RJ – Morador de prédio desocupado fica cego após ser atingido por tiro

Marcos de Paula/Estadão
Marcos de Paula/Estadão

‘Ele era meus olhos, minhas pernas. E agora?’, desabafou Márcia da Conceição Gonçalves

Thaise Constancio – O Estado de S. Paulo

RIO – O entregador de pizza Maycon Gonçalves Melo, de 25 anos, ficou cego de um olho durante a desocupação da Favela da Telerj nesta sexta-feira, 11, no Rio, segundo a mãe do rapaz. Ele teria sido atingido por um tiro no olho esquerdo e está internado no Hospital Municipal Souza Aguiar. A mãe dele, Maria da Conceição Gonçalves, de 42 anos, foi à 25.ª Delegacia de Polícia (Engenho Novo). Nervosa e chorando muito, ela disse: “Eu quero registrar um boletim de ocorrência. O Choque cegou meu filho”.

Márcia contou que o filho trabalha com carteira assinada, é casado e tem dois filhos. Mas ele e a mulher moram em casas separadas, cada um com sua mãe, por não terem como pagar o aluguel. “Ele foi para a ocupação para ter a independência dele e da família. Ele é trabalhador, tem outros dois bicos fixos”, afirmou. (mais…)

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Quem matou Karé, o último dos Juma?, por José Ribamar Bessa Freire

juma_canoa(1)Em Taqui Pra Ti

“No domingo, o vigário disse missa e as índias cantaram o Tantum Ergo com harmonia não vulgar”.

Alexandre Rodrigues Ferreira, enviado ao Brasil pela Coroa Portuguesa para fazer pesquisas de campo, percorreu durante oito anos (1785-1792) vastas áreas da Amazônia. Quando passou pela vila de Ega, hoje Tefé, registrou em seu diário de viagem a participação de índias de várias nações no ritual católico, entre elas mulheres do povo Juma.

Denominados também Yuma ou Arara, os Juma falam uma língua do tronco tupi-guarani da família linguística Kagwahiva. Habitavam um território no rio Purus, que segundo Euclides da Cunha, era “talvez a maior estrada por onde passavam e repassavam, há muitos séculos, as tribos mais remotas dos extremos do continente”. (mais…)

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Índio Cidadão? – O Filme: Pré-estreia no dia 14 de abril, às 16h30

Por Índio Cidadão? – O Filme

Pré-estreia no dia 14 de abril, às 16h30, com exibição do filme seguida de debate com o diretor Rodrigo Siqueira e as lideranças indígenas Álvaro Tukano e Ailton Krenak Krenak.

Local: Memorial do Ministério Público  – Procuradoria Geral da República
Endereço: SAF Sul Quadra 4, Conjunto C, Bloco B, Cobertura. (mais…)

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Maria Rita Kehl: Índios vivem hoje situação parecida com a da ditadura

Índios Krain-a-kore pedem comida na beira da BR 163 (Cuiabá/Santarém). Foto: Orlando Brito, 03/03/1974
Índios Krain-a-kore pedem comida na beira da BR 163 (Cuiabá/Santarém). Foto: Orlando Brito, 03/03/1974

A psicanalista Maria Rita Kehl, integrante da Comissão Nacional da Verdade, diz que situação atual dos índios é parecida com a da ditadura

Por Guilherme Freitas, O Globo

Em novembro de 2012, foi criado um grupo de trabalho da Comissão Nacional da Verdade (CNV) para investigar violações de direitos humanos sofridas por índios e camponeses. Desde então, a psicanalista Maria Rita Kehl, integrante da CNV e coordenadora do grupo, visitou povos indígenas no Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sul do país. Os depoimentos e relatórios colhidos até agora compõem um painel de abusos sistemáticos cometidos ao longo do período analisado pela comissão (1946 a 1988), em especial durante a ditadura. Inúmeras mortes foram causadas por obras do governo em terras indígenas (como a construção de estradas na Amazônia), sem estudo nem aviso prévio. Frentes de contato despreparadas levaram doenças a tribos isoladas. Há ainda denúncias de trabalho escravo, trabalho infantil, torturas e prisões irregulares. Em entrevista por telefone, Maria Rita Kehl avalia os trabalhos desse grupo da CNV e diz que a situação dos índios hoje é “muito parecida” com a do período da ditadura: “Em todas as audiências públicas surgem também denúncias atuais”. (mais…)

