Após desculpas, Zara anuncia “acordos” ainda não fechados

Executivos da Inditex, dona da grife Zara, estiveram no Congresso para tratar do caso de escravidão flagrado na cadeia da empresa. Para se retratar, disque-denúncia foi lançado; duas outras medidas apresentadas são promessas

Por Maurício Hashizume

Brasília (DF) – Um mês após a divulgação do flagrante de mão de obra escrava na fabricação de peças de roupa da marca Zara, executivos do grupo espanhol Inditex, que é dono da grife, compareceram ao Congresso Nacional brasileiro para pedir desculpas públicas pelo ocorrido.

Jesus Echevarria, diretor da Inditex, esteve no Congresso Nacional e pediu desculpas (Foto:MH)

“Gostaríamos de pedir desculpas por não termos tido conhecimento desta situação antecipadamente, de modo a evitá-la”, disse Jesus Echevarria, diretor global de comunicação da Inditex, em reunião da Comissâo de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados (CDHM), convocada para “avaliar a situação e definir propostas de enfrentamento das violações de direitos humanos de trabalhadores estrangeiros no Brasil e do tráfico de brasileiros para exploração em outros países”, realizada nesta quarta-feira (14).

O executivo admitiu, em reação à pergunta do deputado federal Chico Alencar (PSol-RJ), que o impacto gerado pelo caso de exploração de imigrantes sul-americanos em condições análogas à escravidão foi “terrível”. “Não há dano maior que possa afetar uma companhia de caráter internacional como a nossa do que esse que ocorreu”, emendou. Além de Jesus, também compôs a mesa o diretor-presidente da Zara Brasil, Enrique Huerta González, que já havia sido convidado pela Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) a comparecer à reunião com propósitos semelhantes, mas se ausentou. (mais…)

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A polêmica do feijão

 (LUOMAN / ISTOCKPHOTO)A aprovação do feijão geneticamente modificado, pela CTNBio, abre um momento de controvérsias entre cientistas, produtores e ambientalistas

 

Yadine Ximenes

De um lado, se fala em um futuro de fartura na mesa, promessa de grande produtividade no campo e um preço bem melhor para o consumidor. Do outro, argumentos como risco à saúde, problemas ambientais e a necessidade de mais pesquisas para garantir a segurança alimentar da população. O certo é que essa polêmica ainda deverá se estender sobre o recém-aprovado feijão transgênico que passará a frequentar o prato do cidadão brasileiro.

O feijão geneticamente modificado, desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), foi liberado na última quinta-feira, 15, pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). Teve 15 votos a favor, duas abstenções e cinco pedidos para mais testes e pesquisas. A variedade é resistente a um dos piores inimigos dos produtores, o vírus do mosaico dourado, transmitido pela mosca branca.

É o primeiro organismo geneticamente modificado produzido exclusivamente por uma instituição nacional. Com a aprovação pela CTNBio, as sementes do feijão transgênico serão multiplicadas. A previsão é de que cheguem ao mercado entre dois e três anos.  (mais…)

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Morales promete consulta a indígenas sobre estrada polêmica

Carlos A. Quiroga

LA PAZ (Reuters) – O presidente da Bolívia, Evo Morales, prometeu na sexta-feira realizar uma ampla consulta aos povos indígenas amazônicos, inclusive com observadores internacionais, antes de iniciar as obras de uma polêmica rodovia que atravessará um parque nacional.

Com essa promessa, ele tenta convencer centenas de indígenas a interromperem uma marcha de protesto que já dura um mês. Os nativos da área afetada dizem que o projeto, parcialmente financiado pelo Brasil, irá destruir a sua região e contradiz o habitual discurso de Morales em defesa da “Pachamama” (Mãe Terra). Eles exigem discutir o assunto diretamente com Morales, e não com seus ministros.

O presidente, que também é indígena, fez o anúncio durante sua primeira visita ao Território Indígena e Parque Nacional Isiboro Sécure (Tipnis). Morales é da etnia Aimará, majoritária no Altiplano boliviano, enquanto os manifestantes pertencem a grupos indígenas minoritários. (mais…)

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“Faces”, por Alvaro Villela

Depois que finalizei o projeto com os índios da comunidade Pankararé, que vivem no sertão brasileiro, me voltei para os povos das águas. Desde 2007, venho documentando pescadores, marisqueiras, agricultores, mestiços, brancos e negros, e nesse envolvimento com as comunidades ribeirinhas, cheguei aos quilombolas da Barra e do Bananal, duas pequenas comunidades de negros, descendentes de escravos que fugiram de um navio negreiro naufragado na costa sul da Bahia, e que vivem desde o século XVII às margens do Rio Brumado, no município de Rio de Contas, na Chapada Diamantina, no Estado da Bahia.

É importante saber que existem classificadas 724 comunidades remanescentes de quilombos no país, totalizando mais de 2 milhões de pessoas, distribuídas em 30,6 milhões de hectares de terras. Terras que não necessariamente lhes pertencem, apesar da ocupação secular. E como as comunidades não possuem certificados de propriedade, ficam à margem, não podendo, por exemplo, pedir empréstimo em banco para plantar. (mais…)

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Repórter acha que apresentar o Fantástico é mais importante que presidir o Brasil

Muito script, muita prepotência e pouco preparo

O vídeo ao final merece ser visto, até para que não se duvide do teor do texto de Urariano Mota. A arrogância revoltante e quase inacreditável  é compensada pelo olhar de ódio final, que revela claramente o caráter da pessoa. TP.

