Mulheres sob ataque

A ONU alerta: em todo o mundo, sete em cada dez mulheres serão vítimas de agressões ao longo da vida. O Brasil, apesar de leis avançadas, é um dos países com maior índice de violência

Laura Daudén

C.M. tinha apenas 4 anos quando começou a cozinhar para os seis irmãos. Precisava subir em um caixote para mexer no fogão à lenha que dividia o espaço do pequeno cômodo com uma cama e um berço. Toda a tarefa da casa era feita com o máximo de cuidado: qualquer ruído poderia interromper o sono do pai, que trabalhava de madrugada e descansava durante o dia. “Eu morria de medo. Se ele acordasse, vinha atrás de mim”, afirma ela, hoje com 45 anos. C.M. sofreu uma década de abusos quase diários e guardou as duras memórias desse período até o ano passado, quando decidiu revelar sua história à família. Uma de suas filhas também foi vítima de um estupro por parte de um primo, aos 15 anos. “Parece que a coisa continua, como em um ciclo”, diz. Ela não está errada. Em uma mensagem de suporte aos protestos contra a violência de gênero que aconteceram no dia 14 de fevereiro em mais de 200 países – uma campanha que ficou conhecida como “1 Bilhão Que Se Ergue” –, o secretário-geral das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, qualificou o problema como uma “pandemia”. Segundo a ONU, sete em cada dez mulheres no mundo passarão por algum tipo de violência física ou sexual ao longo da vida. Na segunda-feira 4, a organização se reúne em sua sede em Nova York numa conferência de dez dias sobre o tema. Essa situação alarmante e vergonhosa mostra como é difícil mudar as relações de poder que há séculos organizam as sociedades ao redor do mundo. (mais…)

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Viva a justiça! Acusado de matar José Cláudio e Maria do Espírito Santo recebe de presente do Incra a terra que queria

José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva, líderes do projeto agroextrativista, Praia Alta Piranheiras, em Nova Ipixuna, no Pará, executados com tiros na cabeça em 24 de maio de 2011.

José Carlos Magalhães, de Brasília

Na manhã de 24 maio de 2011, José Cláudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo, dois dos mais atuantes ativistas da Amazônia, foram alvo de uma tocaia numa estrada de terra em Nova Ipixuna (PA). Tiros de escopeta e de revólver perfuraram seus corações e pulmões.

José Cláudio teve parte da orelha direita cortada como prova de sua morte. Corpos abandonados à beira de um riacho, os extrativistas entraram em uma lista na qual já estão Chico Mendes e Dorothy Stang.

Após dois meses, investigações concluíram que houve um crime de mando executado por dois homens. E um ano e meio depois, o Incra (Instituto Nacional da Colonização e Reforma Agrária) considerou a mulher do homem acusado de ordenar a morte do casal apta a ocupar a terra cuja disputa supostamente levou ao assassinato dos dois.

Antonia Nery de Souza, mulher do pequeno fazendeiro José Rodrigues Moreira, réu por duplo assassinato qualificado, consta como assentada, segundo lista do Incra obtida pela Folha, no lote 41 do Núcleo Maçaranduba 2, dentro do assentamento Praialta-Piranheira. A situação foi homologada no dia 14 de dezembro de 2012. (mais…)

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Documentário mostra que ditadura não foi iniciativa apenas de militares

Daniel Mello, Repórter da Agência Brasil

São Paulo – O documentário 1964 – Um Golpe contra o Brasil, realizado pelo Núcleo de Preservação da Memória Política e dirigido por Alipio Freire, estreia hoje (2) no Memorial da Resistência, museu que ocupa o antigo prédio do Departamento Estadual de Ordem Política e Social (Deops), próximo à Estação da Luz, no centro da cidade. Com linguagem didática, a obra esclarece pontos que, na opinião do diretor, vêm sendo deixados de lado nos estudos sobre o regime militar.

“Nos preocupa muito que as pessoas sejam extremamente solidárias com os resistentes, em termos do fato de terem sido presos e torturados, mas que não saibam exatamente contra o que eles resistiam. Porque a história oficial é um terror”, destacou Freire.

Uma das ideias que o filme tenta desconstruir é a de que a ditadura foi uma iniciativa apenas dos militares. “Acabar com essa lenda de que o golpe foi militar. Não foi de uma corporação, foi de uma classe: do grande capital internacional e de seus associados dentro do Brasil contra um projeto nacional desenvolvimentista”, assinala Freire.
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Novo romance de Mia Couto procura desvendar a figura de Ngungunhana

Polivalente, Mia também foi um dos autores do hino moçambicano

O escritor moçambicano Mia Couto revela que está escrever um romance que abordará “as construções mitológicas sobre o império de Gaza”, que se localizou no sul de Moçambique, em que pretende questionar o personagem de Ngungunhana.