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RJ – Sindicato dos Jornalistas denuncia abusos da PM contra imprensa em desocupação

O repórter Bruno Amorim, do jornal O Globo, foi preso por estar fotografando a ação dos policiais com a acusação de estar "incitando manifestantes" (Vladimir Platonow/Agência Brasil)
O repórter Bruno Amorim, do jornal O Globo, foi preso por estar fotografando a ação dos policiais com a acusação de estar “incitando manifestantes” (Vladimir Platonow/Agência Brasil)

Vladimir Platonow – Repórter da Agência Brasil 

O comportamento de policiais militares (PMs) durante a operação de desocupação do antigo prédio da Oi, feita ontem (11) na zona norte do Rio, motivou uma nota de repúdio por parte do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro. Grande parte dos profissionais de imprensa foi mantida muito afastada do local onde ocorria a desocupação, sem poder registrar imagens nem entrevistar moradores. Em vários momentos, o PMs agrediram verbalmente e até fisicamente repórteres e fotógrafos que tentavam trabalhar.

O repórter Bruno Amorim, do jornal O Globo, foi preso sem motivação legal, apenas porque estava fotografando a ação dos policiais, que o acusaram de estar “incitando os manifestantes”. Mesmo se identificando como jornalista, mostrando o crachá da empresa, ele foi detido e levado para a 25ª Delegacia de Polícia, onde acabou liberado.

Na nota intitulada “Em repúdio à violência policial contra jornalistas”, o sindicato cobra uma posição oficial sobre as agressões. “O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro cobra do governo, das autoridades da Segurança Pública e do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, assim como do Ministério da Justiça, providências imediatas para garantir a devida e rigorosa apuração dos desvios de conduta policial ocorridos na operação militar feita na manhã desta sexta-feira na Favela da Telerj, no Engenho Novo, zona norte da cidade.” (mais…)

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Remoções como estão sendo feitas parecem ‘apartheid’, diz especialista

Prefeitura coloca em prática as remoções em comunidades cariocas. Foto: Jornal do Brasil
Prefeitura coloca em prática as remoções em comunidades cariocas. Foto: Jornal do Brasil

Kzure-Cerquera alerta que cidade vem negando história e que intervenções urbanísticas são amadoras

Cláudia Freitas, Jornal do Brasil

As questões que envolvem as remoções nas comunidades do Rio de Janeiro pelo poder público municipal, que também estiveram em pauta nesta sexta-feira (11) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), são avaliadas pelo arquiteto e urbanista Humberto Kzure-Cerquera, mestre em Planejamento Urbano e Regional pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), como partes de um processo maior de delimitação de territórios, que há séculos vem definindo as fronteiras em todo o mundo às custas de conflitos que deixam marcas profundas e irreparáveis. Um dos exemplos citado por ele é o próprio surgimento do espaço-favela, que, por sua vez, deu margem para a segregação do pobre na sociedade e aos processos irregulares de ocupação urbana.

Kzure-Cerquera ressalta a importância do programa Morar Carioca para a melhoria e integração das comunidades do Rio de Janeiro e a responsabilidade da prefeitura na manutenção desse processo. O especialista aponta as metas necessárias para um projeto habitacional na cidade, ressaltando quando as remoções são inevitáveis e como elas devem ser aplicadas pelo poder público, para não se transformarem em objeto de marginalização das comunidades carentes. Para ele, as remoções devem ser usadas como mecanismos de proteção da vida humana, mas elas estão acontecendo com uma carga grande de preconceitos sobre os espaços vulneráveis e pauperizados, além de atender interesses políticos e econômicos. “E isso é uma forma de ‘apartheid'”, considera o especialista.   (mais…)

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Manifestantes acampam em frente à Prefeitura do Rio para reivindicar moradia

Após desocupação, grupo acampa em frente à Prefeitura do Rio. (Foto: Matheus Rodrigues / G1)
Após desocupação, grupo acampa em frente à Prefeitura do Rio. (Foto: Matheus Rodrigues / G1)

Do R7, com Agência Brasil

Um grupo de manifestantes retirados do antigo prédio da Oi durante operação de desocupação feita nesta sexta-feira (11) decidiu seguir até a prefeitura do Rio, onde pretende ficar acampado no terreno em frente ao prédio. Eles reivindicam acesso à casa própria, alegando que não têm mais condições de pagar o valor do aluguel nas favelas, que subiu muito nos últimos anos.

