
Por Bruno Pavan, da Redação Brasil de Fato
Criada em 2012 para ser um mecanismo do governo para investigar os crimes cometidos por agentes do Estado entre 1964 a 1985, a Comissão Nacional da Verdade (CNV) foi alvo de muitas críticas por não poder criar processos jurídicos. Apesar disso, Ivo Herzog, filho do jornalista Vladimir Herzog, morto durante a ditadura militar, considera positivas as vitórias que as comissões nacional e regionais têm conseguido, entre elas, a alteração do atestado de óbito de seu pai, o desmonte da farsa na morte do ex-deputado Rubens Paiva e, mais recentemente, a comprovação da farsa do atentado no Riocentro.
“Interessante é que essas vitórias são um contraponto das críticas que ocorreram no começo dos trabalhos. Conforme isso vai sendo descoberto, a população coloca pressão para que haja punição. Já começa a se debater, por exemplo, o parecer do STF sobre a lei da anistia, que hoje é o grande empecilho para que se julguem os crimes daquela época”, afirmou.
Ivo, porém, acredita que o trabalho da comissão não gera muitos frutos se não houver uma pressão da sociedade civil em geral para que se esclareça todos os crimes cometidos pelos agentes do estado na ditadura militar. (mais…)