Por Helen Santa Rosa*, em Asa Minas
O diálogo e a troca de experiências entre guardiões e guardiãs do semiárido mineiro e América Central foi destaque no I Encontro de Agrobiodiversidade. O evento, que acontece em Montes Claros/MG, fortalece a articulação entre pesquisadores e guardiões e debate estratégias e políticas públicas para conservação da agrobiodiversidade frente às mudanças climáticas.
“Não podemos aceitar o milho transgênico, que tem contaminado as nossas variedades de sementes crioulas”, expõe Alícia Sarmiento, camponesa do México. “ Os grandes empreendimentos econômicos como mineradoras e monoculturas são os principais causadores das mudanças climáticas. Nós sempre cuidamos da natureza e produzimos em harmonia com o meio ambiente”, reforça Sarmiento.
As mudanças climáticas atingem diretamente os agricultores. “ Os efeitos das mudanças afetam primeiro a biodiversidade, mudam o ciclo das plantas, a dinâmica da vida dos animais e mudam totalmente a nossa cultura, o nosso modo de produzir e viver”, relata Cristovino Ferreira Neto, geraizeiro do Assentamento Americana.
Articulação Internacional – A presença de camponeses de Honduras, Guatemala, Costa Rica, Colômbia e México reforça a necessidade de ações de cooperação e articulação política entre os países. “Quando visitamos os assentamentos e agora ao ouvir os relatos dos guardiões percebemos que nossos desafios são os mesmos. Precisamos fortalecer a nossa aliança pela conservação da agrobiodiversidade, pela nossa saúde”, Alícia.