Uma pesquisa realizada pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), sobre a vulnerabilidade da juventude negra no Distrito Federal, mostrou dados preocupantes. Segundo a pesquisa, das mortes motivadas por agressões contra jovens na capital federal, em 2011, 92,5% das vítimas eram do sexo masculino, entre as quais 88,1% da raça negra. Segundo a coordenadora da pesquisa, Jamila Zgiet, “não por coincidência, a maior parte dos jovens negros estão nas áreas mais pobres da cidade”.
A diretora da Secretaria de Políticas de Ações Afirmativas da Presidência da República, Mônica Gomes, apontou como principal causa dessas agressões o racismo, que, segundo ela, não é reconhecido no país. “É difícil superar um problema que não se assume”, afirmou.
Esse racismo começa desde muito cedo, pois os negros têm menos oportunidades que os não negros. Da parte da população do Distrito Federal, que vive em zonas sem infraestrutura urbana adequada, 3,6%, a maioria, cerca de 70% são formadas por negros. Eles também começam a trabalhar mais cedo, dos jovens entre 15 e 17 anos, 29,6% dos negros já trabalham, enquanto entre os não negros, o percentual é de 23,6%. “É preciso utilizar esses indicadores no dia a dia, transformá-los, sensibilizar a sociedade e melhorar as políticas de enfrentamento da vulnerabilidade”, disse o secretário especial de Promoção da Igualdade Racial do DF, Viridiano Custódio de Brito.