Samaísa dos Anjos
Índios Tapebas e Pitaguarys de diversas idades se reuniram ontem em frente à sede do Ibama, na avenida Visconde do Rio Branco, em Fortaleza.
Gabriel de Abreu, presidente da Associação das Comunidades Indígenas Tapeba (Acita), indicou que queriam uma fiscalização eficaz e rapidez nos processos que são encaminhados ao Ibama, tanto pela Funai, como pelos índios.
Se as ações dos órgãos públicos são lentas, as dos posseiros não perdem tempo: corte de árvores, extração mineral de areia e argila nos rios e lagoas dos territórios indígenas, segundo relataram os índios. “E esse problema é acompanhado por muitas gerações”, lamentou Gabriel de Abreu.
As diferentes gerações chegaram à sede do Ibama em ônibus de Caucaia, Maracaú e Pacatuba em busca de encaminhamentos para os problemas que avançam sobre seus territórios.
Dois casos emblemáticos receberam foco na manifestação e no documento entregue ao Ibama, Semace e que será encaminhado ao Ministério Público: a extração mineral nos Tapebas e a pedreira nos Pitaguarys.
A extração mineral já foi proibida através de decisão judicial, como comentou o assistente técnico da Funai, Weibei Nascimento. Assim, os índios exigem que o Ibama garanta o cumprimento dessa proibição. Após as reuniões, o Ibama se comprometeu a catalogar as terras indígenas e os autos de infração registrados no órgão. Já para a sede da Semace, os índios levaram a preocupação com os licenciamentos desordenados de empreendimentos que interferem nas comunidades indígenas. A Semace realizará um sobrevoo no territórios e fará também levantamento das licenças que foram emitidas dentro e em torno das áreas indígenas.
Após as reuniões, os envolvidos destacaram a necessidade de uma ação em conjunto. Reuniões entre Ministério Público, Ibama, Semace, Funai, Polícia Federal, Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e representantes indígenas serão pensadas para discutir as questões.
http://www.opovo.com.br/app/opovo/fortaleza/2011/09/16/noticiafortalezajornal,2299378/pitaguarys-e-tapebas-fazem-protesto-no-ibama.shtml