Já aqueles que defendem as populações tradicionais na luta pela terra são apenas sete
Por Any Cometti, em Século Diário
Levantamento realizado pelos antropólogos Artionka Capiberibe e Oiara Bonilla, divulgado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), aponta que atualmente tramitam no Congresso Nacional 30 projetos contra os direitos indígenas no País. Já aqueles que defendem as populações tradicionais na questão fundiária são apenas sete. Todos protocolados em 2013.
Para eles, o cenário indica a situação alarmante dos direitos fundiários das populações tradicionais, alvos constantes da bancada ruralista da Câmara dos Deputados e do Senado. Tal atuação é comparada pelo antropólogos a um “rolo compressor”.
Vários desses projetos ferem o direito constitucional indígena à terra, contradição já reiterada diversas vezes por juristas e defensores da causa indígena. Outros tantos defendem que projetos desenvolvimentistas (bases militares, instalações logísticas e de transmissão de energia) não necessitem de autorização desses povos para serem instalados em suas terras.
Em artigo publicado no site do MST, os antropólogos apontam a formação da comissão especial para análise da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215/2000 como o mais recente ataque aos direitos indígenas. A PEC transfere do Executivo para o Congresso Nacional a palavra final sobre demarcações de terras indígenas, abrindo prerrogativa para os territórios quilombolas e áreas de proteção ambiental, além de permitir a revisão de demarcações já homologadas, caso do território indígena de Aracruz, no norte do Espírito Santo. (mais…)