O espetáculo da maldade, por Laura Capriglione

Cena do vídeo divulgado no Facebook.
Cena do vídeo divulgado no Facebook.

Por Laura Capriglione, em Yahoo Notícias

A virada do século 18 para o 19 na Europa marcou uma transmutação essencial na forma de lidar com o criminoso. Desapareceram os grandes e sangrentos espetáculos da punição física, que atraíam multidões ruidosas às praças; o corpo supliciado foi escondido; o castigo não mais previa a encenação da dor. “Penetramos na época da sobriedade punitiva”, descreveu o filósofo francês Michel Foucault (1926-84) na sua magistral obra “Vigiar e Punir”, de 1975.

Pois bem. A Polícia Militar de São Paulo do século 21, ou pelo menos parte de sua soldadesca, parece estar seriamente empenhada em fazer a história retroagir. Agora publicado em forma de vídeo no Facebook, milhares de vezes compartilhado, recomendado, repudiado e comentado, volta o espetáculo de dor, sangue e agonia, encenado a céu aberto, sol alto, em rua de  grande movimento.

Foi no último 8 de abril, uma terça-feira, dia de aula, ao lado da Escola Municipal de Ensino Fundamental Madre Maria Imilda do Santíssimo Sacramento, na Vila Curuçá, zona leste da capital. Depois de perseguição policial, três homens estão jogados na rua, rentes ao meio fio, buracos de bala espalhados pelo corpo.

Um deles não para de gemer. Faz movimentos involuntários com as mãos. “Meus filhos”, consegue balbuciar. Os outros dois permanecem imóveis –um com os olhos vidrados voltados para o céu, o outro emborcado, como se olhasse através do chão. Uma imensa e grossa mancha de sangue cresce no asfalto.

Ouve-se uma voz masculina: “Vai ficar famoso, ladrão, morrendo.” E logo outra emenda: “Vai demorar aí, caralho? É pra morrer.” (mais…)

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Por uma mesa sem veneno: “O Veneno está na Mesa 2?, de Sílvio Tendler, estreou no Rio com plateia de mais de 600 pessoas

estreia o veneno 2

Agora, o filme segue pelo Brasil em exibições organizadas pela Campanha Contra os Agrotóxicos

Por Camila Nobrega e Rogério Daflon

A cada 90 minutos, alguém é envenenado por um agrotóxico no Brasil. O filme “O veneno está na mesa 2? traz à tona uma encruzilhada. Para o diretor do documentário, Silvio Tendler – que tem no currículo trabalhos como “Jango” e “Cidadão do mundo”, sobre Josué de Castro – está mais do que na hora de o pais fazer uma escolha entre dois caminhos: uma alimentação saudável fruto de uma agricultura familiar ou um modelo com base no agronegócio calcado no trinômio monocultura, baixa empregabilidade e agrotóxicos.

“Eu comecei a entender o peso da alimentação na vida das pessoas quando soube que tenho diabetes. A partir daí, me dei conta de como o a comida pode levar doenças às pessoas. O  filme “O veneno está na mesa 1?  foi um alerta, mas o de agora traz uma alternativa. Ele te leva a escolher em que mundo você quer viver.  É agora ou nunca mais.”

Em sessão lotada por mais de 600 pessoas no Teatro Casa Grande, no Rio, nesta quarta-feira (16/4), o documentário de Tendler foi exibido pela primeira vez. A sessão foi dedicada às 5000 vítimas do despejo ocorrido no terreno da empresa Oi, no dia 11 abril, e que até hoje estão sem moradia. (mais…)

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Termina desintrusão da terra indígena Awá-Guajá, no Maranhão

Indígenas Awá-Guajá mostram o Auto de Desintrusão. Foto: Secretaria Geral da Presidência
Indígenas Awá-Guajá mostram o Auto de Desintrusão. Foto: Secretaria Geral da Presidência

Secretaria-Geral da Presidência da República

Os indígenas do povo Awá-Guajá receberam nesta terça-feira (15/4) o “auto de desintrusão” das mãos dos oficiais da Justiça Federal do Maranhão. Desta forma, o Estado brasileiro assegurou a posse definitiva da terra indígena para o povo Awá-Guajá, muitos deles isolados e de recente contato.  O território com mais de cem mil hectares retornou aos habitantes originais após a decisão judicial no final do ano passado. Para cumprir a decisão da justiça, o governo federal iniciou em 5/1/14 a operação de desintrusão, ou seja, a retirada de não índios da área. A operação, coordenada pela Secretaria-Geral da Presidência da República e Fundação Nacional do Índio (Funai), tem a participação de vários ministérios e órgãos do governo federal.

A devolução simbólica da terra aos Awá aconteceu na aldeia Juriti, com a presença do juiz José Carlos do Vale Madeira, da Justiça Federal do Maranhão e autor da sentença judicial que determinou a desintrusão e do procurador federal Alexandre Silva Soares (MPF/MA), além dos representantes do governo federal e coordenadores da operação – Nilton Tubino (Secretaria-Geral) e Leonardo Lenin (Funai).  A Operação Awá-Guajá continua até o dia 30/4 com a permanência da Força Nacional de Segurança Pública e apoio das Forças Armadas. (mais…)

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DF – “Governo vai indenizar agricultores para deixarem terras indígenas em Buerarema”

Cartaz ruralista, defendendo a violência contra os Tupinambá
Cartaz ruralista, defendendo a violência contra os Tupinambá

Horas antes de ser informado pela Polícia Federal de que não poderia viajar para o Vaticano, ao encontro do Papa, por conta de três mandados de prisão revogados pela Justiça em 2010 (ver AQUI), Babau esteve com diversas autoridades, em Brasília, e foi informado pelo Ministério da Justiça de que José Eduardo Cardozo havia determinado o início da regularização das Terras Indígenas Tupinambá. Aliás, a Polícia Federal é subordinada a quem? (Tania Pacheco)   

Jornal da Mídia

Salvador – O Ministério da Justiça, através do assessor do ministro José Eduardo Cardozo, Marcelo Veiga, anunciou o início do pagamento das indenizações aos agricultores instalados nas terras indígenas, em Buerarema, no sul da Bahia. O processo terá início em maio. O anúncio foi feito por Veiga em uma reunião, ontem, em Brasília, com o cacique Babau, da tribo Tupinambá. O cacique, que está em Brasília, informa ainda que o exército voltará à região, de onde saiu há cerca de 15 dias.

O cacique Babau, que foi recebido também por representantes da FUNAI, ressalta que o início das indenizações é apenas o primeiro passo para pacificar a região de quase 48 mil hectares. Segundo o líder indígena, as chamadas “indenizações de boa fé”, não serão suficientes para resolver definitivamente a situação de conflito em que vivem os índios e agricultores instalados na área. (mais…)

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