Pós-capitalismo no Festival de Brasília?

Gesto dos seis concorrentes que dividiram prêmio revela: todos podemos explorar, em atos quotidianos, as brechas do sistema. Para tanto, é preciso ir além da crítica retórica

Por Graziela Marcheti, em Outras Palavras

Aconteceu no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro e faz acreditar no poder das brechas do mundo. E, mais ainda, que podemos e devemos ocupar os lugares de forma reflexiva e política.

Depois de vários dias de encontros e trocas intensas, os seis concorrentes da Mostra Competitiva optaram por repartir em seis partes iguais o prêmio único de 250 mil reais, oferecido ao vencedor. Eles poderiam “apenas” criticar a organização do Festival por gerar uma condição de intensa competição e (por que não?) inveja entre os concorrentes – já que o valor é bastante alto e concentrado em apenas um ganhador. E, assim, o vencedor seria “crítico” e certamente faria bom uso da bolada. Mas, eles foram um pouquinho além. Os seis escolheram partilhar o dinheiro, antes do resultado do prêmio. Isso muda, de fato, a condição de competição, desigualdade e falta de cooperação que o formato do festival incentiva. Isso muda a experiência. E é a partir dela que formamos nossos mais arraigados entendimentos de mundo. (mais…)

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O chinelo tem mais poder que a toga. Só não percebeu isso ainda, por Leonardo Sakamoto [ótimo!]

Justiça $No Blog do Sakamoto

Auxílio-moradia é um direito pago quando a pessoa tem que morar fora de sua cidade de residência por conta do trabalho. Parte dos juízes, desembargadores e ministros já recebia o auxílio quando não tinha acesso a um apartamento funcional. E parte deles, pasme, já recebia esse auxílio mesmo quando morava na cidade em que trabalhava e possuía um imóvel próprio. Nas últimas duas semanas, o Supremo Tribunal Federal estendeu, ainda que em caráter provisório, o benefício de receber o auxílio a todos os juízes federais, juízes do trabalho e demais magistrados no caso de ausência de imóvel funcional, mesmo aos que moram em sua própria residência. Onde não houver regulamentação para o valor, ele será de até R$ 4.377,73 por mês.

O ministro Luiz Fux, que tomou a decisão, disse que isso é justo.

Concordo que é justo o pagamento do auxílio para magistrados que moram fora de casa. Contudo, essa situação em que todo mundo recebe o benefício, traz uma incômoda lembrança: a efetivação do que está no papel depende do poder de mobilização do grupo social em questão. E isso independentemente do seu tamanho.

Os magistrados são um grupo poderoso, mas pequeno. Bem menor que os pensionistas da Previdência Social e demais trabalhadores que sobrevivem com um salário mínimo. E o artigo 7º, inciso IV, da Constituição Federativa do Brasil, que afirma que o salário mínimo fixado em lei deve ser capaz de atender todas as necessidades vitais básicas do trabalhador e às de sua família, “como moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social”. O Dieese que, há 20 anos, calcula o que significaria isso, afirma que o valor para agosto deste ano deveria ser de R$ 2.861,55 (considerando uma família com dois adultos e duas crianças). Hoje, é de R$ 724,00. (mais…)

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Pescadores e pescadoras de todo Brasil vão à Aparecida em luta por seu território

aparecida e campanhaCPP Nacional

No ano de 1717, nas margens do Rio Paraíba do Sul, na época município de Guaratinguetá/SP, três pescadores colheram em suas redes a imagem daquela que simboliza a fé de muitos brasileiros e brasileiras. Quase 300 anos depois de sua aparição, Nossa Senhora Aparecida mobiliza fiéis de todo país para celebrar seu nome, consagrado na data 12 de outubro. A cidade de Aparecida, como hoje é conhecida, recebe por ano cerca de 12 milhões de pessoas nesse período.

Motivados pela descoberta de seus antepassados, caravanas de pescadores e pescadoras de várias partes do Brasil partirão no dia 8 de outubro rumo à cidade da padroeira levando a proposta da  Campanha Nacional pela Regularização do Território das Comunidades Tradicionais Pesqueiras. As comitivas, que estão sendo mobilizadas pelo Movimento de Pescadores e Pescadoras Artesanais (MPP), ficarão em terras santas até o dia 12. Serão quatro dias de intenso trabalho em busca de assinaturas que possam ser somadas à meta de 1% de apoio da população para que o projeto de lei que propõe a proteção do território pesqueiro seja encaminhado ao Congresso Nacional. (mais…)

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Acampamento Dom Luciano, do MST, denuncia Lixão a céu aberto em Salto da Divisa, MG, contaminando nascente e ameaçando rio Jequitinhonha

Por Gilvander Luís Moreira

Além do Município de Salto da Divisa, Baixo Jequitinhonha, MG, ter a maior concentração de terra do mundo: 2 famílias – Cunha Peixoto e Pimenta – controlam mais de 95% das terras do município a ponto de não se ter mais nenhuma comunidade rural no município, exceto o Acampamento dom Luciano Mendes, do MST. Lideranças do Acampamento Dom Luciano, em entrevista a frei Gilvander Moreira denunciaram mais uma vez a grande injustiça que a continuidade de um lixão a céu aberto ao lado do Acampamento, poluindo o Rio Jequitinhonha, adoecendo o povo etc. Com a palavra as autoridades ambientais. A denúncia foi gravada em 22/09/2014. Cf. aqui nesse vídeo.

