Manifestação reúne mil Sem Terra em Água Branca (AL)

MST ALPor Rafael Soriano
Da Página do MST

Na manhã desta terça-feira (11/03), cerca de mil manifestantes realizaram uma marcha na cidade de Água Branca, no Alto Sertão de Alagoas (distante cerca de 340 km de Maceió), em que reivindicaram terras para Reforma Agrária e o atendimento da população camponesa por políticas públicas. A mobilização gerou uma agenda de reuniões entre o poder público municipal e os Sem Terra.

Os milhares de agricultores organizados no MST percorreram as ruas do município serrano com faixas, bandeiras e palavras de ordem. Na frente da Prefeitura Municipal, no centro da cidade, realizaram um ato político com o intuito de pressionar o poder público municipal a apoiar a Reforma Agrária.

“Estamos realizando esta marcha para exigir que o poder público aqui deste município dê a devida assistência aos camponeses de Água Branca, sejam Sem Terra ou não”, afirmou José Roberto Silva, da Direção Nacional do Movimento. José Roberto explica que a realização da Reforma Agrária é uma responsabilidade do Estado brasileiro “e isso envolve também o nível municipal”. (mais…)

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Guilherme Delgado: para onde vai a economia do agronegócio?

guarani-kaiowa-agronegocio2Por Guilherme Costa Delgado*
Para o Brasil de Fato

Analisar este setor de atividade da maneira convencional, qual seja pela medição e comparação dos fluxos de produção das cadeias agroindustriais que vendem insumos ou processam primariamente a produção oriunda da agropecuária é uma forte tentação do mundo empírico, que, contudo leva a problemas de interpretação.

Recentemente o IBGE divulgou um comparativo de crescimento da “Indústria” e da “Agroindústria” entre 2002 e 2013 (link), indicando uma estagnação da ‘agroindústria’ nos últimos seis anos, principalmente em 2013, que apresenta queda de 0,2%.

Por outro lado, é importante destacar dois fatos e omissões que estão por trás dessa informação do IBGE:1- a maior parte dos insumos agrícolas -fertilizantes, agrotóxicos e combustíveis líquidos do petróleo são no presente  demanda da agropecuária por importações e não para a indústria interna; 2) há  certo declínio de preços externos de ‘commodities’ no período sob análise; 3) a dinâmica da economia do agronegócio estará incompleta se nos restringirmos aos fluxos de produção medidos pelas estatística oficiais do IBGE (Agroindustria) ou do Ministério da Agricultura (Agronegócio), este último incluindo toda a produção primária. (mais…)

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Chomsky: Segurança, conceito controverso

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Como os EUA arriscam proteção de seus cidadãos, e se isolam internacionalmente, para proteger grandes corporações e poder do Estado

Por Noam Chomsky, no Alternet | Tradução: Antonio Martins – Outras Palavras


Primeiro de dois artigos construídos a partir de palestra de Chomsky (em 28/2) para a Nuclear Age Peace Foundation. 

Um princípio orientador da teoria das relações internacionais diz que a maior prioridade do Estado é garantir a segurança. Como estrategista da Guerra Fria, George F. Kennan formulou que os governos são criados “para garantir a ordem e a justiça internas e para assegurar a defesa comum.” A proposição parece plausível, quase evidente, até que um olhar mais atento pergunte: Segurança para quem? Para a população em geral? Para o próprio poder do Estado? Para os setores dominantes na sociedade? (mais…)

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Grupo propõe medidas de proteção a profissionais de comunicação

Cinegrafista é atingido por spray de pimenta (Rodrigo Paiva/Estadão)
Cinegrafista é atingido por spray de pimenta (Rodrigo Paiva/Estadão)

Marcelo Brandão – Repórter da Agência Brasil

O Grupo de Trabalho Direitos Humanos dos Profissionais de Comunicação no Brasil, vinculado ao Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH), da Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Presidência da República, propôs ontem (11) a criação de um Observatório da Violência contra Comunicadores. Se aprovado, o observatório será fruto de cooperação entre a Organização das Nações Unidas (ONU), o Ministério da Justiça e a SDH, com vistas a garantir a defesa de profissionais de comunicação, que sofram violências em virtude da natureza do trabalho.

