Pai da informática recebe indulto póstumo após condenação por ser gay

Alan Turing, em foto de 1951. Wikimedia Commons
Alan Turing, em foto de 1951. Wikimedia Commons

Alan Turing, que desvendou código alemão durante a Segunda Guerra, recebeu pena de 61 anos e foi castrado quimicamente

Opera Mundi

O britânico Alan Turing, considerado o pai da informática moderna e que ajudou a decifrar o código Enigma alemão durante a Segunda Guerra Mundial, recebeu nesta terça-feira (24) um indulto póstumo após ter sido condenado em 1952 por ser homossexual.

A reversão da condenação aconteceu após pressão popular, o que forçou o governo de David Cameron a sugerir à rainha Elizabeth II o perdão. O matemático, que morreu em 1954, aos 41 anos, havia sido condenado a 61 anos e foi castrado quimicamente.

Turing morreu após ingerir cianureto. A família e biógrafos afirmam que foi um acidente, embora um legista acredite na hipótese de suicídio.

“Alan Turing foi um homem excepcional com uma mente brilhante”, afirmou hoje o ministro da Justiça, Chris Grayling, que foi quem pediu à rainha a que emitisse o indulto.

Por conta da condenação, ele precisou abandonar o trabalho no Quartel-General de Comunicações do Governo (GCHQ), ao qual se incorporou após trabalhar durante a guerra em Bletchley Park – mansão na Inglaterra dedicada à análise de códigos.

“Seu brilho se evidenciou em Bletchley Park durante a Segunda Guerra Mundial, onde foi fundamental para decifrar o código Enigma, contribuindo para pôr fim à guerra e salvar milhares de vidas”, acrescentou.

 O perdão a Turing encerra uma campanha de vários anos, apoiada por cientistas como Stephen Hawking e que também incluiu uma proposição de lei apresentada na Câmara dos Lordes pelo liberal-democrata John Sharkey.

Em setembro de 2009, o então primeiro-ministro, o trabalhista Gordon Brown, já havia se desculpado publicamente pela condenação a Turing, que foi acusado na época de “grave indecência”.

(*) Com Efe

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