A invasão da CNA na versão da própria: “Indígenas arrombam portão e invadem sede da CNA, em Brasília”

invasão da CNA

Pela Assessoria de Comunicação da CNA

“A sede da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) foi invadida na tarde desta quinta-feira em Brasília, por cerca de 500 índios de várias etnias e militantes da causa indígena. Armados com bordunas e arco e flecha, eles arrombaram um dos portões que dá acesso ao prédio pouco depois das 16 horas. Em seguida, invadiram o saguão de entrada, ameaçando e intimidando não só a segurança e os funcionários da Casa, como também os visitantes que participavam de reuniões técnicas nas dependências da CNA.

Aos gritos de “fora Kátia Abreu”, eles passaram a bater os pés e tocar chocalho, entoando cânticos de guerra enquanto davam voltas em torno do hall de entrada da sede da entidade. A presidente da CNA, senadora Kátia Abreu, encontrava-se em agenda oficial em Palmas, no Tocantins. Só ao final de uma hora de manifestação dentro do prédio, que teve seus elevadores desligados pela segurança para evitar acidentes, os manifestantes se convenceram da ausência da senadora e desocuparam a CNA”.

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Índios fazem enterro simbólico de parlamentares e ministros

Índios cavaram um buraco no gramado em frente ao Congresso e fincaram cruzes e fotografias de parlamentares e ministros (Mariana Haubert )
Índios cavaram um buraco no gramado em frente ao Congresso e fincaram cruzes e fotografias de parlamentares e ministros (Mariana Haubert )

Caiado, Kátia Abreu, Luís Adams e Gleisi Hoffmann são os principais alvos do protesto. Lideranças indígenas entregaram documento a deputados pedindo arquivamento de cinco propostas e prometeram voltar a Brasília caso suas reivindicações não sejam aceitas

Por Mariana Haubert, Congresso em Foco

Inconformados com algumas propostas que tramitam no Congresso, lideranças de mais de cem povos indígenas promoveram nesta quinta-feira (3) um enterro simbólico de parlamentares e integrantes do governo que eles consideram como inimigos. Antes do ato, os indígenas entregaram um documento a um grupo de seis deputados com reivindicações e o pedido de arquivamento de cinco propostas em tramitação na Casa. (mais…)

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Indígenas interditam rodovias e promovem ato público no Maranhão

mobilização nacional apib

Comitê de Imprensa da Mobilização Nacional, de Brasília (DF)

O trancamento de rodovias iniciado nesta quarta, 2, como parte das ações da Mobilização Nacional Indígena, seguem  hoje, quinta-feira, 3, no Maranhão. Além do fechamento da BR-316, os povos indígenas realizam ato público com a participação de sem-terras, sindicalistas, estudantes e demais apoiadores, na cidade de Imperatriz. Os quilombolas seguem acampados na sede do Incra, em São Luiz (MA).

Para os Guajajara, que nesta quinta retornaram para trecho da BR-316, os povos indígenas não podem recuar numa conjuntura como essa, em que ruralistas articulam uma ampla frente de ações contra os direitos constituídos, “e não implementados”, conforme Flaubert Guajajara.

Vindos das terras indígenas Pindaré e Maçaranduba, cerca de 200 Guajajara interceptaram pedaço de estrada entre os Km 247 e 248, altura do município de Santa Inês. “Ficaremos aqui esta noite e amanhã o dia inteiro. A ocupação é por tempo indeterminado. Saímos daqui apenas com a manifestação das autoridades públicas”, afirma Flaubert. (mais…)

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Seminário na ENSP apoiará implantação de agendas sociais

mosaico_bocaina_cartaz_dentroIsabela Schincariol, ENSP

Uma pesquisa coordenada pela ENSP fomentará a implantação local das agendas sociais – Agenda 21 e Cidades Saudáveis – como ação estratégica fundamental para diminuir as iniquidades e promover o desenvolvimento sustentável nas comunidades tradicionais que compõem o Mosaico da Bocaina. A região, que integra o Corredor da Biodiversidade da Serra do Mar, uma área prioritária para conservação, está ameaçada no mais alto grau, contendo pelo menos 1.500 espécies endêmicas de plantas. Além disso, estima-se que se tenha perdido cerca de 80% de sua vegetação original, a Mata Atlântica. Para apoiar a implementação das agendas, a Fiocruz, por intermédio do Observatório de Territórios Sustentáveis e Saudáveis do Mosaico Bocaina, realizará o seminário Territórios Sustentáveis e Saudáveis do Mosaico Bocaina, no dia 9 de outubro, às 9 horas, na ENSP.

