Campanha: Marãiwatsédé, Território Xavante

A COIAB em parceria com o povo Xavante está organizando uma grande manifestação de apoio à Terra Indígena Marãiwatsédé, no Mato Grosso, nos dias 27, 28 e 29 de outubro de 2011, com o objetivo de chamar a atenção da sociedade nacional para o drama dos parentes Xavante.

O Governo do Mato Grosso, junto com os deputados estaduais, promoveu uma verdadeira obra anti-indígena, ilegal, contrariando a Constituição Federal, ao criarem a Lei 9.564 que tenta obrigar o povo Xavante a abandonar o seu território tradicional, para dar lugar ao criminoso esquema do latifúndio e do agronegócio, patrocinado por políticos e fazendeiros da região.

A manifestação é um momento também para nos posicionarmos contra o Grupo de Trabalho da Assembleia Legistaliva e do Governo de MT, autorizado pelo Ministro da Justiça, que prevê a reavaliação dos processos para a demarcação de Terras Indígenas no Estado, o que vai trazer ainda mais dificuldades para o reconhecimento dos nossos direitos. (mais…)

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Carta de Repúdio contra a UHE de Tabajara/RO

Na semana passada os Tenharin, da TI Tenharin/Marmelo, de Humaitá e os Arara e Gavião da TI Igarapé Lourdes, de JI-Paraná estiveram reunidos para discutir sobre a possível construção da UHE de Tabajara, em Machadinho do Oeste/RO, que afetará os Tenharin e isolados daquela região.

Como resultado da reunião dessas lideranças, foi produzido uma Carta de Repúdio contra a construção da obra que afetará a vida dos povos indígenas da região.

CARTA DE REPÚDIO CONTRA A UHE TABAJARA/RO

ALDEIA MARMELO, 15 DE SETEMBRO DE 2011.

Nós povos indígenas Tenharin, da T. Indígena Tenharin/Marmelos no município de Humaitá e Manicoré – BR 230 – Transamazônica no Sul do Amazonas e representantes dos povos Arara e Gavião da T. Indígena Igarapé Lourdes de Rondônia, no município de Ji-Paraná, reunidos nos dias 15 a 16 de setembro na aldeia Marmelo, vimos por meio desta expressar nosso repúdio contra a construção da UHE Tabajara, no rio Machado, no município de Machadinho/RO, incluída no PAC II com previsão de inicio para 2012. (mais…)

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Como ter saúde em um planeta doente?

“A Terra está agonizando… a sua doença é causada, sobretudo, pelos maus-tratos dados pela humanidade”. (James Lovelock)

Marcus Eduardo de Oliveira*

Nos dias de hoje, a pergunta que mais preocupa todos aqueles que desejam obter qualidade de vida é: como ter saúde em um planeta doente?

Mas, como foi que o planeta ficou “doente”? Pelo menos desde o Neolítico (12.000 anos a. C.) as sociedades têm consumido num ritmo voraz e de forma crescente tudo aquilo que conhecemos por recursos da natureza. Acontece que esse consumo, desde então, tem sido agressivo, nada amistoso. Nesse ritmo avassalador, busca-se a todo e qualquer custo crescimento econômico, pois isso é erroneamente entendido como sendo sinônimo de progresso. Para obter isso, derrubam-se árvores, queimam-se florestas, polui-se o ar, a água e destroem-se os ecossistemas.

Não há margem à dúvida que a atividade econômica tem sido extremamente agressiva no que tange a extrair recursos, levar ao processo produtivo e, pós-consumo final, soltar resíduos, comprometendo, grosso modo, a capacidade do planeta Terra em lidar com essa situação. Em outras palavras, isso pode ser traduzido como sendo a era da “economia destrutiva”.

Em nome então do propagado crescimento econômico – como se não houvesse limites – o mundo moderno fecha os olhos a uma questão primordial: não leva em conta que a biosfera é finita, limitada e hermeticamente fechada. Qualquer tentativa de extrapolar isso gera pesados passivos ambientais. (mais…)

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Sem conseguir fim de impasse com indígenas, ministra da Defesa da Bolívia pede demissão

Renata Giraldi*, Repórter da Agência Brasil

Brasília – Sem conseguir o fim do impasse com os líderes indígenas da Bolívia, a ministra da Defesa, Cecilia Chacón, pediu demissão hoje (26) do cargo. A carta com o pedido de renúncia foi enviada durante a manhã por ela ao presidente boliviano, Evo Morales. No documento, a ex-ministra destaca que discorda da intervenção de ontem (25) dos policiais no movimento dos indígenas.

Os líderes indígenas de 16 etnias protestam contra a construção da Estrada Vila Tunari-San Ignacio de Moxos. Eles fizeram uma série de manifestações e marchas até a capital da Bolívia, La Paz. Por ordem de Morales, ministros negociaram diretamente com os líderes o fim dos protestos.

Para os indígenas, a construção da estrada não levará ao desenvolvimento da região, mas beneficiará setores específicos da sociedade. Ontem policiais dispersaram a marcha indígena usando bombas de gás lacrimogênio. (mais…)

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A Interoceânica Sul está pronta. E agora?

Maria Emilia Coelho, jornalista e documentarista, vive há quatro anos na Amazônia escrevendo e gravando imagens de uma realidade que está além do que mostra a mídia comercial. Textos e imagens, produzidos e captados com o seu olhar, revelam as vidas da Amazônia que convivem com a floresta, subsistindo, intercâmbiando, interagindo, integrando, pulsando!

Um olhar que destoa das comemorações das grandes obras que se concretizam com a integração binacional Acre-Brasil/Peru, de cunho estritamente econômico. Como é o caso do vídeo “A Interoceânica Sul está pronta. E agora?”. (mais…)

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El turismo de “safari humano” destruye el intento de la ONU de unir culturas


Dos jarawas se relajan junto al mar en las islas Andamán.
Dos jarawas se relajan junto al mar en las islas Andamán.

