Graduação oferta 80 vagas para professores de origem indígena que não possuem curso de ensino superior
Agência Alagoas
O Programa de Apoio à Formação Superior e Licenciaturas Indígenas (Prolind) realizou, na última sexta-feira (28), a aula inaugural no Campus III – Palmeira dos Índios da Uneal. O programa é uma iniciativa do Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad), da Secretaria de Ensino Superior (SESu) e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), para graduar professores da população indígena.
O representante indígena no Clind, Cícero Pereira, da etnia Jiripankó, falou sobre a importância do programa para os povos indígenas. “São programas como esse que mudam a nossa realidade e nos fazem caminhar para frente. Agradeço muito à Uneal por nos proporcionar essa oportunidade”.
A coordenadora do Clind, Iraci Nobre, em tom emocionado, falou do trabalho a frente do programa. “Apesar de todas as dificuldades, conseguimos chegar aqui hoje e ofertar essa aula inaugural e esse curso a vocês. É algo realmente recompensador, porque eu sei muito bem a importância do Clind para as comunidades indígenas de Alagoas”, falou.
De acordo com o MEC, o programa visa responder pela formulação de políticas públicas de valorização da diversidade e promoção da equidade na educação, por meio de formação e capacitação de professores em nível superior. O objetivo é ampliar da oferta de toda educação básica nas escolas indígenas.
Segundo dados do Censo Escolar 2008/Inep, os alunos indígenas estão concentrados nos anos iniciais do Ensino Fundamental – 75,3%; nos anos finais são 19% e no ensino médio são 5,5%. Isso mostra a enorme exclusão na oferta da educação básica e a formação de professores indígenas no ensino superior, e a importância de se implementar uma política para superar esses indicadores.
Em Alagoas, o curso de Licenciatura Indígena de Alagoas, com validade nacional, é ofertado pela Universidade Estadual de Alagoas (Clind-AL), no Campus III da Uneal, em Palmeira dos Índios, desde 2010. A graduação oferta 80 vagas para professores de origem indígena que não possuem curso de ensino superior. Os graduandos são divididos em quatro turmas cujas formações compreendem as áreas de Pedagogia, Ciências Biológicas, História e Letras.
Estiveram presentes a solenidade o reitor da Uneal, Jairo Campos, o diretor do Campus III, Mário Agra, e o vice-diretor e coordenador do curso de História do Clind-AL, José Adelson Lopes Peixoto, a coordenadora do programa, Iraci Nobre da Silva e representantes de todas as etnias atendidas pelo programa: Xucuru-Kariri, de Palmeira do Índios; Kariri-Xocó, de Porto Real do Colégio; Jiripancó, de Pariconha; Koiupanká, de Inhapi; Karapotó Plak-Ô, de São Sebastião; Tingui Botó, de Feira Grande, e Wasse Cocal, de Joaquim Gomes.
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http://primeiraedicao.com.br/noticia/2012/10/01/indigenas-retomam-aulas-no-campus-da-uneal-de-palmeira-dos-indios