Livro sobre agrotóxicos será lançando durante Encontro de Diálogos e Convergências

O uso descontrolado de agrotóxicos no Brasil tem crescido muito aceleradamente nos últimos anos, afetando agricultores familiares, populações rurais e consumidores. Mas técnicos de assessoria rural, lideranças dos movimentos sociais, profissionais à frente de programas de educação ou de ações comunitárias de promoção da saúde têm ainda uma grande carência de informações abrangentes e sistematizadas capazes de orientar na prática as ações de enfrentamento.

O livro “Agrotóxicos no Brasil – um guia para ação em defesa da vida” traz informações importantes sobre a legislação, sobre programas de monitoramento de resíduos em alimentos, sobre como identificar, encaminhar, notificar e prevenir casos de intoxicação, sobre os processos de reavaliação toxicológica dos agrotóxicos autorizados no Brasil, entre outras. Essas informações são acompanhadas de orientações objetivas visando subsidiar ações práticas de combate às irregularidades, de melhoria dos mecanismos de controle e de resistência a este modelo de agricultura que envenena os campos, as cidades, a água, o ar e as pessoas.

A publicação do livro, de autoria de Flavia Londres, é uma promoção da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) e da Rede Brasileira de Justiça Ambiental (RBJA).

O lançamento acontecerá no dia 28 de setembro, em Salvador – BA, durante o Encontro Nacional de Diálogo e Convergências.

Em breve o livro estará também disponível na internet, no site www.aspta.org.br.

 

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Diálogos e Convergências: Seminário sobre Agroenergia será no dia 28

O Seminário Agroenergia: impactos da expansão dos monocultivos para agrocombustíveis e padrões alternativos de produção e uso de energia no mundo rural será realizado durante o Encontro de Diálogos, no dia 28 de setembro, de 8:30 às 18:30h.

Confira as experiências que serão apresentadas durante o Seminário e os textos de referência:

1) O caso do avanço do dendê na Amazônia

Quem apresenta: Verena Glass – Repórter Brasil

Textos de referência:

– O Brasil dos Agrocombustíveis: Os Impactos das Lavouras sobre a Terra, o Meio e a Sociedade Volume 5 – Gordura Animal, Algodão, Dendê, Pinhão-manso, Girassol e Canola – setembro de 2009. Páginas 29-33

http://www.reporterbrasil.org.br/documentos/o_brasil_dos_agrocombustiveis_v5.pdf

– A agricultura familiar e o programa nacional de biodiesel. Novembro de 2010 Páginas 17-36

http://www.reporterbrasil.org.br/documentos/AgriculturaFamiliar_Biodiesel2010.pdf (mais…)

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Encontro Nacional de Diálogos e Convergências começa dia 26 em Salvador, Bahia

Um espaço para unir experiências em defesa de um modelo soberano e justo para a vida no planeta

Agroecologia, saúde e Justiça Ambiental, Soberania Alimentar, Economia Solidária e Feminismo. Como estes temas estão relacionados? Que iniciativas há nestas áreas?  Quais são os nossos desafios na construção e defesa de um outro modelo de desenvolvimento? E o que temos a nosso favor neste processo? São estas e outras questões que o Encontro Nacional de Diálogos e Convergências: agroecologia, saúde e justiça ambientalsoberania alimentar e economia solidária quer ajudar a responder.  O encontro será realizado de 26 a 29 de setembro, em Salvador, na Bahia, e reunirá cerca de 300 participantes entre trabalhadores do campo e da cidade, movimentos sociais, pesquisadores, estudantes e diversas outras organizações que estão diretamente relacionadas aos temas acima e trabalham para promover estes direitos.

As palavras diálogosconvergências têm um significado bastante importante para a ideia do encontro. É um encontro de diálogos porque pretende ser um espaço para a troca de idéias, conhecimento de experiências, intercâmbio de informações de forma democrática e transparente. E é também de convergências porque quer estimular que experiências e pensamentos que levem a construção de um modelo de desenvolvimento justo com o meio ambiente e os seres humanos se encontrem e unam forças para enfrentar a forma predatória e exploratória em curso hoje. E, além disso, apontem, coletivamente, caminhos concretos de práticas diferenciadas. (mais…)

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Garimpo ameaça comunidade indígena no interior do Amazonas

A atividade de garimpeiros é denunciada durante encontro regional dos povos indígenas do município de Jutaí, distante 749 km de Manaus. A ameaça do garimpo não é novidade na área

Lideranças indígenas do município de Jutaí (a 751 quilômetros a oeste de Manaus), no interior do Amazonas, denunciaram que garimpeiros teriam invadido a ‘Terra Indígena Rio Biá’ e que a invasão foi facilitada por funcionários do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI – Médio Solimões), que atuam no Polo Sanitário Biá.

Os garimpeiros teriam participado de uma reunião entre os índios Katukina da aldeia Boca do Biá e negociado a permanência deles no local, segundo as lideranças.

De acordo com os indígenas que fizeram a denúncia, os garimpeiros estariam prospectando a região conhecida como ‘Ressaca da Onça’.

