Por Pedro Alves
Estou compartilhando com vocês o pequeno livro-reportagem que escrevi sobre a situação dos indígenas Guarani Kaiowás no Mato Grosso do Sul, intitulado ÍNDIO SEM TERRA, TERRA COM SANGUE. A grande-reportagem está centrada nas mortes matadas, ou seja, nos assassinatos de indígenas e lideranças feitos por jagunços contratados, na sua maioria, a mando de fazendeiros. Nomes de empresas privadas que atuam como milicia no MS, nomes dos mandantes dos assassinatos e relatos dos crimes são denunciados nas páginas deste livro.
O texto que abre o livro é assinado pelo professor indígena Natanael Ñandeva Vilharva Caceres. O prefácio é assinado pelo jornalista e companheiro Fábio Nassif. O projeto gráfico é de autoria do desing João Henrique. Ainda não conseguimos publicar oficialmente, mas estamos tentando articular a publicação. O livro pode ser lido pelo link abaixo. Ainda não está disponível para baixar por conta de algumas questões, mas a leitura e a divulgação é de extrema necessidade. Boa leitura !
SINOPSE: “Era um sábado de janeiro de 2003. Diversas famílias indígenas Guarani Kaiowá retornavam a terra indígena Taquara, localizada no munícipio de Juti, estado do Mato Grosso do Sul. A força do agronegócio havia expulsado o povo de sua terra tradicional duas vezes nos últimos três anos. Mas o grito era de resistência. Carregaram lenha, juntaram seus pertences e levantaram os barracos. Os rezadores deram início a reza pedindo a Ñanderu a proteção para mais uma batalha em defesa da mãe-terra. Os cantos se estenderam até a meia noite, rompendo o dia 13 de janeiro.
Tudo estava calmo na retomada da aldeia Taquara. Por volta das 2 horas da manhã do dia 13, os indígenas escutaram o ronco de caminhonetes, porém pelo trazer do vento, os carros pareciam estar distantes. Engano. As luzes dos faróis das caminhonetes tipo Toyota se acenderam bruscamente e os tiros começaram a ser disparados”.
Em menos de dez anos, mais de 273 lideranças indígenas Guarani Kaiowás foram assassinadas no Mato Grosso do Sul (MS) a mando de fazendeiros. Mato Grosso do Sul é o estado brasileiro que mais mata indígena em conflito pela terra, atingindo índices de assassinatos superiores aos da guerra no Iraque. Muito destes crimes estão impunes e se repetem a cada dia. Este livro-reportagem narra algumas histórias que revelam a situação a qual vivem os Guarani Kaiowás, uma situação de confinamento, ameaças de morte, atropelamento, assassinatos e, principalmente, resistência.
Leia o livro na íntegra :