A arrogância de uma emissora que transmite a ilusão criminosa de estar acima das instituições, e de que a sua utilidade para a população (muitos reféns da fantasia) se sobrepõe às ações governamentais

Por Urariano Mota

Desde o tempo em que trabalhei no rádio, aprendi que uma entrevista nem sempre deve começar pelo que mais interessa. Pois existiria depois o que se chama edição, onde o fundamental que interessava à pauta assumiria o devido lugar de destaque. Assim fizemos em mais de um Violência Zero, esse era o nome do programa, um espaço de direitos humanos no rádio, que então denunciava os criminosos da boa sociedade em Pernambuco.

Mas nunca, nem mesmo no dia em que entrevistamos um espancador de travestis, que afirmava na maior naturalidade odiar gays e assemelhados, nunca tratamos  o agressor com desrespeito à sua pessoa, ou dele montamos o que não era real, documentado, em provas e pesquisas anteriores. Isso quer dizer, não lhe púnhamos na boca aquilo que o editor pensara antes, pois mais de uma vez mudamos o imaginado, que não se confirmava na pesquisa viva.

Que diferença para a entrevista de Patrícia Poeta com a  presidenta Dilma no Fantástico do último domingo! A primeira coisa a se notar, já no começo, é a diferença de autoridade entre a repórter/apresentadora e a presidenta do Brasil. Entendam o que isso quer dizer: quem mandou em cena foi Patrícia, perdão, Poeta.  “Agora vamos trabalhar?”, comandou a moça cuja poesia reside nos longos cabelos. A edição preservou o constrangimento, a clara insinuação de que a presidenta não estivesse já trabalhando, exatamente  para responder à grande autoridade da apresentadora do Fantástico. Que comandava e cruzava os braços. (mais…)

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Racistas da internet disseminam ódio mas recuam sob pressão: é dever denunciá-los

Enquanto os cartolas do Facebook não descobrem um modo de proteger a quem lhes dá tanto dinheiro, o jeito é fazer como a  usuária Clarisse Miranda Gomes que botou a boca no mundo

Leila Cordeiro

Enquanto os inventores de  redes sociais faturam milhões com o sucesso de suas criações, os usuários vão perdendo, cada vez mais, sua privacidade e muitos tem até seus nomes achincalhados por gente desconhecida  que simplesmente se acha no direito de falar o que bem entende de qualquer um,  sem o mínimo de respeito e conveniência.

A última vítima desse abuso verbal foi a recém eleita Miss Universo 2011, a angolana Leila Lopes. Logo depois de escolhida como a mulher mais bonita do universo, ela foi alvo de comentários preconceituosos e racistas por parte de um desses usuários do Facebook que se acham poderosos o suficiente para xingar e ofender sem limite, só porque tem à disposição, um espaço público e a liberdade de escrever o que bem quiser. Veja só o que disse  Marco Antonio Arcoverde Cals em seu perfil do Facebook: (mais…)

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Veracel/BA – Anulada liminar que suspendia licenciamento

EUNÁPOLIS – O Tribunal Regional Federal da 1ª Região revogou a liminar que determinava a suspensão do processo de licenciamento para ampliação das atividades florestal e industrial da Veracel Celulose.

Com esta decisão, proferida pelo juiz federal Francisco Neves da Cunha, o processo de licenciamento da expansão da fábrica e da base florestal da Veracel continua tramitando, normalmente, junto ao Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (INEMA), órgão ambiental responsável pelo processo de licenciamento.

A suspensão foi determinada em 09 de agosto pela juíza federal substituta da Vara Única de Eunápolis, Roberta Gonçalves, em liminar (decisão provísória e urgente).

A magistrada levou em consideração os argumentos do procurador federal, Fernando Zelada, e do promotor estadual João Alves Neto, que apontam irregularidades no processo de licenciamento.

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Debatedores defendem celeridade no reconhecimento de quilombos

Seminário Quilombo Vivo discutiu direito ao reconhecimento de terras

Participantes do seminário Quilombo Vivo, realizado pela Comissão de Educação e Cultura da Câmara, defenderam nesta sexta-feira (16) celeridade no trabalho de mapeamento e de reconhecimento dessas comunidades pelo governo federal.

O quilombola José Antônio Ventura, do quilombo Serra do Salitre (MG), afirmou que o principal problema é a titulação das terras. “A gente questiona, na Justiça, a morosidade na demarcação de terra quilombola”, criticou.

O deputado Jorginho Melo (PSDB-SC) disse que o reconhecimento é importante para garantir aos quilombolas o acesso à cultura, à educação e a bens materiais. “Não se pode deixar que eles virem mercadoria na mão de ONGs que fazem projeto utilizando os quilombolas, a raça negra, para alavancar recursos que muitas vezes vão para projetos que nem passam perto do interesse deles”, alertou. (mais…)

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