A proposta do Grupo de Trabalho – criado em outubro de 2012, e conhecido como GT Comunicadores – é que o observatório tenha uma unidade de recebimento de denúncias, além de mecanismos de proteção aos comunicadores e acompanhamento das investigações, para assegurar punição aos criminosos. A sugestão é motivada pelo levantamento feito pelo GT Comunicadores sobre os casos de violência contra jornalistas e demais comunicadores.

De 2006 a fevereiro de 2014 foram registrados 321 casos de violência. Entre eles estão agressões, ameaças de morte, perseguições e homicídios. No período analisado, foram 18 mortes, 168 agressões e 29 ameaças de morte, dentre outras ocorrências. (mais…)

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Quase 40% da água limpa se perde antes de chegar ao consumidor no Brasil

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Desperdício acontece entre saída da estação de tratamento e chegada às residências. Em algumas regiões do Norte, perda chega a até 70%. Entre as principais razões, vazamentos na rede e transbordamento de reservatórios

Clarissa Neher e Nádia Pontes – Deutsche Welle

No centro mais populoso do Brasil, São Paulo, uma força-tarefa tenta manter a normalidade no fornecimento de água. Em março, o Sistema Cantareira, que abastece metade da população da região metropolitana da capital, registrou o menor índice nos reservatórios desde 1974, quando o complexo começou a funcionar. Governos e operadoras apelam ao consumidor e oferecem bônus para quem economizar em casa. (mais…)

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Viúvas da ditadura tentam reeditar Marcha da Família

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Créditos da foto: Arquivo

Najla Passos – Carta Maior

Brasília – Às véspera dos 50 anos do golpe civil-militar, saudosistas do regime que matou, torturou e desapareceu com milhares de brasileiros articulam uma nova versão da Marcha da Família com Deus pela Liberdade, a mobilização de extrema-direita que, em 1964, deu a justificativa que faltava para que os militares tomassem o poder e mergulhassem o país em uma ditadura que durou 20 anos.

Há eventos marcados para o próximo dia 22 em municípios de pelo menos 23 unidades da federação. A propaganda e busca por adesão é feita por meio da distribuição de panfletos e divulgação via redes sociais, mas a adesão, até o momento, é baixa. No maior dos eventos, o de São Paulo, apenas 862 pessoas confirmaram participação, via Facebook, até a tarde desta terça (11). (mais…)

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A ditadura vista da escola: uma memória

miniNão havia como escapar do clima de repressão: oito anos de doutrinação tosca e forçada na escola deixaram em mim uma aversão ao hino nacional

por Antonio Luiz M. C. Costa – Carta Capital

Como a ditadura afetou infâncias e juventudes? No meu caso, menino de classe média criado no bairro do Planalto Paulista, em São Paulo, de forma bem visível. Do golpe em si, ocorrido aos meus seis anos, tenho vagas lembranças: recordo minha avó a me levar para longe de uma manifestação no centro da cidade, provavelmente um pouco antes, e de meu pai conversar com meu tio sobre o que achava que ia acontecer, creio que pouco depois.

Na escola, porém, não havia como escapar do clima de repressão. Meu pai não era exatamente um direitista – pelo contrário, deixou Portugal, em parte, por rejeitar o salazarismo –, mas tinha ideias conservadoras sobre disciplina e educação. Escolheu para mim, e depois para meu irmão, um “Ateneu” particular, ainda existente, dirigido por um imigrante húngaro que, como vim a compreender muito mais tarde, era um fascista, talvez mesmo um refugiado da queda do regime do almirante Horthy, aliado de Hitler cujo país acabou ocupado por tropas soviéticas no fim da II Guerra Mundial. Curiosamente foi a mesma escola onde estudou o atual prefeito Fernando Haddad, alguns anos depois. (mais…)

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