Indígenas dão adeus aos mortos neste fim de semana no ritual Kuarup

Foto: Roberto Stuckert Filho
Repassado de geração em geração, o mito conta a história do pajé Mavutsinim, que preparou um ritual com seis troncos da árvore Kuarup para ressuscitar seis pessoas (Foto: Roberto Stuckert Filho)

Stephanie Ferreira, EBC

Nesta sexta-feira e sábado (15 e 16), no Alto Xingu, chega ao fim mais um Kuarup, manifestação cultural indígena realizada anualmente no período de estiagem e que marca a passagem dos mortos para o outro mundo. É na aldeia dos Yawalapiti, que famílias que perderam seus entes queridos se reúnem com amigos e visitantes para dizer o último adeus.

Nesse ritual indígena do Alto Xingu, os troncos da árvore Kuarup representam os mortos. No centro da aldeia anfitriã, os troncos são erguidos e enfeitados com ornamentos. Em torno deles, parentes e amigos choram até a tristeza “secar”, pois acreditam que as almas dos mortos estão ali presentes. Ao fim da celebração, neste sábado (16/8), os guerreiros lutam a tradicional huka-huka e os troncos são jogados no Rio Xingu para que cada alma siga o seu caminho no outro mundo. (mais…)

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ES – Licença para poluir: operação de oitava usina da Vale está liberada

Usina pode começar a funcionar e depois ter trabalhos interrompidas ou ainda indenizar a população pelos danos à sáude, já que é ré em diversas ações civis

Any Cometti, Século Diário

A Vale publicou no Diário Oficial desta sexta-feira (15) que o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) emitiu a Licença de Operação (LO) para sua oitava usina de pelotização, localizada no Complexo de Tubarão, em Vitória. A fase de testes da oitava usina já havia começado em maio deste ano, embora muito questionada por ambientalistas. O documento final foi emitido apesar dos vários alertas da sociedade civil por conta de incoerência nos estudos apresentados pela Vale para comprovar que houve redução nas suas emissões e, assim, obter autorização do órgão ambiental para o funcionamento da oitava usina.

O licenciamento ambiental da oitava usina é objeto de duas ações na Justiça Federal. Uma delas, impetrada pela Associação Nacional dos Amigos do Meio Ambiente (Anama), determinou a realização de perícia para quantificar os impactos gerados pela Vale, para cálculo de indenização aos moradores prejudicados. Além de denunciar “absurdo no processo”, com  “barganha entre a empresa, o poder público e associações ambientais e de moradores”, a entidade requer que o licenciamento da oitava usina seja suspenso. Para isso, também se baseia no fato de que não há, no Espírito Santo, definição de parâmetros de emissões adequados à região.

A outra Ação Popular, de autoria de Eraylton Moreschi Junior, coordenador da ONG SOS Ambiental e conselheiro do Conselho Municipal de Meio Ambiente de Vitória (Comdema), pede que a Vale e o Iema, bem como seu diretor presidente, Tarcísio Föeger, se abstenham de autorizarem ou colocarem em funcionamento a oitava usina. Caso a oitava usina já esteja em funcionamento quando da determinação da Justiça, a mineradora terá que interromper as atividades da nova usina. O autor lembra que a Vale não é a única empresa da Ponta de Tubarão responsável pela poluição na Grande Vitória, tendo como parceira a vizinha ArcelorMittal. (mais…)

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Seminário sobre Genocídio Negro prepara Marcha do dia 22 de Agosto

latuff_violencia_policia_estatalPor Douglas Belchior

Em todo Brasil, em grande parte das capitais dos Estados incluindo São Paulo, Salvador, Rio de Janeiro, Vitória, Belo Horizonte e Porto Alegre, negras e negros, autônomos e independentes estão a todo vapor organizando a II Marcha Nacional Contra o Genocídio do Povo Negro.

A partir da Bahia, a resistência organizada pelo Quilombo X e pela campanha Reaja contagiou organizações negras em todo país e o resultado é a construção de um grande momento de mobilização negra que culminará na II Marcha Nacional Contra o Genocídio do Povo Negro, no próximo dia 22 de Agosto.

