O Ministério Público Estadual pediu à Justiça de 1ª Instância que mantenha os nove presos na ‘Operação Grilo’ na cadeia. Os envolvidos são acusados de montar um esquema de grilagem de terras públicas ou pertencentes a pequenos agricultores. Os detidos tiveram a prisão temporária decretada no último dia 21. Ela vale por cinco dias. O MP pediu a prorrogação por tempo indeterminado.
A operação, realizada pelo Ministério Público Estadual (MP) em conjunto com a Polícia Federal, culminou na exoneração do secretário estadual de Regularização Fundiária Manoel Costa (PDT), apontado nas investigações como comandante da quadrilha.
Entre os detidos na última terça-feira (20) está o ex-diretor-geral do Instituto de Terras (Iter), autarquia subordinada à pasta de Regularização Fundiária, Ivonei Abade Brito. O desembargador Reinaldo Portanova, da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, negou habeas corpus impetrado pela defesa de Ivonei para que seja posto em liberdade. No despacho, o desembargador alegou que “o paciente tem poderio econômico, forte influência política e amplo acesso ao órgão investigado, mantendo, mesmo exonerado do cargo de chefia, contatos na administração pública e no Iter-MG.” Para o magistrado, o acusado poderia atrapalhar as investigações, se for solto.
Fortuna aplicada em terras do Norte
O ex-diretor do Iter, preso em Montes Claros, declarou ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) possuir R$ 2,5 milhões. Quase metade de sua fortuna está aplicada em terras no Norte de Minas. A outra metade diz respeito a empresas em seu nome. Segundo ele próprio confirmou, em depoimento à Polícia Federal, uma de suas empresas, a Karambi Alimentos, já teve como sócio Manoel Costa. Na ação civil pública que instruiu a prisão de Ivonei e outros oito acusados de grilagem de terras, o Ministério Público Estadual sustenta que os envolvidos têm patrimônio que não condiz com as funções por eles exercidas.
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