Interesse paranaense encontra justificativa no fato de que o Rio Ribeira nasce e tem afluentes em terras do outro Estado
José Maria Tomazela – O Estado de S. Paulo
Sorocaba – A Região Metropolitana de São Paulo não corre sozinha na disputa pelas águas abundantes do Vale do Ribeira para abastecer seus mais de 20 milhões de habitantes, hoje ameaçados de ficar sem água. Curitiba também está no páreo visando à transposição de rios que formam as bacias do sul paulista para abastecer sua região metropolitana, que hoje tem 3,4 milhões de habitantes, mas, segundo estudo da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), terá 4,1 milhões em 2040 e poucas alternativas de abastecimento.
A disputa pela água será objeto de um seminário amanhã em Registro, no Vale do Ribeira. Engenheiros da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e da Sanepar vão discutir os projetos de cada Estado para a captação. O interesse do Paraná encontra justificativa no fato de que o Rio Ribeira nasce e tem afluentes em terras paranaenses. Segundo o Instituto Socioambiental (ISA), um dos organizadores do seminário, o fato transforma o Ribeira em rio federal. O comitê paulista da Bacia Hidrográfica Ribeira de Iguape e Litoral Sul (CBHRB) manifestou preocupação com o plano do governo de São Paulo de buscar 20,7 mil metros cúbicos de água por segundo no Vale do Ribeira para garantir o abastecimento da macrometrópole até 2035, e pediu mais estudos. A obra do Sistema Produtor São Lourenço, iniciada pela Sabesp por Parceria Pública-Privada para captar água no Rio Juquiá, incomodou também alguns membros do paranaense Comitê do Alto Iguaçu e Afluentes do Alto Ribeira (Coliar), que participam do encontro. O sistema vai transportar 4,7 metros de água por segundo, a partir de 2018, para Cotia, na região metropolitana de São Paulo. O Rio Juquiá é afluente do Ribeira.
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Enviada por Mayron Borges para Combate Racismo Ambiental.