Em São Paulo, a luta contra o genocídio negro protagonizada pela Uneafro-Brasil, MNU, Circulo Palmarino, NCN-USP, Levante Popular da Juventude, Mães de Maio, Quilombagem, Força Ativa, Posse Haussa, entre outros, já alcançou importantes resultados, como o Fim dos Autos de Resistência no Estado, mas ainda assim a violência policial e o índice de assassinados promovidos pelo aparato militar só aumenta. (mais…)

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MPF/RJ se reúne com comunidade quilombola em Valença

Foto: MPF/RJ
Foto: MPF/RJ

Encontro permitiu maior aproximação com os anseios dos moradores do Quilombo São José da Serra

O Ministério Público Federal em Volta Redonda (MPF/RJ) visitou a comunidade quilombola São José da Serra, localizada na Serra da Beleza, no município de Valença (RJ). A equipe do MPF discutiu temas relacionados à concretização de direitos da comunidade como o direito à terra, a implantação da Lei 10.639/03 no município – que torna obrigatório o ensino sobre a história e cultura afro-brasileira – e a adoção de medidas para a sobrevivência física e cultural dos quilombolas.

De acordo com o presidente da associação de moradores da comunidade, Toninho Canecão, a falta de titulação da área, que tem processo de desapropriação em andamento na Justiça Federal, gera ameaças ao território e impede a realização de atividades de roça. “As pessoas vão trabalhar em fazendas e até na cidade porque não há espaço para cultivo”, disse o líder comunitário. (mais…)

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Nota do GEP: Exigimos que o Governo do Estado devolva o trabalho do professor e perseguido político Filipe Proença!

gepGEP

O professor de História da rede estadual Filipe Proença, militante do GEP (Grupo de Educação Popular), é um dos presos e perseguidos políticos do dia 12 de Julho que se encontra hoje em “liberdade provisória” devido a um habeas corpus concedido pelo desembargador Siro Darlan. Uma das medidas restritivas contidas no habeas corpus determina que ele e os demais perseguidos não podem sair da comarca do Rio sem autorização judicial (além de não poderem participar de “reuniões públicas” e “manifestações”).

Filipe é professor em Magé, residia e trabalhava de segunda a sexta neste município do Estado do Rio, mas está impedido de voltar ao trabalho pois não recebeu ainda a autorização do juiz Itabaiana para sair da comarca do Rio e não recebeu a liberação da secretaria de educação para trabalhar em outras escolas estaduais no município do Rio que estão com carência de professor. Ao contrário, o que recebeu da SEEDUC foi a intolerância e dois processos por “abandono de cargo”.

Reafirmamos que Filipe em momento algum abandonou seu cargo e suas escolas, mas está sendo impedido de trabalhar devido a uma perseguição política completamente injusta e absurda.

Exigimos que a SEEDUC retire os processos sobre nosso companheiro e que garanta o seu direito de trabalhar e continuar construindo em sala de aula, com suas alunas e alunos, uma história de liberdade e justiça.

Enviada para Combate Racismo Ambiental por Ruben Siqueira.

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BA – Indígenas, Sem Terras e Quilombolas unidos para auto demarcação de suas terras

Foto reproduzida da página do Facebook do Assentamento TerraVista
Foto reproduzida da página do Facebook do Assentamento TerraVista

Assentamento TerraVista

O MST retoma a sua força de luta na regional sul e recomeça sua guerra de defesa com aliança indígena, quilombola e os assentamentos para garantir o direito da terra para morar e para plantar. Há três dias, estamos protegendo a área do assentamento Deolinda Alves (antiga viúva) município de Arataca no distrito de Anuri, onde estamos há 14 anos.

Os sem terras, os indígenas e quilombolas, estão dispostos a defender a terra a qualquer custo e sacrifício, porque agora há um grupo de grileiros, junto com advogados e juízes, fraudando a reintegração de posse para retirar os assentados da suas terras. Isso, já aconteceu na área do MLT e agora estão querendo aplicar essa fraude no assentamento em Anuri. Esses grileiros estão de conluio com o juiz de direito de Camacã para mais uma armação contra o Assentamento Diolinda Alves. (mais…)

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Para ativistas, vazamento de ácido no México é golpe mortal ao meio ambiente

Vista da área nos arredores da mina de cobre Buena Vista, na comunidade de Cananea: vazamento de ácido sulfúrico (Hector Guerrero/AFP)
Vista da área nos arredores da mina de cobre Buena Vista, na comunidade de Cananea: vazamento de ácido sulfúrico (Hector Guerrero/AFP)

Jorge Acedo pede que o governo leve durante os próximos cinco anos ambientalistas para a região “e que sejam eles que digam que não é tóxico”.

