Biólogo espanhol é encontrado morto no Sul Fluminense

Vítima morava em reserva e denunciava crimes ambientais em Rio Claro. Corpo foi achado boiando em cachoeira da região, com marca de tiros

Dicler de Mello e Souza – O Globo

RIO – O biólogo espanhol Gonzalo Alonso Hernandez, de 49 anos, foi encontrado morto na manhã desta terça-feira em Rio Claro, no Sul Fluminense. O corpo da vítima foi achado boiando perto de uma cachoeira, com marca de tiros na cabeça, no Parque Estadual Cunhambebe, no distrito de Lídice.

O delegado titular da 168ª DP, Marco Antônio Alves, afirmou que a hipótese mais provável para a morte são as denúncias que Gonçalo fazia sobre crimes ambientais. O espanhol morava há mais de dez anos em um sítio na região.

Um vizinho de Gonzalo encontrou a vítima e avisou a polícia. De acordo com o policial que atendeu a ocorrência, o corpo já tinha sido retirado da água e estava coberto por folhas de bananeiras quando ele chegou ao local. O biólogo havia sido visto pela última vez na tarde de domingo.

O delegado levantou a suspeita do crime ter ocorrido por vingança após ter sido procurado pela mulher de Gonzalo, Maria de Lurdes Pena Campos , de 48 anos. Segundo o delegado, ela informou que o marido vivia brigando com pessoas que praticavam caça sem autorização e combatia palmiteiros que praticavam a extração ilegal do produto.

– O biólogo defendia as espécies em extinção e a caça predatória no parque, como a matança de passarinhos e outros animais. A mulher informou ainda que essa luta do biólogo para defender o meio ambiente na reserva incomodava algumas pessoas – disse o policial.

O delegado aguarda agora o laudo do Instituto Médico Legal (IML) de Angra dos Reis, onde foi feita a necropsia. O documento será anexado ao inquérito que Marco Antônio instaurou para apurar a morte do biólogo.

Enviada para Combate Racismo Ambiental por Vanessa Rodrigues.

Deixe um comentário

O comentário deve ter seu nome e sobrenome. O e-mail é necessário, mas não será publicado.