‘Saúde não pode deixar de avaliar os agrotóxicos’

nao_agrotoxicos* Danielle Monteiro

O uso de agrotóxicos é, atualmente, um dos mais importantes fatores de risco para a saúde da população e o meio ambiente no Brasil. O país é hoje o maior consumidor mundial desses produtos. De acordo com dados da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), apesar de o Brasil não ser o maior produtor agrícola do mundo, o crescimento nacional do consumo de agrotóxicos chegou a quase 200% entre 2000 e 2009. As empresas produtoras de agroquímicos no país duplicaram desde 2008, e o crescimento da importação dessas substâncias, nos últimos anos, foi de quase 400%. O consumo de agrotóxicos é resultado da adoção de um modelo de agricultura chamado agronegócio, que é dependente do uso de venenos. Para falar sobre o assunto, a Agência Fiocruz de Notícias entrevistou o engenheiro agrônomo e pesquisador do Centro de Estudos em Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh/ENSP/Fiocruz), Luiz Claudio Meirelles.

O Brasil é atualmente o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. Por que o uso dessas substâncias ocorre tão intensamente no país se ele não é campeão mundial de produção agrícola?

Luiz Claudio Meirelles: O Brasil trabalha com monocultura extensiva que demanda muita utilização de agrotóxicos. Entretanto, sabemos que, mesmo com essa produção de monocultura extensiva de grão, é possível que o uso pudesse ser bem menor que está implementado hoje. E existe uma estratégia bastante agressiva das empresas que atuam no Brasil para a venda desses produtos. A entrada dos transgênicos, da maneira como ocorreu, também aumentou o uso de alguns herbicidas que, anteriormente, tinham uso mais restrito nos períodos de plantio. Esses fatores são razões que fazem com que se use mais agrotóxico no Brasil do que em outros países, que têm um trabalho de manejo e controle de pragas que comporta outros mecanismos de utilização de produtos. Atualmente, o agronegócio é um financiamento brutal. Eles recebem muitos recursos para produzir da maneira convencional. (mais…)

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Pesquisa aponta riscos do processo de cultivo do tabaco

fumicultorasTatiane Vargas, Portal ENSP

Com o objetivo de conhecer as crenças, atitudes, práticas e percepção da mulher agricultora sobre os riscos à saúde e ambiente decorrentes do processo de cultivo do tabaco, bem como sua vulnerabilidade social em relação a essa atividade econômica, o Centro de Estudos sobre Tabaco e Saúde (Cetab/ENSP) desenvolveu a pesquisa Crenças, atitudes e práticas da mulher agricultora de tabaco em Palmeira – Paraná. Ela evidenciou a complexidade dos problemas originados pelas inter-relações entre trabalho, saúde e ambiente no contexto da fumicultura. Os resultados da pesquisa apontaram aspectos, por exemplo, a elevada carga de trabalho do processo de cultivo de fumo, os agravos à saúde decorrentes da fumicultura, a violação dos direitos humanos, entre outros, como alguns dos problemas decorrentes da inter-relação trabalho, saúde e ambiente. (mais…)

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SP – Sem Terra conseguem suspender liminar de reintegração de posse em Serrana

mulheres MSTDa Página do MST

Nesta quinta-feira (26), o acampamento Alexandra Kollontai conquistou uma importante vitória na Justiça de Serrana (SP). As cerca de 350 famílias organizadas pelo MST, que ocupam a fazenda Martinópolis desde o dia 31 de agosto, conseguiram suspender a liminar de reintegração de posse.

Emitida no último dia 9 de setembro, a reintegração estava prevista para esta sexta-feira (27).

Depois de intensa mobilização dos Sem Terra e de aliados e apoiadores da Reforma Agrária, a Justiça de São Paulo concedeu a suspensão da liminar de despejo, acatando o pedido feito pelo Ministério Público de Ribeirão Preto.

