Em nota, PSOL do Rio repudia sequestro do militante de 19 anos e cobra investigação do caso

Rodrigo, com a camiseta rasgada durante o sequestro / Foto: Agência O Dia
Rodrigo, com a camiseta rasgada durante o sequestro / Foto: Agência O Dia

Partido exige que autoridades tomem todas as providências a fim de que os mandantes e executores dessas ações sejam punidos

O Diretório Estadual do PSOL do Rio de Janeiro emitiu nesta sexta-feira (26) uma nota referente ao sequestro relâmpago sofrido pelo militante do partido, Rodrigo D’Oliveira Graça, de 19 anos. O fato ocorreu na tarde desta quinta-feira (25), no bairro da Tijuca, segundo informou o estudante no depoimento à 18ª DP (Praça da Bandeira). De acordo com o relato, Rodrigo foi pego na Rua Afonso Pena por quatro homens encapuzados, por volta das 14h, e deixado na Rua Mem de Sá, no Estácio, depois de 40 minutos e muitas ameaças. Os homens que o capturaram teriam dito para o jovem “sair das ruas” e informaram que ele havia sido escolhido para “servir de exemplo” a outros militantes do PSOL.

Segundo o estudante, as ameaças começaram na terça-feira, com ligações anônimas. “Eu estava sendo ameaçado desde anteontem. Ligaram para a sede do PSOL na Rua Gomes Freire, ligaram para a minha casa e para o meu celular. Hoje fui sequestrado e colocado no banco de trás de um Sandeiro branco. Foi uma ação muito rápida. Me pegaram na Rua Afonso Pena, próximo a uma clínica odontológica. Devo ter ficado uns 40 minutos dentro do carro. A placa estava dobrada. Eram quatro homens. Um deles tinha arma, provalvemente uma pistola. Falaram que eu tinha que parar de ir para as passeatas, que estavam marcando a minha cara. Disseram que eu ia servir de exemplo para essa corja suja que é o PSOL. E que se eu não parasse, ia morrer”, relatou o estudante, de acordo com matéria publicada no jornal O Globo.

Na nota, o partido afirma que o país não pode viver em um estado de exceção, onde se tenta impedir o simples direito de se manifestar por meio de intimidações dessa natureza. “O PSOL repudia veementemente estes gravíssimos episódios e exige que as autoridades tomem todas as providencias a fim de que os mandantes e executores dessas ações sejam punidos, que cesse a perseguição e a criminalização dos manifestantes, assim como a garantia de segurança de Rodrigo seja garantida”, afirma a Executiva do partido estadual.

Ao final do documento, a direção do partido no Rio afirma, ainda, que o PSOL continuará nas ruas apoiando todas as legitimas reivindicações do povo.

Leia abaixo a íntegra do documento.

Nota da Executiva Estadual do PSOL/RJ
Sobre o seqüestro do estudante Rodrigo

No dia 25 de julho o militante do PSOL Rodrigo D’Oliveira Graça, estudante de cursinho pré-vestibular, sofreu um sequestro relâmpago. O fato aconteceu próximo a sua casa no bairro da Tijuca, quando quatro homens encapuzados o obrigaram a entrar em um carro, sem placa visível. O ameaçaram dizendo que ele serviria de exemplo, que estavam monitorando todos, que a corja do PSOL deveria sair das ruas e citaram o deputado Estadual Marcelo Freixo e o ex. deputado Babá. Os seqüestradores além das ameaças rasgaram a camisa de Rodrigo e um BO que ele carregava.

O grave do caso é que o companheiro já tinha sido ameaçado nos dias 23/07 e no dia 24/07 com telefonemas e mensagens para seu celular e sua residência. Nesse mesmo período teve o email invadido e a senha alterada, além do cancelamento de sua conta do Facebook. Tanto que no dia 24 de Julho fez a denuncia pertinente na Comissão de Direitos Humanos da ALERJ e de lá foi encaminhado para 18º delegacia de Polícia Civil na qual registrou um BO. Nas ameaças recebidas no dia 25/07, pela manhã, foi alertado que iria sofrer as consequências por ter realizado a denuncia. Poucas horas depois foi realizado o sequestro. Precedendo a tudo, no domingo, dia 21/07, ocorreu uma ligação com o mesmo teor no telefone fixo do comitê do PSOL localizado na Gomes Freire, de onde nos organizamos para participar das passeatas.

Há poucos dias o sociólogo Paulo Bahía da UFRJ também sofreu um sequestro relâmpago, caso que já foi denunciado ao Ministério Público.

Não podemos viver em um estado de exceção, onde se tenta impedir o simples direito de se manifestar por meio de intimidações dessa natureza.

O PSOL repudia veementemente estes gravíssimos episódios e exige que as autoridades tomem todas as providencias a fim de que os mandantes e executores dessas ações sejam punidos, que cesse a perseguição e a criminalização dos manifestantes, assim como a garantia de segurança de Rodrigo seja garantida.

O PSOL continuará nas ruas apoiando todas as legitimas reivindicações do povo.

26 de julho de 2013
Executiva Estadual do PSOL/RJ

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