Coronel Jacarandá admite ter torturado no DOI-Codi

Agência Estado, em Estado de Minas

O coronel Walter Jacarandá, da reserva do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, admitiu nesta quarta-feira, 14, ter participado de sessões de tortura no DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informações-Centro de Operações de Defesa Interna) do 1º Exército do Rio em 1970. Ele presta depoimento conjunto às Comissões Estadual e Nacional da Verdade na Assembleia Legislativa do Estado (Alerj).

No depoimento, o oficial da reserva contou ter integrado um grupo de operações especiais subordinado ao DOI-Codi. Ele afirmou ter participado de sessões em que presos políticos eram submetidos a choques elétricos, espancamentos afogamentos e outros suplícios.

Jacarandá disse que entrou na repressão aos grupos políticos de contestação ao regime militar “por aventura”. Acrescentou considerar que participou de “uma guerra” a “um movimento contra-revolucionário”.

Convocado para falar sobre a morte do jornalista Mário Alves em janeiro de 1970, sob tortura no Doi-Codi, Jacarandá, inicialmente, falou em excessos. Posteriormente, admitiu que “o excesso é a tortura e a tortura é o excesso”. Ele negou ter participado da morte de Alves, que era dirigente do clandestino PCBR.

O depoente citou os oficiais da reserva Duleme Garcez (tenente e à época comandante do Pelotão de Investigações Criminais), Luiz Mário Correia Lima (tenente) e Roberto Duque Estrada (tenente) como companheiros de atuação no Doi-Codi. Os três também foram convocados pelas comissões, mas enviaram petição, por meio de advogado, argumentando que já respondem pelos fatos investigados no Ministério Público Federal e na Justiça Federal.

Os membros das comissões disseram que os ausentes serão chamados para nova sessão. Se faltarem, poderão ser trazidos com auxílio de força policial.

Enviada para Combate Racismo Ambiental por José Carlos.

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