UOL

Ativistas denunciam que o vazamento de grandes proporções de ácido sulfúrico em um rio do norte do México representa um “golpe mortal” para o meio ambiente e rechaçam que a mineradora responsável pelo acidente seja a encarregada das análises de água nos próximos anos.

A governamental Comissão Nacional de Água (Conagua) contratou um laboratório privado internacional para analisar a qualidade da água no rio Sonora, contaminado em 6 de agosto com o vazamento acidental de 40.000 metros cúbicos de ácido sulfúrico por parte da mina Buenavista del Cobre, no município de Cananea.

Este vazamento levou ao fechamento de poços em comunidades de pelo menos sete municípios da região de Sonora (noroeste), fronteiriça com os Estados Unidos. (mais…)

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Morte de jovem negro no Missouri reaviva discussão sobre racismo nos EUA

Imagem: SWI
Imagem: SWI

SWI – A pequena cidade de Ferguson, no Missouri (centro dos Estados Unidos), viveu sua quinta noite de protestos pela morte de um jovem negro desarmado provocada por um policial branco no sábado passado, revivendo o polêmico debate sobre o racismo nos Estados Unidos.

Segundo a rede CNN e outros veículos de comunicação locais, a polícia entrou em ação contra os manifestantes na quarta-feira à noite perto de um posto de combustíveis onde estavam reunidos, no subúrbio desta cidade nos arredores de Saint Louis, capital do Estado.

As imagens mostraram os manifestantes em meio a nuvens de gás lacrimogêneo.

“Não somos cachorros! Para que eles carregam esses cassetetes?”, gritou um manifestante aos policiais, segundo o jornal St. Louis Post-Dispatch.

Um grande esquema de segurança tinha sido montado e os policiais, visivelmente tensos, estavam fortemente equipados. (mais…)

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Luiz Henrique Eloy: Aos 25 anos, advogado Terena lidera defesa das causas indígenas no país

Luiz Eloy Terena 3

Efe/Terra

O jovem Luiz Henrique Eloy Terena, um advogado de 25 anos e que traz sua etnia em seu sobrenome, aparece como uma peça fundamental do movimento indígena devido ao seu trabalho exclusivo na defesa dos direitos dos índios no país. Segundo o cacique Lindomar Terena, um dos principais líderes da tribo Terena no estado do Mato Grosso do Sul, “a luta pelas gerações futuras já começou, e Luiz já fez história como advogado”.

No entanto, Luiz Henrique, que saiu da aldeia Ipegui pela primeira vez para se preparar para o vestibular, sabe que sua tarefa não é simples, mesmo sendo acostumado a lidar com adversidades.

“Além das dificuldades financeiras, o mais difícil é a convivência”, disse à Agência Efe o jovem advogado, formado na Universidade do Mato Grosso do Sul e na Universidade Católica Dom Bosco graças à política de cotas para índios e afrodescendentes em universidades.

“Existem muitos preconceitos contra esse sistema”, relatou Luiz Henrique, que cita um antigo professor para ilustrar a discriminação na universidade: “Meu professor de direito constitucional punha como exemplo de inconstitucionalidade o sistema de cotas, o mesmo que me permitia estar na universidade”, relatou. (mais…)

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Um território em transformação

Jovens participam de atividade de etnomapeamento. (Foto: Arquivo OPAN)
Jovens participam de atividade de etnomapeamento.
(Foto: Arquivo OPAN)

Calendários sazonais e etnomapas são construídos pelo povo Xavante de Marãiwatsédé, fortalecendo processo de gestão territorial indígena.

Andreia Fanzeres/OPAN

São Félix do Araguaia, MT – Concluído o conturbado processo de retirada de ocupantes da Terra Indígena Marãiwatsédé, os Xavante vêm desenvolvendo, nos últimos meses, diversos trabalhos de mapeamento e reconhecimento territorial, com apoio da OPAN. A intenção é identificar e registrar os diferentes olhares indígenas sobre seu próprio território para o uso atualmente, considerando os desafios da adaptação do modo de vida Xavante a uma área drasticamente modificada por duas décadas de desmatamento ilegal.

Todo esse processo de planejamento da gestão ambiental na terra indígena, com registros e levantamentos sobre história, cultura, saúde, jeito de viver, socioeconomia, vegetação e, ainda, acesso e manejo em locais estratégicos do território, servirá de base para a elaboração do Plano de Gestão Territorial da Terra Indígena Marãiwatsédé, com apoio da Fundação Nacional do Índio (Funai). (mais…)

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