“Ameaças e ameaça de morte caso Helder: solicitação de providências”

Recebemos por e-mail link para saite onde está a carta abaixo, através da qual seu autor denuncia ameaças que vem sofrendo, citando notícias recebidas e democraticamente divulgadas neste Blog. TP.

“ILMO SR. DR. SECRETÁRIO DE SEGURANÇA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

Caros assessores Raquel e Tenente Vargas, ilustre Secretário recebi o email de uma das pessoas que foram ameaçadas por email. Veja que a questão está tomando dimensão, mesmo, e ainda não publicizando a ameaça de morte que recebi no dia 07.06, de seu conhecimento. De qualquer sorte ontem, após a agenda com o Chefe Geral de Polícia pela manhã, compareci e registrei ocorrência no Pronto Atendimento do DEIC e o material , carta e envelope, foram arrecadados.

Ocorre que no meu caso específico, pouco ou nada pode ser feito pela delegacia especializada em crimes na INTERNET, entretanto, é evidente a relação entre a ameaça que sofri e as ameaças enviadas pela internet do endereço corporativo do Major Ferreira e denunciado no Site Racismo Ambiental.

O empenho dessa Secretaria tem sido fundamental, mas os indícios presentes envolvendo , pelo menos cinco membros da Corporação todos relacionados ao caso Helder revelam, que superada a Sindicância existe um claro objetivo de coação de testemunhas e tumultuar o Processo aberto perante a Justiça Militar conforme noticiado no site GT – Combate ao Racismo Ambiental no dia 12.05 pelo Promotor de Justiça do Ministério Público Militar Dr Luiz Eduardo de Oliveira, bem como, eventual processo que venha a ser aberto na Justiça Comum, pois os prejuízos do Helder em especial foram inimagináveis.

Frisei na solicitação de providências feitas na semana passada que são sérias as denúncias feitas no site racismo ambiental por J.S., nos comentários no que se refere a situação em Jaguarão. A Carta com ameaça de morte a mim, recebida no escritório no dia 07.06 foi postada na mesma agência do Correio em Pelotas em que foram postadas as cartas de ameaça ao Helder, ou seja, agência Bento Gonçalves no Município de Pelotas.

Os envolvidos, todos da BM de Jaguarão, 3º Sargento Carlos Ricardo Ávila, o Soldado Alvair Ferreira Rodrigues, Osni Silva Freitas e Leandro Souza da Silva e o Major José Antônio Ferreira da Silva de cujo email corporativo partiram os emails ameaçadores, estão desde o início relacionados com o caso.

Importante frisar que mera negativa do Major Ferreira e disponibilização pelo mesmo de sua senha para investigação, ou a suposta existência de conspiração interna contra o mesmo, isenta qualquer dos envolvidos, considerando os indícios presentes de coação e ameaça de testemunhas e inclusive aos profissionais que atuam no caso.

O que está em jogo são princípios fundamentais que balizam o Estado Democrático de Direito sendo assim venho por meio desta requerer, além das medidas solicitadas anteriormente que:

1-Seja instado, imediatamente, o Ministério Público Militar na pessoa do Promotor Dr Luiz Eduardo de Oliveira, para que sejam afastados os 3º Sargento Carlos Ricardo Ávila, o Soldado Alvair Ferreira Rodrigues, Osni Silva Freitas e Leandro Souza da Silva todos da BM do Município de Jaguarão-RS.

2-Seja instado, imediatamente, o Ministério Público Militar na pessoa do Promotor Dr Luiz Eduardo de Oliveira, para que seja afastado Major José Antônio Ferreira da Silva do Comando da BM de Jaguarão RS e aberto inquérito para averiguação sobre a responsabilidade dos emais com ameças.

3-Envio de Cópia da Presente para o Ministério da Justiça e Secretaria Nacional de Direitos Humanos.

 

Onir de Araujo.

 

http://movimentonegrounificadors.blogspot.com/2011/06/ameacas-e-ameaca-de-morte-caso-helder.html

Comments (3)

  1. NOTA DE REPÚDIO

    A ANPUH – Associação Nacional de História vem tornar público o seu repúdio e sua indignação em relação aos episódios lamentáveis ocorridos com o estudante do curso de História da Universidade Federal dos Pampas (UNIPAMPA), campus de Jaguarão, Helder Santos, vítima de preconceito, agressão e ameaças de conteúdo racista vindas de membros da Brigada Militar do Estado do Rio Grande do Sul, atuantes naquela cidade.

    Solicitamos providências por parte do governo do Estado do Rio Grande do Sul e do comando da Brigada Militar, no sentido de serem identificados e punidos os autores das referidas agressões e ameaças.

    Solicitamos ainda que tanto o governo gaúcho, quanto a direção da Universidade envidem esforços no sentido de garantir o retorno do aluno a suas atividades acadêmicas, evitando que ele perca assim seu curso e que os racistas terminem por conseguir o que almejavam, ou seja, afastá-lo da cidade e do Estado, prejudicando um brasileiro vindo das camadas populares ao impedi-lo de concluir um curso superior. Este episódio simboliza e condensa os preconceitos de dados setores da sociedade brasileira que parecem não estar satisfeitos e não verem com bons olhos o atual processo de ascensão social daqueles setores classicamente alijados e discriminados no país: os pobres, os negros e os nordestinos.

    O preconceito e o ódio não podem sair vencedores nesse processo, eles têm que ser derrotados com a colaboração de todas as autoridades e todos aqueles responsáveis por coibirem tais atitudes inaceitáveis. Esperamos providencias, no mesmo instante em que vimos a público nos colocar contra atitudes com as quais não se pode ter tolerância.

    Prof. Dr. Durval Muniz de Albuquerque Júnior
    Presidente da ANPUH

  2. Essa situação está absurda! Sou militar e devo frisar que a PM não compactua com o racismo ou com posturas execráveis como essa. Essa facção criminosa de farda desonra a instituição. Temos no curso de formação de oficiais, inclusive, aulas com membros do dpto. de Direitos Humanos para instruirem os alunos a lidarem de forma íntegra com minorias de gênero, étnicas e grupos sociais desfavorecidos. Estamos no século XXI, não na época do caudilhismo. A PM deve garantir as bases da democracia e não agir espalhando ameaças, medo e racismo. Isso é coisa de marginal, não de policial.

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