Adital – Entre os dias 18 e 20 de novembro, indígenas de diversos países da América Latina se encontrarão em Lima, no Peru, para o Fórum dos Povos Indígenas: mineração, mudança climática e Bom Viver. Durante os três dias, os participantes analisarão os impactos provocados pela mineração e debaterão propostas para consolidar o Bom Viver como modelo alternativo de vida em harmonia com a natureza.
Organizado pela Coordenadora Andina de Organizações Indígenas (CAOI), o Fórum já conta com a adesão de 26 organizações e movimentos indígenas da América Latina. Os interessados em aderir a Convocatória têm até o próximo dia 30 para enviar o pedido para o email [email protected]. Já as atividades autogestionadas, as delegações e os participantes podem fazer a inscrição até o dia 30 de outubro, através do mesmo email.
A ideia do Fórum é discutir a relação da exploração mineira com a mudança climática mundial e propor saídas para essa situação. Assim, os participantes terão a oportunidade de debater sobre a expansão da atividade mineira e seus impactos ambientais, sociais, culturais e econômicos em comunidades indígenas; e analisar a responsabilidade da mineração na crise climática.
O encontro também será um espaço para proposições. De acordo com as organizações que assinam a convocatória do Fórum, a intenção é aproveitar para consolidar a proposta do Bom Viver como alternativa ao atual modelo de desenvolvimento vigente e organizar uma “Frente Mundial pelo Bom Viver e a Defesa da Mãe Natureza frente à crescente ameaça do extrativismo mineiro e da crise climática”.
Segundo a convocatória, 50 milhões de indígenas de mais de 671 povos da América Latina sofrem com as atividades extrativas em seus territórios. Das populações afetadas na região, 90% estão em: Guatemala, México, Peru, Bolívia e Equador. “E é precisamente nestes países onde se observa uma expansão da mineração, vulnerando direitos coletivos, gerando impactos negativos no modo de vida das comunidades e povos, e constituindo uma das causas da crise climática ao contaminar e depredar a Mãe Terra”, destaca.
Além de explorar os recursos naturais dos territórios, a atividade mineira contamina solos e rios, e viola direitos de trabalhadores e populações indígenas através da criminalização de protestos, do deslocamento forçado e da militarização de territórios.
“A expansão mineira se inscreve na globalização neoliberal, sustentada no livre mercado, nas máximas vantagens aos investimentos estrangeiros e na priorização das atividades extrativas, com mínimos controles ambientais e trabalhistas. Por isso esta expansão está amparada por políticas de Estado que priorizam o crescimento econômico sobre a base da extração dos recursos naturais e das exportações. Na execução destas políticas, os estados descumprem a obrigação de consultar os povos indígenas antes de aprovar o início das atividades mineiras em seus territórios”, lembra.
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