O 38º Encontro Anual da ANPOCS será realizado de 27 a 31 de março, mas o prazo de inscrição para a submissão de trabalhos se encerra dia 25 próximo. A lista dos 42 GTs aprovados, com as respectivas ementas, pode ser encontrada AQUI. E a dos 23 Simpósios de Pesquisas, AQUI. Informações mais gerais, sobre Edital, inscrições etc, estão AQUI. Abaixo, as ementas de dois GTs e de um Simpósio destacados de uma rápida ‘garimpagem’:
GT07 – Conflitos ambientais, Estado e ideologia do desenvolvimento: mediação e luta por direitos
Coordenação: Cleyton Henrique Gerhardt (UFRGS), Neide Esterci (UFRJ)
Ementa: O GT focaliza o debate sobre projetos de desenvolvimento e conflitos ambientais enfatizando o lugar do Estado, de entidades privadas e organizações multilaterais, a mediação de peritos e representações diversas e a atuação de grupos sociais em luta para garantir direitos. Visa identificar problemáticas e posições em torno da “questão ambiental” por onde gravitam visões hegemônicas de gestão ambiental em busca de soluções técnicas e consensuais para mitigar impactos de projetos de desenvolvimento e visões críticas que enfatizam disputas de classe, poder, dominação, resistência e acesso desigual a recursos. Reúne estudos sobre: desterritorialização devido a projetos extrativos, agropecuários, urbanísticos, de infra-estrutura, preservação ambiental e entretenimento; papel, autonomia e cerceamento de especialistas (biólogos, antropólogos, engenheiros, advogados etc) quando da produção de laudos, perícias e relatórios; luta por definir “problemas ambientais”, sua solução e seus riscos; legislação ambiental/territorial, políticas públicas, novas territorialidades (quilombos, terras indígenas, assentamentos, RESEX, RDS) e tentativas de barramento, flexibilização e desregulamentação destas.
GT32 – Relações raciais: desigualdades, identidades e políticas públicas
Coordenação: Valter Roberto Silvério (UFSCAR), Graziella Moraes Silva (UFRJ)
Ementa: O tema das relações raciais é uma das questões fundadoras das ciências sociais brasileiras, particularmente na sociologia e antropologia. O ano de 2014 merece especial atenção pelos 50 anos da publicação da primeira edição do livro “A integração do negro na sociedade de classe”, de Florestan Fernandes – uma marco dos estudos de relações raciais no Brasil e, de acordo com o próprio autor, seu mais importante trabalho (entrevista ao Caderno Mais! FSP, 20 de agosto de 1995). Nestes 50 anos, as ciências sociais aumentaram e diversificaram suas abordagens sobre a questão racial. A criação de políticas de ação afirmativa de recorte étnico-racial renovou o interesse pelo tema, dentro e fora da academia. Nosso Grupo de Trabalho pretende ser um espaço privilegiado para o debate entre essas diferentes abordagens relativas às questões de desigualdade e identificação racial. Análises das políticas de ação afirmativa em nosso país são bem vindas, assim como trabalhos que, fora desse registro específico, abordem questões como discriminação, racismo e construção das identidades étnico-raciais.
SPG12 – Organizações civis, mobilizações sociais e “violência urbana”: novas cartografias na ação coletiva
Coordenação: Ana Paula Galdeano Cruz (UNIFESP/CEBRAP), Leilah Landim (UFRJ)
Ementa: Nas últimas décadas, assistimos à ampliação de atores engajados na ação social, política e moral em contextos de “violência urbana”. Estão em curso tanto mudanças nas gramáticas de organizações civis preexistentes – que passam agora a tematizar a “violência” -, como a entrada de novos grupos associativos que se posicionam frente a eventos críticos ou transformações urbanas intensas. Políticas públicas na área da segurança e direitos humanos (como conselhos, conferências, UPPs etc.), além da “expansão do mundo do crime”, também vêm impulsionando essas dinâmicas. Pretende-se indagar sobre a configuração de novas cartografias na ação coletiva, marcadas crescentemente por agentes e atores identificados com as “periferias”. O objetivo deste SPG é discutir a atuação de organizações civis, grupos ou mobilizações sociais que se inscrevem no campo de ações e discursos referidos à “violência urbana” – desde ONGs, igrejas pentecostais, associações de moradores, grupos de familiares de vítimas, grupos culturais de jovens, até atores do “mundo do crime”, como as facções criminais – assim como suas relações com políticas públicas, os atores estatais e as sociabilidades locais.