A liminar havia sido concedida sem a manifestação prévia do Ministério Público, tornando a medida de reintegração de posse passível de anulação. (mais…)

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Goiás implanta Mesa Estadual de Regularização Quilombola

Encontros da Mesa Estadual vão conferir mais transparência aos processos de regularização de territórios quilombolas em Goiás. Foto: Ascom Incra/GO
Encontros da Mesa Estadual vão conferir mais transparência aos processos de regularização de territórios quilombolas em Goiás. Foto: Ascom Incra/GO

Incra – A Superintendência do Incra em Goiás realizou a primeira reunião da Mesa Estadual Permanente de Acompanhamento da Política de Regularização Quilombola. Durante o encontro, realizado nesta quinta-feira (26), foram entregues pela Associação Positiva de Brasília (APB) os relatórios antropológicos das comunidades de São Félix e Nova Esperança, ambas localizadas no município de Minaçu (GO). A APB foi contratada por pregão para realizar quatro relatórios antropológicos em Goiás. Até o final deste ano, a empresa entrega os dois últimos.

O superintendente do Incra/GO, Jorge Tadeu Jatobá Correia, destacou que a autarquia tem evoluído no tratamento da questão quilombola. Ele lembrou que nos últimos cinco anos o órgão aperfeiçoou normativas internas, nomeou servidores formados em antropologia e contratou mão de obra externa, via licitação e termos de cooperação com universidades, para alavancar o trabalho. “O processo é lento, mas, é uma felicidade grande quando conseguimos o decreto e realizamos a imissão na posse em nome das comunidades quilombolas”, afirmou o superintendente. (mais…)

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100% boliviano, mano

A Pública – Minidoc coproduzido pela Pública retrata a vida de um imigrante boliviano de segunda geração no centro de São Paulo

Por Alice Riff e Luciano Onça

Denílson Mamami, 15 anos, mora no Bom Retiro, bairro central de São Paulo. Como todo jovem de sua idade, sonha em fazer universidade, ter uma boa carreira, deixar sua mãe orgulhosa, casar e ter filhos. Estuda na escola estadual João Kopcke, também no centro, a poucos metros da estação Júlio Prestes. Gosta de passear com sua namorada,  de encontrar seus amigos para ouvir e compor músicas românticas e de hip hop. Mas Denílson – conhecido como “Choco” – assim como 1/3 dos alunos de sua escola, nasceu na Bolívia. Mora no Brasil desde os 9 anos.  Como ele, milhares de adolescentes bolivianos, ou filhos de imigrantes bolivianos, vivem atualmente em São Paulo. (mais…)

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Ato da Mobilização Nacional Indígena vai reunir índios, quilombolas e camponeses em Brasília

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Pelo menos 1,2 mil indígenas participarão da manifestação, uma das confirmadas na Mobilização Nacional Indígena, na próxima semana. Estão previstas também audiências públicas na Câmara e no Senado, reuniões e visitas a autoridades do Executivo e Judiciário

ISA – Instituto Socioambiental

Um grande ato público vai reunir indígenas, quilombolas, camponeses e ativistas, na próxima terça (1/10), em frente ao Congresso, em Brasília (DF). Só de representantes de comunidades indígenas de todo País, pelo menos 1,2 mil pessoas participarão da manifestação, que faz parte da Mobilização Nacional Indígena, confirmada para a próxima semana, entre os dias 30/9 e 5/10.

Além do ato em frente ao Congresso, estão previstas audiências públicas na Câmara e no Senado, reuniões e visitas com autoridades do Executivo e Judiciário (veja programação abaixo). (mais…)

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Índios são agredidos por Polícia Militar no Amazonas

Foto: Marcia Meneghini
Foto: Marcia Meneghini

Glademir Sales dos Santos e Marcia Meneghini,  Nova Cartografia Social da Amazônia

“Eles disseram: vocês tem arco e flecha; a gente tem é bala”. De acordo com uma Kokama, essas foram as palavras de um policial durante a operação com intenção “pacífica”, iniciada na última segunda-feira (23), para impedir o acesso a uma área ocupada por indígenas e não-indígenas, desde o mês de julho deste ano, no km 05, da rodovia Manoel Urbano (AM-070), no município de Iranduba, na região metropolitana de Manaus. Entre os indígenas, havia quem se autodesignasse Miranha, Kokama, Apurinã e Baré, Sateré-Mawé, Tuyuka, Tikuna, inclusive famílias que se autodefinem Mura, que se deslocaram do rio Urubu, Itacoatiara-AM; e, entre os não-indígenas, agricultores e ribeirinhos. (mais…)