— Queremos acampar aqui para poder ter casa. A gente vai ficar aqui um ano ou dois. Mas não saímos da porta da prefeitura enquanto a nossa casa não for entregue. O aluguel está muito caro. Eu moro num quadradinho, com minha mulher e uma filha de 4 anos e pago R$ 450—, disse o camelô Leandro Martins da Silva, que ganha cerca de R$ 700 por mês vendendo refrigerantes dentro de trens. (mais…)

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Redução de Parque viabiliza criação da Reserva de Desenvolvimento Sustentável , em Manaus

Fonte: ISA
Fonte: ISA

A nova Unidade de Conservação é uma vitória das comunidades indígenas e ribeirinhas que vivem naquela área há mais de 20 anos

Silvia Futada e Wilde Itaborahy, ISA

Há pouco mais de duas semanas, por meio da Lei Estadual N° 4015 de 24/03/2014 foi criada mais uma Unidade de Conservação no Estado do Amazonas, a Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Puranga Conquista, no município de Manaus (AM), com aproximadamente 76.936 hectares. O nome Puranga Conquista, junção de Puranga – que em língua geral, ou Nheengatu, quer dizer “Bela” – e Conquista, refere-se às comunidades tradicionais indígenas e não indígenas residentes na área desde antes da criação do Parque Estadual (Parest)do Rio Negro em 1995.

A nova RDS é formada por partes da Área de Proteção Ambiental (APA) da Margem Esquerda do Rio Negro Setor Aturiá-Apuauzinho, e principalmente (85%) de partes do Parque Estadual (Parest) do Rio Negro Setor Sul. (mais…)

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Juazeiro da Bahia recebe agricultores de todo o Brasil para discutir agroecologia, de 16 a 19/05

apodi agroecologiaSASOP

O III Encontro Nacional de Agroecologia (III ENA) será realizado de 16 e 19 de maio de 2014, em Juazeiro (BA), com o lema “Cuidar da Terra, Alimentar a Saúde, Cultivar o Futuro”. Cerca de 2 mil pessoas de todo o país, dentre elas 70% agricultoras e agricultores, e mais diversos segmentos da sociedade, participarão de seminários, debates e atividades culturais.

O evento organizado pela Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), com a participação de diversas entidades que compõe sua rede, além de movimentos sociais do campo, da saúde, da economia solidária e do feminismo, é o resultado ápice de um processo de mapeamento e visita à experiências concretas por meio de Caravanas Agroecológicas e Culturais, que começaram em 2013.

O centro do III ENA será a  “Feira de Saberes e Sabores”, espaço aberto aos moradores de Juazeiro e região, com produtos agroecológicos da agricultura familiar e das populações tradicionais de todo o país. Lugar ideal para a troca de mercadorias, espaço para conversa e amizade, e ambiente propício à troca de conhecimento, a Feira será instalada na Universidade Federal do Vale São Francisco (Univasf) e vai narrar também a diversidade das práticas agroecológicas a partir dos territórios por onde passaram as Caravanas  e a interlocução das diversas práticas com as políticas públicas existentes – e que garantem ou deveriam garantir a ampliação da produção de alimentos agroecológicos. (mais…)

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Chile: Forestal Arauco enjuicia a Comunidad Chilkoko de Arauko

Abya Yala Internacional

El 8 de abril de 2014 la Comunidad Chilkoko de Arauco concurre una ves mas a los tribunales de justicia chilenos en su largo proceso de recuperación de su territorio ancestral.

La historia se remonta al mismo momento en que el e$tado $hileno a través de su ejército invade el país Mapuche, Wallmapu, asesinando a miles de ciudadanos de la nación Mapuche, robando sus enceres, granos, animales, incendiando sus casas con gente adentro, violando, raptando niños y niñas y les “bautizan” con nombres del invasor, usurpan sus tierras y se las regalan a oficiales del ejército, colonos europeos, curas y monjas, políticos y personas afines al despojo. (mais…)

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