Los viajes y el turismo tienen el poder de unir culturas y suponen “un paso más en el camino hacia la paz”, según Naciones Unidas. Sin embargo, mientras el mundo celebra el trigésimo segundo Día Mundial del Turismo, Survival International ha recibido informes sobre presuntos abusos sexuales a una mujer indígena en las islas Andamán, en la India.

Sus exóticas playas hacen del archipiélago un atractivo destino turístico, pero ese turismo también está haciendo a los indígenas cada vez más vulnerables. Las excursiones se están convirtiendo en “safaris humanos”.

Esta tendencia supone que indígenas que sólo recientemente establecieron contacto están ahora en peligro inminente, debido a las influencias del exterior. La presunta víctima de este último ataque es miembro del pueblo indígena Jarawa. La policía ha arrestado a dos hombres no Jarawas. (mais…)

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Culturas nacionais: Anotações sobre a morte e o esquecimento

Troy Davis recusou a última refeição, recusou o tranqüilizante. Mas falou. Disse a mesma coisa que repetiu dia a dia durante seus últimos 22 anos: “sou inocente”. De nada adiantou: a Suprema Corte dos EUA se negou a suspender a sentença de morte, apesar dos erros estridentes que coalharam todo o processo. Enquanto isso, no Brasil, era aprovada uma “Comissão da Verdade”. Até a última hora, o governo foi obrigado a conceder e conceder. É como se em meu país, olhar de lado, não mexer no passado, ficar distante e dissimular fizesse parte da cultura nacional. Faz?

Troy Davis

Eric Nepomuceno

1.
Aconteceu nos Estados Unidos, em Jackson, capital da Geórgia, um estado sulista, por volta das sete da tarde, hora local, da quarta-feira, dia 21. Aconteceu com Troy Davis, negro, 42 anos de idade.

Todo condenado à morte, é tradição, tem direito a dizer suas últimas palavras. E também de pedir sua última refeição. E, diz a lei que nos Estados Unidos autoriza assassinatos legais, tem direito a tomar um tranqüilizante poderoso antes de ser conduzido para a execução.

Troy Davis recusou a última refeição, recusou o tranqüilizante. Mas falou. Disse a mesma coisa que repetiu dia a dia durante seus últimos 22 anos: “sou inocente”. De nada adiantou: a Suprema Corte dos Estados Unidos se negou a suspender a sentença de morte, apesar dos erros estridentes que coalharam todo o processo. Jamais foi encontrada a arma do crime – ele foi acusado de ter assassinado um policial branco chamado Mark McPhail –, e sete das nove testemunhas que depuseram contra ele depois admitiram ter mentido. ‘Não fui eu’, disse Troy em sua derradeira fala. ‘Eu não tinha nenhuma arma, sou inocente’. (mais…)

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Sabemos o que estamos comendo?

Amélia Rocha

O alimento é uma necessidade básica: sem alimento não sobrevivemos. E a pergunta de hoje é: nós sabemos o que estamos comendo? Nós temos segurança alimentar? O direito do consumidor brasileiro nos protege neste sentido “alimentar”?

Teoria da qualidade ou confiança

Os artigos 8 a 10 do Código Brasileiro de Proteção e Defesa do Consumidor (CDC) regulam a necessária qualidade mínima de produtos e serviços a serem comercializados no Brasil. É preciso que qualquer produto ou serviço tenha um mínimo de qualidade a despertar a confiança necessária do consumidor, não lhe agredindo a vida, a saúde nem a segurança. O objetivo da lei é garantir que se o produto está sendo comercializado, se tenha uma premissa de que ele não causará qualquer dano a vida, saúde ou segurança do consumidor.

Para tanto, o nosso CDC adota (emprestado do “direito ambiental”) o princípio da precaução que, na prática, é mais ou menos assim: “se tem dúvidas se pode fazer mal, não pode comercializar”, de modo que “o fornecedor não poderá colocar no mercado de consumo produto ou serviço que ele sabe (ou deveria saber) que apresenta alto grau de nocividade ou periculosidade à saúde ou segurança”. O “deveria saber” no texto legal decorre do risco do negócio e da responsabilidade contratual e extracontratual daquilo que é comercializado. Daí a importância de prévias, periódicas e consistentes pesquisas cientificas. E quando se trata de alimentos a responsabilidade é ainda maior. (mais…)

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Ipiranga, 895

Por Antônio Martins

“Outras Palavras” lança webdocumentário sobre ocupações de prédios em São Paulo e convida para  seminário “Jornalismo de Profundidade na Era Digital”

Em 30 de setembro de 2010, a redação de Outras Palavras vivia uma noite literária e política. O escritor e poeta cubano Félix Contreras comandava um sarau de poesias e discutia a Revolução, suas conquistas e dívidas. Perto do final, o jornalista Breno Castro Alves interrompeu a sessão para um anúncio-convite.Outras Palavras realizaria uma experiência nova, para a qual todos estavam convidados: a produção de um webdocumentário, algo ainda pouco comum no jornalismo brasileiro.

A cena é retrato de uma dimensão de Outras Palavras ainda pouco conhecida pelos leitores. Desde o início de 2010 o site anima, também, um Ponto de Cultura. Seu papel é investigar o uso das novas tecnologias de comunicação compartilhada, desenvolvendo o jornalismo de profundidade que procuramos praticar. No ano passado, ele teve viés principalmente teórico (em 2011 será diferente, como se verá ao final). Cerca de trinta pessoas participaram de oficinas sobre o tema, realizadas às noites de quinta-feira durantes um semestre de encontros. (mais…)

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