Da RBA
A Comissão de Anistia do Ministério da Justiça indenizou quatro camponeses no município de Marabá (PA) pela perda de terras durante o período da ditadura. Entre o final da década de 1960 e início da década de 1970, período que compreendeu a Guerrilha do Araguaia, cerca de 600 famílias de camponeses sofreram crimes cometidos pelo Estado brasileiro na região.
A sessão foi realizada na terça-feira (22) em uma praça pública do município. Outros cinco pedidos de indenização, nos estados do Pará, Maranhão e Tocantins, estão sendo analisados pelo governo federal. A reportagem foi ao ar no Seu Jornal, da TVT.
Pedro Matos do Nascimento é aposentado e foi indenizado pela Comissão da Anistia. Pedro afirma que ficou preso durante 45 dias no final da década de 1960, e que muitas famílias perderam suas terras por abrigarem militantes durante a Guerrilha do Araguaia. “O exército achou que eu colaborava com a guerrilha, mas eu dava comida, oferecia de dormir”, relata.
A vice-presidente da Comissão de Anistia, Sueli Bellato, apontou que, quando guerrilheiros iniciaram a luta armada na região do rio Araguaia, houve um intercâmbio de conhecimento entre os camponeses e os militantes do PCdoB, que organizou a Guerrilha.
A Comissão de Anistia foi instalada pelo Ministério da Justiça no dia 28 de janeiro de 2001, já analisou casos de violação de direitos humanos na época da ditadura em 20 estados. O Ministério da Justiça concede indenizações retroativas e homenagens aos prejudicados pela ditadura.