“Há pinturas que são feitas (à volta da figura do imperador Ngungunhana) e a pergunta é essa: quem era esse verdadeiro personagem do Ngungunhana?”, diz Mia Couto, em entrevista exclusiva à Lusa, sobre a nova produção literária.

O escritor mais traduzido de Moçambique está, desde o ano passado, a escrever o livro, que, garante, “muito certamente não será acabado este ano”, pelo que pretende trabalhar o romance ainda sem título mais um ano.

“A grande preocupação que eu tenho é mostrar que essa História, a grande História com H maiúsculo, a história oficial de um país é sempre construída – não só no nosso caso, em todos os casos do mundo – a partir de pequenas mentiras, pequenas ilusões. A necessidade de fabricarmos grandes heróis, personagens que estão acima de um humano tem que ser de alguma maneira desconstruída”, diz.

Contudo, assinala Mia Couto, a ideia não é atacar os mitos, porque, diz, entende “que um país precisa de heróis, mitos fundadores, mas, por outro lado, é preciso que a gente saiba que eles são fabricações”. (mais…)

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Conexão Repórter: Os Senhores da Floresta [e as Mortes anunciadas]

O Conexão Repórter desta quinta, 28 de fevereiro, apresentou o documentário “Os Senhores da Floresta”. Roberto Cabrini revelou uma guerra no coração da Floresta Amazônica. Um lugar onde homens poderosos ditam as regras e resolvem as questões a bala. Um conflito sangrento que não para de produzir vítimas. De um lado, fazendeiros, grileiros, madeireiros e pistoleiros. De outro, seringueiros e líderes de assentamento. A ambição, a ganância e a força do dinheiro ditam leis a parte e transformam este pedaço do país num verdadeiro faroeste.O drama de seringueiros ameaçados de morte, que se recusam a deixar a terra. A história de uma líder de assentamento marcada para morrer.

– Enviado por Janete Melo para Combate ao Racismo Ambiental.

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“Dignidad, compromiso y solidaridad: hacia la erradicación de todo tipo de violencia laboral”

El I Congreso Iberoamericano sobre Acoso Laboral e Institucional se realizó en el año 2011 en el Distrito Federal de México, contando con una participación masiva de los diversos actores sociales de la comunidad. Al finalizar dicho congreso se constituyó la Red Iberoamericana por la dignidad en el trabajo y las organizaciones, fijándose como sede para el próximo evento a la República Argentina.

Para este II Congreso Iberoamericano sobre Acoso Laboral e Institucional, a realizarse en la ciudad de Buenos Aires, se espera contar con una concurrencia similar o superior al primer encuentro, debido a la sensibilización creciente que esta temática encuentra en la sociedad en su conjunto.

En el poscongreso se desarrollarán los avances de las gestiones de organización y se presentarán las propuestas de actividades a realizarse en el III Congreso Iberoamericano sobre Acoso Laboral e Institucional que se llevará a cabo durante el año 2015 en Brasil.

Fonte: http://congreso2013.blogspot.com.br/p/ii-congreso-iberoamericano-sobre-acoso_25.html

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E o sertão continua ao Deus dará…

A mãe contempla piedosamente o filhinho morto devido à fome e à sede. Foto: padre Djacy

Peço às instituições das grandes cidades que, se possível, façam campanha de alimentos para as vítimas da seca. Hoje, havia uma multidão à frente de minha casa pedindo feiras. Recebemos 186 feiras da Ong Picolé com Manga, de João Pessoa, e não deu para todos. É muita gente precisando de comida. (Padre Djacy mora em Pedra Branca, interior da Paraíba. Repassado por Sonia Mariza Martuscelli). (mais…)

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Inesc lança a 1ª série “Orçamento Socioambiental”

A publicação oferece análises sintéticas e periódicas sobre a execução orçamentária de programas e ações do governo federal que visam à proteção e preservação do meio ambiente, bem como à garantia de direitos dos povos indígenas, das comunidades quilombolas e de outros povos e comunidades tradicionais.

A seleção de programas e ações que configuram o “Orçamento Socioambiental” foi construída pelo Inesc, em parceria com o Siga Brasil, com o propósito de facilitar e estimular o controle social. Ele permite acompanhar a execução diária dos programas e das ações selecionados.

Esta seleção foi realizada a partir do Plano Plurianual de Governo (PPA) 2012-2015, tendo como base a Lei Orçamentária Anual (LOA) 2012, e será progressivamente atualizada e aperfeiçoada com o propósito de extrair da estrutura programática do orçamento federal os compromissos com os direitos socioambientais.

A produção de análises objetivas e regulares é parte desta parceria e é, também, uma forma de ampliar o diálogo com organizações, movimentos socioambientais, pesquisadores e com gestores das políticas monitoradas.

Veja aqui a publicação.

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