Elaine Patricia Cruz, Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Cerca de mil pessoas, segundo a Polícia Militar, fazem neste momento, uma manifestação no centro da cidade em defesa do transporte público e contra o desvio de recursos destinados a obras no metrô paulistano e na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Participam do ato representantes do Sindicato dos Metroviários de São Paulo e dos movimentos dos Trabalhadores Sem Teto e Passe Livre, entre outros. Os organizadores do protesto calculam em 2 mil o número de participantes, que saem daqui a pouco em passeata pelas ruas do centro.
A concentração para a manifestação Chega de Sufoco: Trabalhadores e Usuários por um Outro Transporte! é no Vale do Anhangabaú. Na caminhada, os manifestantes vão passar pela sede da Secretaria de Transportes Metropolitanos, na Rua Boa Vista, e pelo Tribunal de Contas do Estado, na Avenida Rangel Pestana. Uma das faixas, colocada embaixo do Viaduto do Chá, traz o desenho de um ônibus e a frase ‘Transporte não é mercadoria: Chega de sufoco”.
Para Marcelo Hotimsky, do Movimento Passe Livre, a manifestação de hoje (14) é semelhante às que foram feitas em junho. “O motivo hoje é muito parecido: seja a denúncia de cartel [no setor de transportes], seja o aumento de tarifa. Todos eles [motivos] demonstram a mesma lógica: que o transporte coletivo em São Paulo é pensado de acordo com interesses de certos grupos e empresas e não de acordo com os interesses dos usuários e dos trabalhadores do transportes”, criticou Hotimsky.
Ele disse que a denúncia de formação de cartel demonstra que o dinheiro, que deveria ser investido em transporte público, na melhoria dos serviços e na redução das tarifas, está sendo usado no interesse de alguns grupos privados.
O presidente do Sindicato dos Metroviários, Altino de Melo Prazeres Júnior, informou que tem uma carta de reivindicações para entregar ao secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes. “É possível vencer essa máfia, que é muito poderosa e que financia os políticos”, disse ele. Prazeres adiantou que a principal reivindicação é a devolução do dinheiro público que, segundo ele, foi roubado. “Já se fala em R$ 425 milhões. Queremos a devolução e a prisão de todos os que estão envolvidos neste esquema de corrupção.”
Edição: Nádia Franco