Há 20 anos, caso de desaparecimento comoveu Manguinhos

careli2Redação SRZD

Casos como o desaparecimento do ajudante de pedreiro, Amarildo Dias de Souza, 47 anos, morador da Rocinha, desaparecido no dia 14 de julho após ser levado por policiais da UPP da comunidade para averiguação não são exclusividade deste século. Há 20 anos, uma história parecida acontecia.

No dia 10 de agosto de 1993, aos 30 anos, Jorge Careli desapareceu ao ser confundido com um sequestrador por policiais da Divisão Anti-Sequestro (DAS). Após sair do trabalho, na Fiocruz, Jorge estava na favela da Varginha, em Manguinhos e falava em um telefone público por volta das 20h quando a polícia chegou e o levou. Ele foi tirado da favela, surrado e nunca mais foi visto.

Na época do julgamento, após dois anos de processo, 23 policiais foram acusados pelo sequestro e absolvidos por falta de provas, através de uma sentença do Juiz Heraldo Saturnino de Oliveira, da 6ª Vara Criminal.”Não há dúvida de que Careli foi espancado e talvez morto por algum dos réus, mas não logrou a acusação demonstrar quem, entre os 23 acusados, assim agiu e muito menos conseguiu provar a adesão dos demais policiais à prática ilícita”. A punibilidade do acusado Armando Correia da Silva fica extinta por causa de sua morte.

Cerca de um ano e três meses depois do julgamento, uma presa disse que esteve com Carelli na manhã seguinte ao seu sumiço, na carceragem da DAS, e que ele estava muito machucado. O surgimento de uma nova pista e uma nova testemunha do caso não foi o suficiente para reabrir o caso e para que os suspeitos fossem condenados. Até hoje o corpo de Careli não apareceu. Seis anos após o sumiço a Justiça condenou o Estado do Rio de Janeiro a pagar uma indenização por danos morais aos pais de Jorge Careli.

Enviada para Combate Racismo Ambiental por José Carlos.

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