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A última entrevista de Oswald de Andrade*

oswald

Postada por Carlos Willian Leite, na Revista Bula

*Entrevista concedida ao escritor Marcos Rey, na semana que antecedeu a sua morte, em outubro de 1954. Publicada originalmente no “Jornal da Senzala”, em fevereiro de 1968.

Oswald não sorriu, mas ficou satisfeito. Ergueu-se um pouco na cadeira da qual se levantava com dores e problemas. Talvez quisesse provar-se que ainda lhe restavam energia e agressividade. O que o plano exigia, para pegar, era um Oswald irônico, destruidor e com muito recheio, igual ao dos primeiros retratos. Balançou a cabeça, aprovando. A oportunidade de escrever mais um livro, sem muito esforço, entusiasmava-o. Bastaria respondendo às perguntas. Em sua portátil, eu funcionaria como repórter e secretário. Mas logo a princípio tornou-se evidente que a longa reportagem não poderia obedecer a um esquema rígido. Nada de ordem cronológica. Oswald não lembrava mais datas e nomes. Às perguntas mais complexas, ficava mudo ou mandava as crianças se calarem. Como andava nervoso e quase sem nenhuma capacidade de concentração! E esperava ansiosamente por telefonemas de seu filho mais velho. Problemas de dinheiro, com toda certeza. Falei do plano com mais detalhes: três entrevistas por semana, no período da manhã. Duas horas no máximo. Se se sentisse indisposto, não precisaria responder nada. Um projeto de livro sob medida para um homem que ia morrer.

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Documentário aborda doença negligenciada que atinge o camponês

Da Fiocruz, na Página do MST

Paracoccidioidomicose, já ouviu falar? A paracoco, como é mais conhecida, está entre as dez doenças crônicas que mais causam mortes no país. No Brasil, ocorrem 80% dos casos da doença, que se restringe à América Latina. Trata-se de uma micose brasileira que ataca qualquer órgão ou sistema do organismo e prejudica, principalmente, a saúde do trabalhador rural.

O documentário, que tem como intuito tornar a doença mais conhecida, será lançado no dia 3 de outubro, às 14h, no Auditório do Museu da Vida, no campus da Fiocruz, no Rio de Janeiro. O evento será aberto ao público. O Museu da Vida está localizado na Avenida Brasil, nº 4.365, Manguinhos, Rio de Janeiro.

O documentário percorre quatro estados brasileiros. Para retratar sintomas, formas de contágio e pesquisas, e destacar a importância do diagnóstico no tratamento dos pacientes, foram ouvidas pessoas que contraíram a doença e profissionais de saúde. (mais…)

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Após pressão, Presidência admite substituir coordenador do Dsei-MS

Foto: Wagner Guimarães/Portal ALMS
Foto: Wagner Guimarães/Portal ALMS

Por Paulo Fernandes, Portal ALMS

Em contato com o 2º secretário da Assembleia Legislativa, deputado Pedro Kemp (PT), a Presidência da República admitiu nesta quinta-feira (26/9) a substituição do coordenador do Dsei/MS (Distrito Sanitário Especial Indígena de Mato Grosso do Sul), Nelson Carmelo.

“Muito provavelmente o coordenador do Dsei vai ser substituído”, revelou o parlamentar. Há uma semana lideranças indígenas ocupam a sede do Distrito exigindo o afastamento do coordenador.

Ao final da sessão plenária, as lideranças indígenas se reuniram com o parlamentar petista, além dos colegas de bancada Amarildo Cruz (PT) e Laerte Tetila (PT), e também os deputados estaduais Lauro Davi (PSB) e Mara Caseiro (PTdoB), 3ª vice-presidente da Casa de Leis. (mais…)

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