Os garimpeiros revolvem o fundo dos rios com dragas e despejam resíduos com mercúrio que contaminam as águas e os peixes, permitindo que o metal pesado entre na cadeia alimentar das populações. Isso coloca os moradores das aldeias do Biá em situação de risco, além de preocupar as intenções de indígenas e ribeirinhos de investirem no mercado de comercialização do pirarucu. (mais…)

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Violência contra educadores e contra a educação, artigo de Gilvander Moreira

É hora de parar de olhar para o dedo e prestar atenção para onde a greve das/os professoras/res aponta.

Gilvander Moreira1

Do rio que tudo arrasta, se diz que é violento. Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem.” (Bertold Brecht)

[EcoDebate] A greve dos professores da Rede Estadual de Minas Gerais, como uma ocupação de propriedade que não cumpre a função social, revelou uma grande ferida: um problema social que com certeza não existiria se o povo mineiro tivesse recebido, historicamente falando, uma educação pública de qualidade.

Uma professora, cujo nome fictício é Maria (é melhor não citar o nome para evitar retaliação), escreveu-me dizendo:

“Tenho estado em sala de aula há 24 anos, desde 1987. Fui parar numa sala de aula da Rede Estadual de Educação de Minas Gerais por amor à profissão e por incentivo salarial, pois quando comecei a lecionar, em 1987, o nosso Salário Base (vencimento básico) correspondia a três salários mínimos (hoje, R$1.635,00) para quem lecionava de 5ª à 8ª série, e cinco salários mínimos (hoje, R$2.725,00) para quem lecionava para o Ensino Médio. Tinha perspectiva de carreira profissional. Com o tempo, vi a nossa situação piorando ano a ano, suportável durante algum tempo, mas há 9 anos sinto-me no fundo do poço. Sou mãe e tenho dificuldades para manter as despesas da casa. Moro de aluguel, não consigo viajar de férias há uns seis anos, dependo de um Plano de Saúde que não funciona  (IPSEMG), gasto dinheiro com antidepressivos para conseguir trabalhar dois horários em condições que não carecem de serem descritas aqui. Sei que existem outras/os professoras/res em situações piores e me firmo nisso para não cair no desespero diante das consequências dessa nossa luta que é justíssima.” (mais…)

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Que substituirá a social-democracia?

Immanuel Wallerstein afirma: ilusão num capitalismo “humanizado” persiste; converteu-se em crença nos BRICs; perdurará até surgimento de novo projeto transformador

Tradução: Antonio Martins

A social-democracia teve seu apogeu no período entre 1945 e o final dos anos 1960. Naquele momento, representou uma ideologia e um movimento que lutaram pelo uso dos recursos do Estado para assegurar alguma distribuição em favor das maiorias, de distintas formas concretas. Expansão dos sistemas de Saúde e Educação. Garantia de níveis de renda ao longo da vida, por meio de programas que atenderam às necessidades dos sem-emprego, particularmente as crianças e idosos. Programas para reduzir o desemprego. A social-democracia prometeu um futuro sempre melhor para as gerações seguintes, algo como a elevação permanente da renda nacional e das famílias. Chamou-se isso de “estado do bem-estar social”. Era uma ideologia que refletia o ponto de vista segundo o qual o capitalismo poderia ser “reformado” e assumir uma face mais humana.

Os social-democratas foram particularmente poderosos na Europa Ocidental, Grã-Bretanha, Austrália e Nova Zelândia, Canadá e Estados Unidos (onde eram chamados Democratas do New Deal). Em outras palavras, nos países ricos do sistema-mundo, aqueles que poderiam ser chamados de integrantes do mundo pan-europeu. Seu sucesso foi tão vasto que seus oponentes à direita também adotaram o conceito de estado do bem-estar social, limitando-se a reduzir sua abrangência e seus custos. No resto do mundo, os estados tentaram pular no bonde por meio de projetos de “desenvolvimento nacional”. (mais…)

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Artistas e intelectuais lançam manifesto pela Comissão da Verdade

Intelectuais e artistas lançaram manifesto de apoio à Comissão da Verdade, cuja votação está prevista para amanhã, 21. As primeiras assinaturas são de Leonardo Boff, Emir Sader, Marilena Chauí e Fernando Morais. Segue o texto:

As oportunidades da vida nos levaram ao caminho da arte, da música e do espetáculo e, ao seguirmos esses passos, nos transformamos não apenas em artistas e intelectuais, mas em militantes da liberdade, já que temos a possibilidade de expressar nossas ideias e nossos sonhos na linguagem da arte e do conhecimento.

A democracia não nos foi dada, ela foi conquistada por uma geração que não se calou diante da opressão. A experiência vivenciada naquele período de repressão marcou vidas e foi capaz de mudar a história, mas ainda não podemos celebrar a democracia se não tivermos pleno conhecimento das violações cometidas nesse passado tão recente.

O que nos move nesse momento é a esperança de que os parlamentares possibilitem a atual e as futuras gerações o conhecimento desses fatos, para sabermos a verdadeira verdade. Como defensores da livre expressão do pensamento e da democracia, manifestamos ao Congresso Nacional nosso desejo de aprovação do Projeto de Lei 7.376/2010, que cria a Comissão Nacional da Verdade para que essas violações sejam lembradas e conhecidas pelo povo brasileiro, pois essa é a única forma de garantirmos que isso nunca mais aconteça.

Chegou a hora da verdade que o Brasil tanto espera.

Brasília, 20 de setembro de 2011.

 

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