Arnaldo Viana (Estado de Minas) e Glória Tupinambás
A Pastoral do Menor é uma das frentes de ações que integram polícia, governos municipal e estadual, Judiciário, Ministério Público e conselhos tutelares. “Nosso trabalho é preparar esses menores para o retorno às famílias de origem”, conta Margareth. Mas essa tarefa não é tão simples como possa parecer. O adolescente precisa manifestar interesse e há casos em que a família de origem desaparece. Outras não o querem. A maioria não está preparada para recebê-lo de volta. “Há pai que não é encantado com a missão de ser pai”, constata Maria Margareth.
Os principais motivos, segundo ela, para a presença desses menores nas ruas são a violência doméstica e os apelos de consumo. Quando saem da escola, crianças e adolescentes de áreas de carentes não têm o que fazer ou quem os eduque em casa. “Se têm uma cama ou sofá, ficam boa parte do dia deitados diante da TV ou nas ruas”, diz a assessora. Lá fora, o traficante o espera com uma proposta tentadora: um bom dinheiro para vender e entregar drogas.
Meninos e meninas vão para os centros de passagem até a tentativa de reaproximação com os pais. Lá, deveriam ficar no máximo 90 dias, participando de atividades voltadas para a recuperação da autoestima. Se têm menos de 15 anos, podem ter a chance do bolsa-emprego. Depois, deveriam ir para os abrigos, que oferecem melhores equipamentos. Mas, a demanda é maior que a oferta de vagas e eles acabam ficando mais tempo nas casas de passagem. Os rejeitados pelos parentes ou que não têm para quem voltar ficam até os 18 anos, quando saem despreparados para sobreviver em uma sociedade que não conhecem ou nunca conheceram.
http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2011/11/13/interna_gerais,261745/retorno-a-familia-e-a-meta-de-menores-que-caem-nas-maos-de-traficantes.shtml. Enviada por José Carlos.