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‘Político é como cobra grande: quer engolir todo mundo’, diz líder yanomami

Davi Kopenawa Yanomami está preocupado.

“É costume do branco: ele não tem limite para parar”, diz, coroa nas cores preta, amarela e vermelha cuidadosamente ajeitada na cabeça. “Proteção do pajé”, explica.

Há mais de 30 anos, Davi viaja pelo mundo em defesa do seu povo. Recebeu o apelido de “Dalai Lama da Floresta Tropical” e foi chave para o reconhecimento oficial da área yanomami na Amazônia em 1992, depois de quase dez anos de luta. O território é duas vezes maior que a Suíça.

Mas nem isso parece lhe dar garantia de que seu povo está seguro. Prova é a desconfiança com que fala de políticos: “É como cobra grande: ela quer engolir todo mundo”.

“Os políticos estão querendo acabar com as leis que garantem e que protegem (os índios). Vai piorar”, disse em entrevista à BBC em Londres na terça-feira. (mais…)

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Culturas indígenas, sociedades en constante cambio

Alessandro Lupo

El antropólogo Alessandro Lupo presentó su libro El maíz en la cruz: Prácticas y dinámicas religiosas en el México indígena.

El Golfo.info/Servindi

Para el italiano Alessandro Lupo, las culturas indígenas no son sobrevivientes, sino algo vivo, por ello a través de sus investigaciones intenta proporcionar un enfoque antropológico, crítico, con énfasis e interés en el dinamismo que siempre ha caracterizado a estas sociedades.

“Qué maravilla este mundo indígena que todos los días renace de sus cenizas. Es como un ave fénix que se muere, desaparece, que es excluido, que es conculcado pero al mismo tiempo se reinventa y apenas le das un espacio u oportunidad y vuelve a resurgir de las cenizas para demostrar una vitalidad espeluznante.”

Lupo compartió que cuando inició sus investigaciones en México, hace 35 años, decía: “¡Rápido, hay que estudiar estas cosas antes que desaparezcan!”, ahora que tiene 56 años y lleva a sus estudiantes a las comunidades indígenas les expresa: “Nunca se va acabar esto, porque siempre habrá algún mexicano que lo invente de otra forma, que lo renueve”. (mais…)

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Las historias alrededor del fuego influyeron en nuestra evolución cultural y social

fogueira e conversa

Agencia SINC/Servindi

Los humanos descubrieron el fuego hace entre 400.000 y un millón de años. Sus llamas fueron usadas para cocinar alimentos, defenderse de depredadores e iluminar la oscuridad. Ahora, un estudio con bosquimanos del Kalahari, en África, dice que las historias contadas al calor del fuego sirvieron también para hacer evolucionar el pensamiento humano, al reforzar las tradiciones sociales y cultivar la imaginación.

Un estudio llevado a cabo por Polly Wiessner, una antropóloga de la Universidad de Utah (EE UU), con bosquimanos del Kalahari indica que las historias contadas a la luz del fuego ayudaron a construir la identidad social y cultural humana.

El trabajo, publicado en la revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), explica que estos relatos al calor de las llamas sirvieron para hacer evolucionar el pensamiento al reforzar las tradiciones sociales, promover la armonía y la igualdad, y cultivar la imaginación.

Investigaciones previas habían estudiado cómo ha influido el hecho de cocinar los alimentos en la dieta y la anatomía, “pero se sabía poco acerca del efecto que había tenido la extensión de la jornada, gracias a la luz del fuego, en la cultura y la sociedad”, señala Wiessner. (mais…)

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No Pará, cerca de 6.300 indígenas devem participar das Eleições 2014

índios indo votar de barco - eleicaoPara as localidades mais distantes, apuração terá transmissão via satélite. TRE pretende divulgar o resultado das eleições ainda no domingo, 5.

G1 PA

No Pará, cerca de 6.300 índios devem participar das Eleições 2014. Em Paragominas, 400 vivem distribuídos em 15 aldeias na região do alto rio Guamá. Os indígenas se deslocam de barco para poder votar, a viagem dura, em média, uma hora até os locais de votação.

A índia Cleonice Tembé conta que, para eles conseguirem se deslocar de barco até as urnas,  vendem farinha para arrecadar o dinheiro da gasolina do barco. “Eu espero que quando esses candidatos ganharem, que eles possam ajudar a gente”, disse.

Para apurar os votos de índios, ribeirinhos, eleitores que vivem em locais de difícil acesso, o tribunal vai instalar mais de 300 pontos de transmissão via satélite em setenta e dois municípios do estado para enviar os votos das urnas direto para os locais de apuração.

Santarém, no oeste do Pará, Chaves, na ilhado Marajó e São Felix do Xingú, no sul do estado concentram o maior número de pontos de transmissão via satélite. Em Santarém, o segundo maior colégio eleitoral do Estado, os técnicos enfrentam dificuldades para levar as urnas até os locais de votação na floresta. (mais…)

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