Hamilton Borges Walê, defensor de direitos humanos, militante do Quilombo Xis – Ação Cultural Comunitária e da Campanha Reaja ou Será Morto/ Reaja ou Será Morta, foi abordado em sua casa, na noite do dia 30/09, por policiais militares fortemente armados, em Salvador. Os PM’s portavam metralhadoras e alegavam atender uma denúncia anônima. Além da truculência na abordagem, os policiais não tinham mandato judicial – que não teria validade pelo tardar da hora – para invadir a residência – inviolável* – de Hamilton Borges.
Ele e sua companheira, Andrea Beatriz Santos, atuam na proteção e garantia dos direitos da população negra e encarcerada da Bahia. Acompanham diversos casos de violência estatal contra negros e negras e violação de direitos em comunidades quilombolas.
A Quilombo Xis e a Campanha Reaja travam uma luta cotidiana pelo fim do genocídio do povo negro. Entre 2009 a 2012, 6.483 pessoas foram assassinadas, em Salvador. Mais de 80% das vítimas eram negras. O Mapa da Violência de 2012 mostrou que para cada pessoa branca assassinada, na capital, 15 negros são executados.
Não admitiremos que Hamilton Borges Walê e sua família sejam intimidados pelo aparato repressivo racista do Estado da Bahia. A Justiça Global e o Coletivo Das Lutas prestam solidariedade ao companheiro Hamilton e a sua família na luta contra a violência policial, racismo e desigualdade.
Justiça Global
Coletivo Das Lutas
*Art. 5º, XI – C.F. A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial”.
Comentários só são publicados com o nome (e sobrenome) da pessoa que os enviou. Caso deseja mandá-lo novamente, respeitando essa regra, solicito que repense o tom da denúncia. Não podemos combater o racismo usando argumentos preconceituosos contra integrantes de um grupo etno-religioso. Há uma grande diferença entre sionismo (questão política) e judaísmo (questão religiosa).