
Alan Turing, que desvendou código alemão durante a Segunda Guerra, recebeu pena de 61 anos e foi castrado quimicamente
O britânico Alan Turing, considerado o pai da informática moderna e que ajudou a decifrar o código Enigma alemão durante a Segunda Guerra Mundial, recebeu nesta terça-feira (24) um indulto póstumo após ter sido condenado em 1952 por ser homossexual.
A reversão da condenação aconteceu após pressão popular, o que forçou o governo de David Cameron a sugerir à rainha Elizabeth II o perdão. O matemático, que morreu em 1954, aos 41 anos, havia sido condenado a 61 anos e foi castrado quimicamente.
Turing morreu após ingerir cianureto. A família e biógrafos afirmam que foi um acidente, embora um legista acredite na hipótese de suicídio.
“Alan Turing foi um homem excepcional com uma mente brilhante”, afirmou hoje o ministro da Justiça, Chris Grayling, que foi quem pediu à rainha a que emitisse o indulto.
Por conta da condenação, ele precisou abandonar o trabalho no Quartel-General de Comunicações do Governo (GCHQ), ao qual se incorporou após trabalhar durante a guerra em Bletchley Park – mansão na Inglaterra dedicada à análise de códigos.
“Seu brilho se evidenciou em Bletchley Park durante a Segunda Guerra Mundial, onde foi fundamental para decifrar o código Enigma, contribuindo para pôr fim à guerra e salvar milhares de vidas”, acrescentou.
O perdão a Turing encerra uma campanha de vários anos, apoiada por cientistas como Stephen Hawking e que também incluiu uma proposição de lei apresentada na Câmara dos Lordes pelo liberal-democrata John Sharkey.
Em setembro de 2009, o então primeiro-ministro, o trabalhista Gordon Brown, já havia se desculpado publicamente pela condenação a Turing, que foi acusado na época de “grave indecência”.
(*) Com Efe