Reunião para discutir a CSA termina em tumulto no Rio

O processo de instalação da empresa, na região de Santa Cruz, zona oeste do Rio, foi polêmico desde o início

Leandro Uchoas

A instalação da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) pela ThyssenKrupp na região de Santa Cruz, zona oeste do Rio de Janeiro, virou uma novela, de potência dramática inédita na teledramaturgia brasileira. Vez ou outra, os capítulos mais tristes são reexibidos, para desespero de espectadores que não optaram por assistir a essa história. Na última terça-feira (20), ocorreu um dos episódios mais melodramáticos. Porém, ao menos dessa vez, o final foi feliz para os que resistem.

O secretário estadual do ambiente, Carlos Minc (PT), marcou uma reunião na região para prestar contas à população do que estaria sendo feito. Minc vinha sendo criticado por ter faltado a três convites na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), realizados pela Comissão Especial de investigação das denúncias contra a empresa, formada pelos deputados estaduais Paulo Ramos (PDT), Janira Rocha (PSOL) e Lucinha (PSDB). Vista pelos movimentos sociais como o mecanismo encontrado para se moldar uma falsa democracia, a reunião contou com a presença da presidente do Instituto Estadual do Ambiente, Marilene Ramos, entre outras autoridades, todas favoráveis ao empreendimento.

O encontro foi marcado para acontecer no Colégio Estadual Erich Walter Heime, construído com recursos da CSA – o logotipo da empresa está gravado nas paredes da instituição. Foi uma reunião turbulenta do início ao fim. Com os manifestantes protestando a menos de vinte centímetros da mesa, com faixas, gritos e apitos, dos discursos – todos favoráveis ao reparo dos danos para legitimação do empreendimento – foram feitos aos berros no microfone. Ao fundo, uniformizados, trabalhadores da empresa, cujos movimentos eram orientados por duas pessoas, aplaudiam os discursos. (mais…)

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Militantes criticam Comissão da Verdade aprovada pelo governo

A Câmara dos Deputados aprovou o projeto do governo que cria a Comissão da Nacional da Verdade. O Grupo Tortura Nunca Mais se nega a reconhecer essa Comissão nos moldes em que foi criada. A proposta da Comissão também deverá ser aprovada no Senado.

A Comissão será formada por sete integrantes, todos indicados pela presidenta Dilma. Um dispositivo proposto pelo partido Democráticos (DEM) impede a participação de militantes que lutaram contra o regime militar na Comissão.
Cecília Coimbra, presidente do Grupo Tortura Nunca Mais, explica que o grupo é contra essa Comissão por ter um formato antidemocrático e sem autonomia.

Para a ativista, o governo está fazendo uma “encenação” diante da comunidade internacional, após sofrer pressão por responder sobre a violações dos direitos humanos ocorridas no país, principalmente no período da ditadura militar. (mais…)

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Polícia prende terceiro suspeito de matar extrativistas no Pará

Felipe Luchete

As polícias Civil e Militar do Pará prenderam na noite de quarta-feira (21) Alberto Lopes Teixeira do Nascimento, 29, um dos suspeitos de ter participado do assassinato dos extrativistas José Claudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo, em maio. Ele estava foragido.

Outros dois homens foram presos no domingo (18) –José Rodrigues Moreira, suposto mandante, e seu irmão Lindonjonson Silva Rocha, suspeito de ter atirado no casal em um assentamento de Nova Ipixuna, no sudeste do Pará.

Nascimento foi preso na própria cidade de Nova Ipixuna e deve ser levado a Belém, de acordo com o delegado Marcos Cruz. Segundo a Polícia Civil, ele já foi condenado pela Justiça por roubo.

O inquérito policial apontou que os três foram responsáveis pelas mortes, motivadas por uma disputa de terras do assentamento Praialta Piranheira. A prisão preventiva foi decretada em julho. (mais…)

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RO – Novo despejo e graves ameaças

Armas apreendidas em Chupinguáia.
Cinquenta e quatro famílias do Acampamento Barro Branco foram novamente despejadas em Chupinguáia, a pedido do empresário, político e pecuarista Ilário Bodanese, de Vilhena.

No mesmo dia Udo Walhbrink, presidente do sindicato de trabalhadores rurais de Vilhena,  sofreu novamente graves ameaças de morte e teve que fugir depois da abordagem suspeita de um carro com dois homens desconhecidos.

