A ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Luiza Bairros, declarou no último dia 4 que negocia com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), e com o Ministério do Esporte, uma campanhas para combater à prática discriminatória durante a Copa do Mundo de 2014, no Brasil.
A preocupação da ministra está relacionada às cenas de racismo ocorridas recentemente no futebol internacional. “A CBF aceitou essa ideia com bastante alegria porque já é um trabalho feito pela Fifa [Federação Internacional de Futebol] na Europa. Portanto, teremos toda a possibilidade de reproduzir”, declarou Luiza sobre a campanha, durante entrevista à imprensa no seminário Empreendedorismo e Igualdade Racial em Grandes Eventos Esportivos, realizado no Rio de Janeiro.
O sucesso da campanha vai depender das negociações entre a CBF e os patrocinadores do Mundial. Caso a proposta seja aprovada, ela defende uma campanha com foco no racismo dentro e fora dos campos. “Se no futebol os negros são motivo de orgulho nacional, devemos ter a participação deles em todos os setores”, afirmou.
Segundo Ricardo Gomyde, assessor especial do Ministério do Esporte, que participou do evento com a ministra, disse que a campanha antirracista deve ser feita às vésperas dos jogos, com o provável apoio da Fifa. Segundo ele, a organização exige “jogo limpo em todos os sentidos” e já pune clubes no caso de demonstrações de racismo por parte dos torcedores.
Na Europa, onde torcedores já chegaram a arremessar bananas em jogadores, a Confederação de Futebol Europeia (Uefa) lança no dia 17 uma campanha antirracista. A ideia é realizar, durante uma semana, atividades para conscientizar atletas, dirigentes e fãs, em 40 países, com apoio da Rede Europeia contra o Racismo (Fare), que promove ações semelhantes desde 2001.
No Brasil, não há registro da realização de campanhas semelhantes, segundo informações da CBF. O Conselho Estadual dos Direitos dos Negros (Cedine) do Rio defende que a Lei Caó (que tipifica o racismo como crime inafiançável) também seja usada para os estrangeiros.O movimento negro, entretanto, está atento às competições regulares e à Copa. “A sociedade civil será uma espécie de olhos, ouvidos e boca desse segmento [dos negros] por meio de várias entidades no Brasil”, afirmou o presidente do Cedine Rio, Paulo Roberto Costa.
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