De 31 de março a 2 de abril, a União das Mulheres Indígenas da Amazônia Brasileira realizou a eleição para a escolha de sua nova coordenação, que terá uma mandato de 4 anos. A nova equipe já começa o trabalho para garantir presença nas próximas atividades do calendário de lutas do movimento indígena Amazônico.
O evento foi realizado na cidade de Manaus, no prédio do CAFI, antiga sede da COIAB e contou com a participação de 40 delegadas dos estados da Amazônia, com exceção do Maranhão e Amapá, que não conseguiram enviar suas representantes.
Após dois dias de debates sobre as instâncias de representatividade, espaços políticos que devem ser ocupados pelas mulheres, Estatuto da UMIAB, Movimento Indígena, as presentes finalizaram com a votação acirrada que aclamou Raquel Munduruku, como sendo a nova coordenadora da organização.
Em fala emocionada, a coordenadora eleita agradece a confiança que nela foi depositada. “Confiança na competência que nos temos. Com ajuda das bases, vamos conseguir desenvolver um bom trabalho. Essa fase da UMIAB que passou, ficou pra trás. Daqui pra frente, iremos juntas, pisar com força e alcançar aquilo de sonhamos, que lutamos para alcançar. Não me sinto como coordenadora geral, mas como um membro da coordenação que vamos depender das companheiras. Ajudaremos umas as outras. Estamos aqui para a luta. E esperamos que todas estejam prontas para nos ajudarem”, diz.
Além de Raquel Munduruku, a nova coordenação é composta de Rosimeire Arapasso, como vice coordenadora; Olga Macuxi, eleita para o cargo de tesoureira, tendo sua vice Fátima Satêre Mawe e para secretária, Mariazinha Baré, e Jeyci Mura, como vice secretária e para presidenta do Conselho Deliberativo e Fiscal da UMIAB, Justina Tikuna.
De acordo com Rosimeire Arapasso, vice coordenadora da UMIAB, sem avaliação não tem como melhorar, essa nova coordenação que está sendo colocada. “Estarei lá para contribuir com tudo o que temos aprendido no movimento. Vamos apoiar a coordenação, fazendo essa ponte de acompanhar mais de perto. Vamos completando o nosso conhecimento. Fico agradecida e feliz. Vamos cobrar de vocês e não esqueçam de cobrar da gente, venham visitar, atualizar os contatos. Esperamos a contribuição da Base”, falou para a Assembleia.
COIAB GARANTE PARCERIA – Marcos Apurinã, coordenador geral da COIAB parabeniza esse momento de protagonismo das mulheres indígenas da Amazônia, “O importante é que as mulheres concluíram mais um passo. É preciso agora o entendimento, o barco é um só. Cada um tem que pegar o remo e ajudar a navegar. É importante o planejamento. Esperamos que a UMIAB esteja sempre em parceria com a COIAB. A UMIAB precisa mostrar para o que foi criada. Cada uma ajudando chegaremos bem longe”, afirma Apurinã.
Sonia Guajajara, vice coordenadora da COIAB, acredita que o atual momento é de renovação. “Reafirmamos o nosso apoio a UMIAB, deixo o nosso esforço disponível para colaborar, sabemos das dificuldades e deixamos o nosso apoio pessoal e institucional. Todas nós estamos de parabéns por rearticular esse espaço político muito importante para o Movimento Indígena”, afirmou a liderança Guajajara.
UMIAB: A luta das Guerreiras – No ano de 2009 aconteceu na aldeia São José, território do Povo Krikati, no Maranhão, o III Encontro de Mulheres Indígenas da Amazônia, no qual foi definida a criação de uma organização autônoma de mulheres, que atuará de forma independente, em estreita parceria com a Coiab, a qual foi chamada UMIAB (União das Mulheres Indígenas da Amazônia Brasileira). A iniciativa de criação do UMIAB partiu do Departamento de Mulheres da Coiab, Coordenado por Maria Miquelina Machado Tukano.
A UMIAB tem o objetivo de promover, organizar, fortalecer, articular e defender a participação das mulheres indígenas da Amazônia Brasileira nas diversas instâncias governamentais e não governamentais, nacionais e internacionais visando assegurar e viabilizar a defesa e o exercício dos direitos e interesses das mulheres indígenas, promover a formação e capacitação das mulheres indígenas em temáticas de prioridade das demandas das organizações de mulheres indígenas, apoiando a participação delas no movimento indígena amazônico.
Enviada por Henyo – IEB.