
Líder terena diz que homens atiraram contra mulheres nesta madrugada
Do G1 MS
A Polícia Federal (PF) enviou, na manhã desta terça-feira (15), mais agentes para a área ocupada [sic] há uma semana por cerca de 300 índios terena em propriedades [sic] rurais de Miranda, a 203 quilômetros de Campo Grande. Segundo o líder indígena da região, Paulino Terena, 30 anos, na noite de segunda-feira (14), dois homens invadiram a propriedade e atiraram contra as mulheres indígenas.
Ao G1, a assessoria da PF informou que não tem a confirmação do atentado e que o reforço policial no local é para manter a situação de tranquilidade na área.
Conforme Terena, o caso ocorreu por volta das 22h (de MS), quando as 68 famílias indígenas que ocupam [sic] a fazenda estavam dormindo. Ele diz que os homens atiraram e fugiram em seguida.
“Não sabemos quem, mas entraram na propriedade e atiraram no rumo, na direção das mulheres. Não chegou a machucar ninguém, graças a Deus”, conta. Ele afirma que os policiais federais foram até a propriedade logo após o atentado, mas não encontraram cápsulas de projéteis ou algum suspeito.
“Achamos só um chapéu, que deve ter caído da cabeça da pessoa que atirou”, diz. Segundo o líder indígena, o clima é de insegurança no local, mas as famílias indígenas vão permanecer no local, apesar do medo.
“Vamos ficar aqui até o final, precisamos de uma manifestação da Funai [Fundação Nacional do Índio]. Queremos segurança, queremos a presença da Força Nacional”, declara.
Ainda conforme Terena, o grupo de indígenas que ocupa a área das fazendas está plantando feijão miúdo e milho nas terras. “Se nós queremos terra, temos que plantar. Já estamos trabalhando, desde o dia que entramos aqui”, afirma.
O grupo de indígenas reivindica a área que faz parte da Terra Indígena Pillad Rebuá, identificada pela Funai com 10,4 mil hectares.
O G1 entrou em contato com a Funai, em Brasília, nesta manhã. Por meio de assessoria, o órgão informou que dará retorno durante a tarde.
Reintegração
Uma das áreas ocupadas pelos indígenas é a chácara Boa Esperança, que tem 11 hectares de área. O dono da propriedade [sic], Ernesto Melani, disse ao G1 que entrou com o pedido de reintegração de posse na Justiça, na segunda-feira (14).
Segundo Melani, cerca de 50 índios chegaram ao local na semana passada, onde estava apenas um funcionário, que deixou a área. Não houve violência.
Ele afirmou que foi a primeira vez que o local foi ocupado e que esteve na Polícia Civil de Miranda e registrou boletim de ocorrência, além de pedir a presença policial na área para dialogar com os indígenas.