Desde outubro de 2012, entidade pede investigação do órgão ambiental, até hoje sem respostas
Any Cometti, Século Diário
Em sua luta incansável contra as poluidoras que agridem o meio ambiente e a saúde da população de Vitória, o grupo SOS Espírito Santo Ambiental já fez mais de 50 denúncias on-line ao Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) sobre o lançamento de uma fumaça não identificada por uma chaminé da ArcellorMittal na Ponta de Tubarão, entre Vitória e Serra. Toda até hoje sem respostas.
As denúncias são feitas desde fevereiro do ano passado e também foram destinadas ao Ministério Público Estadual, que também não as respondeu.
Todo mês, Eraylton Moreschi, coordenador da entidade, envia um DVD com todas as imagens do período para o Iema. Entretanto, nesta quarta-feira (31), a imagem das emissões chamou muito a atenção do ambientalista, que optou por enviar a fotografia pelo e-mail de denúncias do instituto, junto com o número do formulário de denúncia on-line feito no próprio site do Iema. Moreschi afirmou não ver uma fumaça de tamanha proporção há muito tempo, e reiterou que essa imagem, além de ter sido enviada por e-mail, constará no DVD que será enviado com as imagens do mês de julho.
Apesar de tanta insistência, o Iema não respondeu a nenhuma das denúncias, tampouco aos documentos protocolados e às fotografias, que comprovam o lançamento diário da fumaça de coloração escura. Pedidos de esclarecimento e cópia do Inventário de Emissões também já foram protocolados no órgão e não foram atendidos.
Para ambientalistas, o Iema tem sido reincididas vezes omisso com o tratamento aos militantes do meio ambiente. Na última reunião do GTI Respira Vitória, por exemplo, o instituto não apresentou o plano de ação de controle à poluição atmosférica que lhe foi incumbido na reunião anterior. Nele deveriam constar os detalhes sobre a aplicabilidade do plano, bem como estabelecidas a participação do GTI no processo de formulação do documento, quem seriam e como trabalhariam os participantes centrais da discussão, além dos prazos para os estudos que precisam ser feitos.
O coordenador do Centro Supervisório da Qualidade do Ar do Iema, Alexsander Barros Silveira, declarou na ocasião que o plano não foi apresentado pois o então presidente do instituto, Claudio Denicoli, havia deixado o cargo na véspera da reunião.