As famílias do Barro Branco já tinham sofrido despejo em fevereiro, e mais tarde voltaram a ocupar a terra da União reivindicada para reforma agrária.

Outras lideranças do acampamento sofreram ameaças e dois homens foram baleados em junho. Depois da intervenção da Ouvidoria Nacional contra a Violência no Campo, um pistoleiro foi detido e diversas armas foram retiradas da Fazenda Bodanese. (mais…)

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BA – Empresas de energia eólica ameaçam camponeses

Por Gilmar Santos

A produção de energia eólica tida como uma matriz limpa começa a mostrar seus primeiros sinais de sujeira no município de Caetité, sudoeste do estado da Bahia. O que era especulação quanto ao potencial eólico da região e a chegada de grandes empresas do setor começa a se concretizar desencadeando problemas e conflitos.

São grandes empresas, principalmente oriundas da região Sul e Sudeste do País, a exemplo da Polimix, Atlantic, EPP e outras que iniciam todo trabalho de pesquisa e especulação de propriedades rurais convencendo trabalhadores camponeses a aceitarem os contratos de arrendamento de suas terras para implantação de torres para geração de energia. Tal fato tem gerado um desconforto junto às famílias que tem resistido em não assinar os contratos ao tempo que começam a ter suas posses ameaçadas e terras de uso comum sendo apropriadas pelas empresas. Tem sido assim nas comunidades Malhada de Maniaçu, João Barroca, Lagoa do Mato.

O caso mais emblemático e recente é o da comunidade de Caldeiras, onde proprietários e posseiros estão sendo pressionados pelas empresas Atlantic e Polimix. A primeira empresa havia feito os contratos de arrendamentos com os posseiros e proprietários, que compraram as suas posses de Newton Oliveira Barros e Lelia Regina Cardoso Vilasboas Barros. Passados mais de 20 anos da compra, os filhos do antigo proprietário venderam pela segunda a vez a área. Agora para a empresa POLIMIX, que imediatamente entrou com um pedido de reintegração de posse, sendo expedido pelo juiz da comarca local, que de maneira imediata fez cumprir o mandado derrubando mais de 3800 metros de cercas dos posseiros e as casas de moradia dos mesmos. (mais…)

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Por el retiro inmediato de todas las tropas de ocupacion de Haiti

Tropas de Argentina, Bolivia, Brasil, Chile, Ecuador, Guatemala, Paraguay, Per y Uruguay, junto a otros pases en la llamada Misión de las Naciones Unidas para la Estabilización de Haití (MINUSTAH), ocupan militarmente desde hace mas de siete años el territorio del hermano pueblo de Haití.

Las Naciones Unidas que han instrumentado esta ocupación, no hacen más que aceptar y continuar una invasión unilateral y arbitraria de EE.UU. y Francia, que derrocaron y secuestraron a un presidente electo democráticamente.

En siete años, los pretextos invocados han sido totalmente desmentidos por los hechos. Se habló de llevar la paz, y se ha llevado la paz de cementerio.

La MINUSTAH reprime las huelgas y luchas de los trabajadores que enfrentan la terrible miseria y súper- explotación en que viven, y ha provocado mas de cien muertos.

Se habló de ayudar al pueblo haitiano, y se introdujo una epidemia de cólera que ha provocado más de seis mil muertos y más de cuarto millón de afectados.

A más de un año del terremoto, un millón de haitianos sigue sin techo. Mientras tanto, un soldado de la MINUSTAH consume lo que veinte haitianos.

Se realizó una farsa electoral con los principales partidos políticos proscritos, una votación marginal y resultados digitados. (mais…)

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MG – Esquema de grilagem de terras usava paraíso fiscal no Uruguai

casa grilagem
Endereço na Pampulha onde agentes da Polícia Federal apreenderam documentos e uma arma

Ex-secretário Manoel Costa é acusado de ter adquirido imóvel da Secretaria Estadual da Fazenda por apenas R$ 164

Amália Goulart – Do Hoje em Dia

O esquema de apropriação ilícita de terras públicas, chefiada, segundo as investigações do Ministério Público Estadual (MPE), pelo ex-secretário estadual extraordinário de Regularização Fundiária, Manoel Costa (PDT), utilizava-se de paraísos fiscais para operar. No inquérito da “Operação Grilo”, deflagrada na última terça-feira, consta que uma das duas mineradoras beneficiadas, a Floresta Empreendimentos, fazia uma triangulação com outras duas empresas sediadas em Montevidéu, no Uruguai. 