O Mosaico da Bocaina abarca 40 comunidades tradicionais de três segmentos: caiçaras, indígenas e quilombolas, que somadas chegam a quase 700 famílias. O Mosaico da Bocaina caracteriza-se como um território de vulnerabilidade socioambiental em razão de efeitos climáticos, pressões decorrentes da especulação fundiária e imobiliária e precarização das políticas públicas em educação, saneamento, saúde e soberania alimentar. (mais…)

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Teia de interesses liga políticos a mineradoras em debate do novo código

 

O deputado Eduardo Cunha (RJ), líder do PMDB na Câmara, é o recordista em emendas ao código de mineração
O deputado Eduardo Cunha (RJ), líder do PMDB na Câmara, é o recordista em emendas ao código de mineração

A Pública – Em votação no Congresso, novo marco alavanca negócios bilionários, defendidos pela bancada da mineração; em risco, o futuro das reservas, do ambiente e de comunidades tradicionais

Por Alceu Luís Castilho

As veias do Brasil continuam abertas. De olho nelas, os políticos. Diferentemente da bancada ruralista, os parlamentares ligados à mineração orbitam em torno do poder do PMDB no setor. Mas um PMDB ampliado, com parceiros em outros partidos. A Frente Parlamentar da Mineração Brasileira, com 196 membros, é uma pista falsa sobre o tema. Traz até políticos que criticam abertamente o loteamento no setor. Fomos atrás da história real. E bem mais intrincada. (mais…)

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A violência policial, a morte negra e a dor branca

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Douglas Belchior, em Negro Belchior

Passados três meses do pico das manifestações que levaram milhões de brasileiros às ruas a partir das demandas pela redução das tarifas em diversas capitais e médias cidades do país, me pergunto: o que restou da indignação nacional e internacional com a violência policial dirigida aos jovens universitários em seu legítimo exercício cidadão e até a jornalistas, alguns gravemente feridos? E o que restou da reflexão pouco difundida de que a polícia, alvo de crítica pelo uso da força naquele contexto, é a mesma que promove a morte violenta e cotidiana nas periferias do país? O texto do doutor em Antropologia Social pela Universidade do Texas – Austin, Jaime Amparo Alves, escrito para aqueles dias, é saborosíssimo.

Permita-se a provocação!

***

Por Jaime Amparo Alves*

“Há esperança, mas não para nós” (Kafka)

As imagens da Polícia Militar espancando os jovens da classe média em seu cívico direito de ocupar as ruas e praças têm causado indignação e horror. Nada tem sido mais perturbador do que ver nos jornais pessoas ensanguentadas, correndo sob balas, jatos de pimenta no rosto, ou sendo varridas das ruas a pauladas. Talvez o exemplo mais perturbador da truculência policial sejam as fotos da jornalista da TV Folha, Giuliana Vallone, atingida no olho por uma bala de borracha. O ultraje foi tão grande que o fotógrafo Yuri Sardenberg mobilizou artistas globais para a campanha “ Dói em Todos Nós”, um protesto da chamada sociedade civil contra a selvageria policial. De repente o país descobriu a existência de uma polícia violenta, covarde, incompatível com o estado democrático de direitos. O Brasil acordou! Acordou? Quem estava dormindo, afinal? (mais…)

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Ataque aos povos indígenas, criminalização de ativistas sociais e a aliança do Bispo de Itaituba-PA com o capital

carta modXingu Vivo Para Sempre – Comitê Metropolitano

A retomada do projeto desenvolvimentista pelo governo brasileiro, paradigma atualizado e agora caracterizado como liberal-desenvolvimentista, tem causado temor e grande preocupação entre os povos indígenas, ativistas, movimentos sociais, e moradores da floresta, dos rios e das cidades amazônicas.

