Legendária nação Maasai, na Tanzânia, ameaçada de perder parte de suas terras para empresa de safáris e caça “de luxo”. Petição internacional enfrenta ameaça
Por Bruna Bernacchio – Outras Palavras
Há cerca de uma semana, o maior site de petições online, Avaaz.org, publicou uma carta feita pelos guerreiros culturais da Nação Maasai que gritam por ajuda. Caso o governo do país onde vivem, a Tanzânia, vá em frente com seu negócio milionário, milhares de integrantes da tribo serão removidos, para dar lugar a um grande parque de horror para turistas endinheirados que querem se divertir atirando em animais selvagens.
Segundo reportagem do The Guardian, o projeto do chamado “corredor selvagem” prevê a remoção da população de suas terras ancestrais, para torná-las exclusivas de uma empresa de safári e “caça de luxo”, com sede em Dubai. Hoje, pelo menos 66 mil massais vivem em 4.000 km² de terra, cercada de patrimônios naturais. O corredor proposto irá reduzir esse tamanho em quase 40%.
A primeira tentativa de expulsar os maasai de suas terras foi em 2009. Na ocasião, os guerreiros e a polícia entraram em confronto. Depois de protestos, o governo permitiu que o povo voltasse, e abriu-se um processo judicial até hoje em andamento. Ano passado, o governo tentou novamente, mas voltou atrás depois de protestos feitos por meio do Avaaz.
Dessa vez, o governo, sob gestão do presidente Kikwete, parece decidido, e é por isso que os líderes maasai recorrem de novo ao site de petições. “O presidente esperou até que a atenção internacional diminuísse, e agora ressuscitou a ideia de tirar nossa terra de nós. Precisamos de sua ajuda novamente, com urgência”, pedem eles, “Essa é a nossa última esperança”.
Enquanto isso…
Um casal de brasileiros está no continente por iniciativa própria, procurando relatar um lado da África que raramente aparece na mídia: a riqueza histórica, social e cultural. É o Projeto Afreaka, de Flora Pereira e Natan de Aquino, cuja produção está sendo republicada semanalmente aqui no Outras Palavras. Aqui, a reportagem deles sobre essa nação africana que está lutando, sim, e sobrevive.
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Enviada por José Carlos para Combate Racismo Ambiental.