Documentário aborda doença negligenciada que atinge o camponês

Da Fiocruz, na Página do MST

Paracoccidioidomicose, já ouviu falar? A paracoco, como é mais conhecida, está entre as dez doenças crônicas que mais causam mortes no país. No Brasil, ocorrem 80% dos casos da doença, que se restringe à América Latina. Trata-se de uma micose brasileira que ataca qualquer órgão ou sistema do organismo e prejudica, principalmente, a saúde do trabalhador rural.

O documentário, que tem como intuito tornar a doença mais conhecida, será lançado no dia 3 de outubro, às 14h, no Auditório do Museu da Vida, no campus da Fiocruz, no Rio de Janeiro. O evento será aberto ao público. O Museu da Vida está localizado na Avenida Brasil, nº 4.365, Manguinhos, Rio de Janeiro.

O documentário percorre quatro estados brasileiros. Para retratar sintomas, formas de contágio e pesquisas, e destacar a importância do diagnóstico no tratamento dos pacientes, foram ouvidas pessoas que contraíram a doença e profissionais de saúde.

Fruto de uma parceria entre três unidades da Fiocruz – o Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict), Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp) e o Instituto de Pesquisas Clínicas Evandro Chagas (Ipec) –, a produção contou com o apoio das Secretarias Estaduais de Saúde do Paraná e de Rondônia.

Paracoco: endemia brasileira foi um dos projetos contemplados pelo edital de apoio promovido pela Cooperação Social da presidência da Fiocruz e está sendo distribuído gratuitamente pela VideoSaúde – Distribuidora da Fiocruz para instituições vinculadas ao SUS e para entidades da sociedade civil, principalmente as representativas dos trabalhadores rurais. Os interessados devem entrar em contato pelo e-mail videosaú[email protected], ou pelo telefone 2290-4745.

A doença

Classificada como negligenciada, a doença não é contagiosa e tem cura, mas causa graves sequelas, inclusive a morte, se não for diagnosticada e tratada precocemente. É mais comum em homens em idade produtiva, entre 30 e 50 anos. Em muitos casos, é confundida com a tuberculose, pois também pode apresentar-se apenas como um sintomático respiratório com tosse persistente.

Alguns de seus principais sintomas são: feridas na boca, garganta e nariz; emagrecimento e fraqueza; rouquidão; falta de ar; perda dos dentes; e ínguas (caroços, gânglios) no pescoço ou na virilha.

A paracoccidioidomicose possui duas apresentações clínicas básicas, a forma tipo adulto e a forma tipo juvenil, que é mais rara. O indivíduo pode ter contato com o fungo e manifestar a doença imediatamente ou, muitos tempo depois, ou seja, ele pode ficar inativo no organismo.

O fungo, contraído através da respiração, vive no solo das plantações. Por isso, a paracoccidioidomicose aparece principalmente entre trabalhadores rurais, marceneiros, jardineiros, tratoristas, pequeno trabalhadores rurais, etc. Vale lembrar que a doença não é contagiosa, nem transmitida por alimentos ou objetos de uso pessoal.

Diagnóstico e tratamento

Disponível em algumas unidades da rede pública. Os medicamentos mais usados devem ser distribuídos gratuitamente pelo Ministério da Saúde. Os doentes também podem ter acesso ao diagnóstico e tratamento por meio do Programa de Saúde da Família. No Rio de Janeiro, o Ipec/Fiocruz é um dos centros de referência para a doença.

Enviada para Combate Racismo Ambiental por José Carlos.

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