Dados do Comitê Nacional em Defesa dos Territórios Frente à Mineração apontam que, entre 2001 a 2011, a produção mineral cresceu 550% no país. Praticamente no mesmo período, entre 2002 e 2012, o número de indígenas assassinados cresceu 170%. Foram aproximadamente 560 índios assassinados no Brasil, segundo dados do Conselho Indigenista Missionário (CIMI).

O Plano Decenal de Expansão de Energia 2019, elaborado pelo Governo Federal, propõe a implantação (entre 2015 e 2019) de mais de 60 Usinas Hidrelétricas, a maior parte nos rios da Amazônia, causando impactos socioambientais incalculáveis à região, e aos seus povos.

Contrapor-se a este projeto implica avançar em um confronto direto com Governos em todos os níveis, empresários e políticos corruptos, juízes comprometidos com o poder econômico, conglomerados nacionais e internacionais, entre diversos outros apoiadores que poderiam ser citados. Significa, enfim, confrontar-se com o Capital. (mais…)

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Trabalho infantil. “Não quero fiscalizar trabalho em matadouros porque não aguento”. Entrevista especial com Marinalva Cardoso Dantas

 

O óleo se esparrama em torno das unhas, pela ponta dos dedos e, quando se vê, as mãos inteiras já estão cheias de ácido (Foto: Daniel Santini
O óleo se esparrama em torno das unhas, pela ponta dos dedos e, quando se vê, as mãos inteiras já estão cheias de ácido (Foto: Daniel Santini)

IHU – “Já faz 20 anos que nós estamos combatendo o trabalho infantil. Até 2015 não será possível cumprir a meta de erradicar o trabalho infantil no Brasil, porque se em 20 anos ainda não conseguimos, como em um ano e meio vamos conseguir?”, diz a auditora fiscal do trabalho.

A venda de castanha de caju artesanal, bastante frequente no Nordeste brasileiro, é uma das atividades que envolve o trabalho infantil no país. No município de João Câmara, no Rio Grande do Norte, mais de 90 crianças foram encontradas em situação de trabalho infantil, com o agravante de desistirem de frequentar a escola a partir do quinto ano de estudo. De acordo com a fiscal do trabalho, Marinalva Cardoso Dantas, que há quase dez anos fiscaliza o trabalho infantil na região, as crianças fazem parte de uma comunidade de descendentes de índios Potiguar, que há aproximadamente 30 anos está envolvida com a atividade de quebrar castanhas. “Nós nos deparamos com essa situação de trabalho infantil, na qual as crianças trabalham dia e noite, com exceção de sexta-feira, dia em que entregam a produção para o atravessador, e nos fins de semana, mas ficamos de mãos atadas, porque as famílias incentivam o trabalho”, menciona. (mais…)

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ONG pede que multinacionais boicotem açúcar de terras sob disputa no Brasil

ONG quer que compradores de açúcar evitem áreas que estão em litígio
ONG quer que compradores de açúcar evitem áreas que estão em litígio

BBC Brasil

A ONG Oxfam deu início nesta quarta-feira a uma campanha para pressionar as multinacionais produtoras de alimentos a se responsabilizar pela origem de suas matérias-primas e deixar de comprar commodities que tenham sido produzidas em terras em litígio.

De acordo com relatório elaborado pela Oxfam, o comércio internacional de açúcar tem incentivado compras e expropriações de terras em países como o Brasil, contribuindo para conflitos agrários e prejudicando comunidades indígenas e pequenos produtores.

O documento divulgado pela ONG diz que muitas das terras adquiridas para a produção de açúcar na última década “estão relacionadas a violações dos direitos humanos, perda dos meios de subsistência e fome para os pequenos produtores e suas famílias”. (mais…)

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