Em setembro de 2004, o Delegado da Policia Civil, Luciano Barreto, o Subtenente da Polícia Militar, José Roberto Lira da Silva e o escrivão José Webster de Sousa chegaram a ser presos, acusados de tentar matar diversos pescadores e torturar 7 deles, dentre eles adolescentes, na Comunidade de Curral Velho, Município de Acaraú-CE. Na época, esses policiais eram lotados no Município de Horizonte-CE, distante 278 Km de Acaraú-CE, onde se encontravam na Fazenda Joli Aquicultura.
Os policiais teriam agido por mando da Fazenda Joli, pois as pessoas da comunidade do Curral Velho teriam sido atacadas quando se organizavam em relação à destruição do manguezal por parte da Fazenda. Somente agora, no último dia 04 de abril, mais de 8 anos depois, o processo foi para o juiz se pronunciar, dizendo se o caso é para ir para júri ou não. Isto, após ter ouvido todos os envolvidos na questão.
Se a justiça entender que sim, que o caso é de júri, é porque entende que o crime do qual estão sendo acusados também seria de tentativa de homicídio. Válido também lembrar, neste caso, que a tortura, crime do qual também são acusados, é imprescritível. Há vitimas com sequelas até hoje, inclusive, com estilhaços de bala ainda no corpo.
Sobre o delegado acusado
Posteriormente, o Delegado Luciano Barreto chamou a atenção para si por duas vezes. Ao ser nomeado para investigar o assassinato do Zé Maria do Tomé, na cidade de Limoeiro do Norte-CE, em abril de 2010. Na ocasião, a Rede Nacional de Advogados e Advogadas Populares- RENAP reclamou da indicação, por causa do envolvimento dele no caso de Curral Velho. Logo em seguida, a Secretaria de Segurança Pública colocou outros delegados para a missão. A segunda vez que chamou atenção pra si, foi em ab ril de 2011, quando foi afastado da Delegacia Regional de Russas-CE, por ter acorrentado, por mais de 1 semana, uma mulher na janela da cozinha da unidade policial.
O problema ainda persiste
A comunidade de Curral Velho ainda sofre os efeitos das fazendas de carcinicultura da região. Inclusive, há procedimento aberto na Defensoria Pública do Estado do Ceará, referentes aos danos socioambientais.
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Compartilhada por Rodrigo de Medeiros Silva.