Povos e comunidades tradicionais têm se articulado de modo crescente na sociedade brasileira e no contexto internacional. A condição de articulação dos diferentes grupos tradicionais e seu reconhecimento público nos níveis nacional e internacional se apresenta de modo diferenciado. Muitos grupos já concluíram seus processos de auto-identificação, outros encontram-se em diferentes etapas e, finalmente, existem aqueles que ainda nem iniciaram esta caminhada. Mas, há que se destacar que a visibilidade desses grupos aumentou muito nos últimos anos, tanto no Brasil como também em outros países. Os institutos estatísticos em diversos países registraram um crescimento enorme das populações indígenas. No caso do Brasil, é notório o aumento de processos de auto-identificação das comunidades quilombolas.
Mesmo que a influência dos povos e comunidades tradicionais na política e na agenda do desenvolvimento geral no Brasil seja ainda muito reduzida, estes grupos não podem mais ser ignorados. Concomitantemente, os debates científicos têm levantado evidências incontestáveis que os povos e comunidades tradicionais continuam sendo ameaçadas pelos grandes projetos de desenvolvimento e pelas diversas unidades da conservação.
O objetivo do III Colóquio Internacional sobre Povos e Comunidades Tradicionais é articular debate, ações políticas e contribuições para um outro modelo de desenvolvimento que inclua as distintas visões de mundo e práticas sociais dos povos e comunidades tradicionais do Brasil e de outros países. Tal articulação se dará em torno das discussões realizadas pela academia, pelos movimentos sociais e movimentos de territorialização, visando garantir os direitos dos povos e comunidades tradicionais, dar visibilidade às suas reivindicações territoriais e sua existência política, além de apresentar propostas inovadoras no debate sobre outro desenvolvimento. É também, momento de articulação e de troca de experiências entre os diversos grupos sociais com especificidades históricas e culturais próprias. Estarão presentes indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais e intelectuais do Brasil, da Alemanha, da Índia, da Colômbia e outros países.
O colóquio tem como proposta mesclar mesas e espaços de diálogos nos quais a academia e os povos tradicionais possam debater a partir de quatro eixos temáticos:
1)Identidade, Território e Cultura;
2) Educação e Saberes Tradicionais;
3) Sociobiodiversidade e sustentabilidade e
4) Economias.
Mais informações sobre o colóquio estão disponíveis no site ou no grupo interação na rede social Facebook.