Essa descompensação arrasa as leis e as referências locais se convertem à crescente globalização. Daí que efetivamente, os políticos se pareçam como marionetes ou como incompetentes, quando não corruptos”. (mais…)

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Perigo sob os pés: 4 casos trágicos de contaminação de solo

Fábrica de chumbo, em 1980, Santo Amaro da Purificação, Bahia

Além do Center Norte e Cingapura, o país já registrou episódios chocantes, de trabalhadores e famílias inteiras assentadas sobre verdadeiros coquetéis de resíduos tóxicos

Vanessa Barbosa, Exame

São Paulo – A polêmica recente em torno das concentrações nocivas de gás metano no conjunto habitacional Cingapura, no bairro de Vila Guilherme, em São Paulo, e no seu vizinho, o Shopping Center Norte, interditado por dois dias na semana passada, sem dúvida ficará marcada na memória de muita gente.

Mas não da forma trágica pela qual outros episódios de contaminação de solo registrados nos últimos 30 anos marcaram o país – ao pesado custo de vidas humanas. Confira a seguir quatro casos emblemáticos, que evolveram famílias e trabalhadores assentados sobre verdadeiros coquetéis de resíduos orgânicos e rejeitos industriais e químicos.

Cidade dos Meninos, Rio de Janeiro

Uma fábrica de pesticidas instalada dentro de um complexo educacional. O cenário, aparentemente absurdo, foi registrado na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, na década de 50. Criada em 1946, em princípio como um abrigo para crianças e depois como um centro educacional, a chamada Cidade dos Meninos abrigou uma fábrica de HCH, vulgarmente denominado “pó-de-broca”, um pesticida, proibido no Brasil há mais de 20 anos, que utilizava como matéria-prima o cancerígeno benzeno. (mais…)

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Com Dandara eu luto!!

sistemacaracol – 950 famílias organizadas na Comunidade Dandara podem perder as suas casas por inoperância do poder Municipal. O terreno de 35.000 M² que pertencia a Construtora Modelo, deve mais impostos que o seu valor comercial, fato este que justificaria a desapropriação pela PBH. Mas não foi o que aconteceu, o Prefeito Marcio Lacerda virou as costas para a população pobre e deixou a questão para a justiça. Hoje uma ação de reintegração de posse movida pela Construtora pode ser executada a qualquer momento e deixar todos os 5.000 moradores na rua. A comunidade tem projeto urbanístico desenvolvido por professores e alunos de Arquitetura, ruas amplas, praças e pequenos comércios que garantem a sobrevivência de muitos.

Convidamos a população de BH a conhecer a Dandara e levar um abraço de solidariedade aos moradores.

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MG – Rede de apoio e solidariedade abraça a Comunidade Dandara

 

 

 

 

“A gente tem muita fé e coragem. A gente não está só. Quanto mais eles nos ignoram, mais aparece gente para nos apoiar.”

Por Maria do Rosário de Oliveira Carneiro

Desde que a Comunidade Dandara, no bairro Céu Azul, em Belo Horizonte, MG, recebeu a notícia de que seria expedido o mandado de despejo no processo de reintegração de posse que tramita na 20ª vara Cível da Comarca de Belo Horizonte, tem sido impressionante o grande número de manifestações de apoio e solidariedade à Comunidade no sentido de discordância com a decisão judicial e com a forma como o poder público do Estado de Minas tem tratado as 1.000 famílias que há 2,6 anos vivem na Dandara.

Pela internet estão sendo realizadas diversas campanhas de apoio a Dandara, inclusive internacional. De diversos cantos de mundo, grupos e pessoas têm encaminhado à Comunidade Dandara recados de apoio à Comunidade e contrários ao despejo. Na comunidade tem sido grande o número de visitantes, diariamente, presentes e apoiando as famílias. Um grupo de jovens apoiadores, inclusive, desde que soube da notícia do despejo, veio acampar e morar com as famílias de Dandara. (mais…)

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RS – Impasse sobre quilombo no litoral norte gaúcho está em Brasília

Titulação do Quilombo Morro Alto, entre Osório e Maquiné, põe em disputa quilombolas e pequenos agricultores | Foto: Divulgação/Comunidade Aguapés

Felipe Prestes

A delimitação de terras quilombolas em Morro Alto, no litoral norte gaúcho, deixou de ser uma questão regional. A área é considerada uma das mais delicadas em todo o Brasil, porque há grande número de quilombolas que a reivindicam, mas também um grande número de pequenos agricultores não-quilombolas vivendo por lá. A superintendência do INCRA no Estado agora “está de mãos amarradas”, aguardando determinações de Brasília.

Até a Casa Civil do governo federal entrou no impasse, coordenando conversas entre os vários órgãos federais envolvidos, como Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Fundação Cultural Palmares e Secretaria Geral da Presidência da República. Uma reunião entre estes órgãos estava marcada para a última quinta-feira (13), mas a superintendência do INCRA no RS não recebeu qualquer determinação depois disto.

Enquanto o governo federal não toma uma decisão, o processo de concessão da área à comunidade quilombola está parado. Ele teve início em 2004, com os quilombolas reconhecendo-se como tal e requerendo a área que consideram que lhes é de direito. O passo seguinte foi o Relatório de Identificação e Delimitação (RTID), por meio do qual foi delimitado o território quilombola por meio de um estudo feito pelo INCRA em parceria com especialistas da UFRGS. Eles definiram uma área total de 4,6 mil hectares, que fica nos municípios de Osório e Maquiné, para 456 famílias quilombolas – 193 delas já vivem lá. (mais…)

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