Documento que será divulgado nesta terça-feira no Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra (Suíça), critica a morosidade do Brasil para erradicar o trabalho escravo. O texto, assinado pela relatora especial da ONU sobre formas contemporâneas de escravidão, Gulnara Shahinian, aponta como obstáculos a falta de punições, número insuficiente de policiais e assassinatos de defensores dos direitos humanos. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
“O uso continuado do trabalho escravo, evidenciado pelo número dos libertados, sugere que as multas (pagas diretamente ao Estado) e as sanções criminais não são meios de intimidação suficientes”, diz o documento. Uma das recomendações do relatório é a aprovação da proposta de emenda constitucional que prevê a expropriação de terras onde for encontrado trabalho forçado. O documento sugere que há participação de políticos nessa prática, o que explicaria, segundo o relatório, o fato de a emenda ainda não ter sido aprovada. Apesar das críticas, o relatório elogia o governo brasileiro por reconhecer o trabalho análogo à escravidão como um problema e pelas políticas públicas aplicadas, como os grupos móveis de fiscalização.
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