A Floresta tem mais de 98% de seu capital registrado em nome da Sunrise Participações Ltda. Já a Sunrise está registrada em nome da Willes International S/A, “sediada em Montevidéu, no Uruguai, conhecido paraíso fiscal que abriga parte dos volumosos recursos públicos desviados ou subtraídos das administrações públicas do Brasil”, diz trecho da ação produzida pelo MP. Ainda detém ações da Sunrise, o empresário Marcos Gonçalves Machado, preso na operação. Em um dos depoimentos, o empresário é acusado de promover, por meio de violência, a saída de uma família de uma fazenda em Rio Pardo de Minas para que servidores do Instituto de Terras (Iter) providenciassem o registro da mesma em nome de integrantes da quadrilha. (mais…)

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Mulheres brasileiras pedirão na ONU maior combate ao racismo na América Latina

Luciana Lima, Repórter da Agência Brasil

Brasília – A necessidade de uma atenção maior ao problema da mulher negra na América Latina será levantada por representantes da organização não governamental (ONG) Geledés – Instituto da Mulher Negra, que participam hoje (22), em Nova York, da reunião de alto nível sobre os dez anos da Conferência de Durban. A reunião faz parte dos debates da 66ª sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

Nilza Iraci, uma das representantes da ONGs, foi a escolhida para representar as mulheres brasileiras no encontro. Em entrevista à Agência Brasil, ela disse que aproveitará o tempo para lembrar que as mulheres negras estão na base da pirâmide social, não só no Brasil, mas nos demais países da América Latina e do Caribe. Segundo ela, racismo e sexismo andam juntos na região e precisam ser enfrentados pelos governos.

“Recismo e sexismo andam juntos e sem essa conciência não se resolve a questão”, disse Nilza. Para ela, é preciso lembrar que no caso da mulher negra, na região, há uma dupla vitimização. “Basta olhar a base da pirâmide social no Brasil. São as mulheres negras que recebem os menores salários, que não têm acesso aos serviços de saúde de qualidade. Há um conjunto de situações que afetam, especialmente, a vida das mulheres negras”, destacou. (mais…)

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Avanços raciais no Brasil serão tema de reunião da ONU

Luciana Lima, Repórter da Agência Brasil

Brasília – Os avanços do Brasil nos últimos dez anos no tratamento das questões raciais serão a tônica do discurso que a ministra Luiza Bairros, da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), faz hoje (22), em Nova York, na reunião sobre os dez anos da Conferência da Durban, realizada na África do Sul. A reunião faz parte da 66ª sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU)

A ministra pretende destacar o pioneirismo do Brasil no tratamento das questões raciais durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o compromisso da presidenta Dilma Rousseff de manter essas conquistas. Entre os avanços a serem citados está a criação da própria secretaria, que tem status de ministério e representa um dos compromissos assumidos em Durban.

Luiza Bairros terá um discurso de incentivo para que outras nações sigam o exemplo do Brasil, criando pastas específicas para tratar do assunto, política adotada, segundo ela, pelo próprio governo na relação com os estados e prefeituras. (mais…)

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Direitos Humanos discutirá racismo institucional e faxina étnica

A Comissão de Direitos Humanos e Minorias realizará audiência pública no dia 15 de novembro para discutir o racismo na sociedade brasileira, o conceito de faxina étnica e o impacto dos grandes eventos esportivos nas populações negras e pobres.

O debate foi proposto pelo deputado Jean Wyllys (Psol-RJ), como parte das comemorações do Dia Nacional da Consciência Negra (20 de novembro). “As desigualdades sociais têm cor e estão profundamente enraizadas no racismo institucional que estrutura a sociedade brasileira e que se materializa em políticas praticadas pelo Estado, em todos os seus níveis”, diz.

O deputado cita dados estatísticos que mostram as condições desfavoráveis da população negra e acrescenta que, ultimamente, “há um novo modelo de grande cidade que vem sendo implantado no Brasil na esteira dos ‘grandes eventos’ e que tem seu laboratório no Rio de Janeiro”.

“Nesse modelo, os territórios de moradia negra são aqueles que mais sofrem com as políticas de remoção e despejo, na medida em que nossas cidades vêm sendo remodeladas para que poucos possam usufruir delas. As tradições religiosas afro-brasileiras estão severamente perdendo espaço. Sem reconhecimento, os terreiros de umbanda e de candomblé têm sido destruídos e removidos”, acrescenta. (mais…)

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