A permanência do pastor na comissão será novamente discutida na próxima semana. A reunião, inicialmente prevista para amanhã, foi adiada por causa de problemas de saúde do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves
A deputada Antônia Lúcia (PSC-AC) afirmou nesta segunda-feira que vai renunciar ao cargo de vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias em razão de uma afirmação feita pelo presidente do colegiado, deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), em um culto evangélico na cidade de Passos, em Minas Gerais.
Conforme vídeo publicado no último sábado no You Tube, o deputado afirmou que está ocupando um espaço antes dominado por Satanás. “Eu queria só explicar o porquê de toda essa manifestação. Essa manifestação toda se dá porque, pela primeira vez na história deste Brasil, um pastor cheio de Espírito Santo ocupa um espaço que até ontem era dominado por satanás.” Nesta segunda, o deputado publicou uma nota no Twitter afirmando que sua intenção era dizer “adversário”, que seria o significado da palavra Satanás em hebraico.
Antônia Lúcia, que é do mesmo partido de Feliciano e também é evangélica, afirmou que se sentiu ofendida, pois faz parte da comissão há três anos. “Em respeito à minha própria pessoa, ao meu trabalho como parlamentar, eu não aceito uma declaração dessas. Eu acho que nós temos que separar igreja de Parlamento.”
A deputada também defendeu outros integrantes da comissão. “Existiam [na comissão, nos anos anteriores] outras pessoas evangélicas, que quando tomarem conhecimento disso também vão ficar ofendidas. E outro detalhe: convivi durante estes anos todos com o deputado Domingos Dutra [PT-MA, ex-presidente da comissão] e em nenhum momento eu diagnostiquei qualquer atitude dele que me levasse à conclusão de que ele é satânico.”
A assessoria do deputado afirmou que sua afirmação foi feita dentro de uma igreja, não numa atividade política, e que se trata de uma “opinião religiosa que reflete sua visão espiritual”, por isso ele não faria comentários a esse respeito.
A reunião de líderes partidários prevista para esta terça-feira para rediscutir a permanência do pastor na comissão foi adiada em razão da ausência do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, que está de licença médica durante toda esta semana.
Edição – Natalia Doederlein